terça-feira, 26 de junho de 2012

O Paraguai e a nossa ética


Há um princípio básico no mantimento de uma boa administrativa que diz: a melhor forma de resolver um conflito está na capacidade rápida de resolvê-lo. Olhando para esta regra é fácil reconhecer as empresas que são prosperas daquelas que a qualquer momento poderão fechar as portas por total falta de competência. Vale destacar que esta regra também vale para os governos.

O que aconteceu no Paraguai, aos olhos da cultura brasileira, foi um “crime” devido a rápida solução que foi dada ao conflito, no qual resultou no impeachment do presidente Fernando Lugo. O tempo da solução? 30 horas. Ora, 30 horas é muito pouco tempo, diriam os brasileiros mais céticos.

O Paraguai deu uma aula de administração ao povo brasileiro e, principalmente, aos líderes governamentais. Para entender melhor a questão é só buscarmos as respostas para algumas premissas básicas.
  1. Quanto tempo se leva para julgar os envolvidos no "mensalão" do Lulão?
  2. Há quanto tempo temos a CPI do Carlinhos Cachoeira? Neste mesmo tempo, o que já foi decidido?
  3. Quanto tempo se leva para destituir do cargo um parlamentar envolvido em escândalo?
  4. O que acontece com os ministros que estão envolvidos em corrupção?
  5. Onde foi parar o caso do DNIT e dos amigos de Luiz Pagot?
Estes são apenas alguns dos questionamentos que existem nas mentes de nós brasileiros e não encontramos a resposta adequada porque não temos em nossa natureza a capacidade de solução rápida para um conflito.

Vamos aos fatos que aconteceram no Paraguai. Fernando Lugo deu cobertura a um grupo de sem-terras (infelizmente este tipo de grupo manda em nosso país), que cometeram crime ao invadir propriedades privadas e mataram fazendeiros que estavam a trabalhar por suas famílias em suas propriedades.

O presidente não respeitou a noção de justiça, que reza que todo bem privado é de quem o adquiriu, e tomou partido de criminosos que mataram fazendeiros para tomar suas propriedades com uso da força bruta. Qual a sensação geral de uma sociedade ao saber disso? Que o país rasgou o direito a liberdade de seus cidadãos em possuir bens privados e que o governo, ou o grupo que ele apóia, poderá destituí-los de suas propriedades.

Em nossa constituição reza que o poder emana do povo e, com base nessa premissa, a população paraguaia, representada pelo parlamento, solucionou o conflito em 30 horas de debate. Utilizou da máxima da boa administração para solucionar o conflito.

O que fizeram os “cérebros” governamentais da América do Sul? Ignoraram a vontade da maioria paraguaia e declararam voto de censura e reclusão ao novo presidente paraguaio Frederico Franco.

Ora, quem são Cristina Kirchner, Hugo Chávez, Evo Morales e companhia para falarem de ética? Eles mudam os preceitos constitucionais a todo o momento para satisfazerem o ego próprio e rasgam a cultura social, regida pela constituição, de seus concidadãos.

Triste é ver o brasileiro aceitar o que o governo brasileiro nos impõe e nossa imprensa considerar isso uma anormalidade. Anormalidade está em aceitarmos tanta corrupção a passar pelos nossos olhos e aceitarmos isto de forma natural.

Justiça se faz assim, com grande premissa administrativa e lealdade ética com seus compatriotas. O presidente não é maior e nem menor do que os cidadãos e sim regido pela mesma norma jurídica que o ladrão de galinha que, mesmo sem justificativa, a roubou para alimentar os filhos.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Minha tréplica para uma bela discussão que começou hoje no facebook

Hoje escrevi em minha linha do tempo no facebook o seguinte comentário sobre o que eu acho do Congresso Rio+20.

O final do Congresso Rio+20 é conhecido. Um bando de burocratas que aumentarão a regulamentação da economia, com vistas ao desenvolvimento "verde" do mundo, uma pobreza intelectual tamanha e, após esse evento, pensarão em fazer outro daqui a vinte anos porque nada mudou. Sabe qual a solução na defesa de um mundo ecologicamente sustentável? A verdadeira expansão de liberdade capitalista. Os pen drives (que salvam várias árvores ao arquivar documentos que seriam impressos) salvaram muito mais o mundo do que os burocratas do estado juntos! E isto só feito porque homens que pensaram no lucro desenvolveram uma ferramenta de troca capaz de proporcionar este bem estar.”
 
Este debate rendeu e prometi a uma das participantes, uma amiga minha, que faria a replica em meu blog e aqui estou fazendo.

Vou tecer meu comentário baseado no último comentário dela, que segue abaixo:
 
“Impossível ajustar o desenvolvimento sustentável com o sistema capitalista, uma vez que o objetivo principal deste sistema é obter lucro, não importa os meios aos quais utilizam pra isso. Você acha que toda essa discussão de Rio+20 está sendo feita por quê? Ou melhor, toda essa discussão de desenvolvimento sustentável, toda essa modinha? Justamente é o preço que todos estão pagando pela busca de sempre alcançar o objetivo central dessa bandeira que você levanta, a competitividade irracional é um dos fatores que levaram ao uso desenfreado e irresponsável dos recursos naturais. Vocês neoliberais ainda por cima tenta ganhar vantagem com o “marketing verde” dizendo ser favoráveis a economia verde e blá blá blá. Exemplos? São vários, desde as usinas e afins até o novo código florestal.”
 
Comecemos por separar capitalismo de estado do capitalismo que eu defendo. O que eu defendo é o capitalismo puro e de mercado. No meu modelo não tem governo a defender capitalistas, já que muitos deles gostam de, quanto mais governo, melhor. Exemplo: Eike Batista

No modelo de capitalismo governamental, os burocratas criaram o conceito de social democracia. Este conceito defende a regulamentação governamental e um capitalismo controlado pelo estado e dão guaritas para ações de ideias de esquerda. Quanto mais centrais sindicais melhor neste tipo de modelo. Vejamos o exemplo da união da FIESP e da Força Sindical nas comemorações do 1º de maio deste ano, quando eles defenderam mais protecionismo na economia.

Olhando por essa ótica, a minha amiga defende este modelo sem perceber. Ela ataca o sistema capitalista, sendo que os principais capitalistas de estado gostam deste tipo de debate e defendem ideais voltados ao protecionismo e o controle estatal da economia. Quanto mais sindicatos, movimentos estudantis e entidades de esquerda existir neste sistema, mais os burocratas aceitarão em seus gabinetes os capitalistas de estados, que rezam pela defesa de menos liberdade econômica, com a simples ameaça que os estrangeiros estão querendo acabar com os empregos nacionais, por exemplo.

O meu capitalismo é baseado na meritocracia, onde o mais preparado, em um ambiente competitivo, tem os louros da recompensa. Não defendo empresas que estão falindo, pois elas devem aprender com a crise e com os erros de suas escolhas. O poder neste meu capitalismo é dado pelo consumidor, ou seja, eu, a dona Maria, o seu Joaquim, etc. Somos NÓS que decidimos quem deve prosperar pela eficiência produtiva e não o estado a nos governar.

No meu capitalismo, quem deve decidir o que devemos consumir, produzir e comprar são os consumidores, que determinam se o produto é sustentável ou não. Os empreendedores devem, neste modelo, inovar para prosperar. 

No meu capitalismo todos têm o direito ao enriquecimento, se inovarem e continuarem desenvolvendo um excelente serviço aos seus clientes. O meio de troca: pode ser um beijo, um abraço ou dinheiro. Quem define a relação contratual é o empreendedor e o comprador. A partir deste ato o contrato está estabelecido. 

Logo, tudo que foi colocado pela minha amiga está fora de cogitação em meu modelo. Ela ataca o mesmo modelo que eu ataco, ou seja, o capitalismo de estado. Sou defensor da liberdade econômica, civil e que o poder emana de quem consome e de quem produz, pela liberdade de escolhas entre consumir e produzir. 

Eu defendo a poupança, pois só ela garantirá os investimentos futuros que reduzira os preços e elevara a oferta dos bens e serviços a toda sociedade. Neste meu modelo, os empreendedores são os especialistas e trabalham para isso. Melhorar a produtividade, gerando empregos, e a tão sonhada distribuição de renda que a minha amiga e eu defendemos. 

No meu capitalismo eu defendo o direito a propriedade privada, sendo ela intelectual, vida ou de posse, e a justiça tem que se basear nesta premissa.  

Perceba que nosso inimigo é o mesmo, só que o antídoto que ela defende é diferente do meu. Eu recomendo a ela e aos meus amigos leitores assistirem o vídeo abaixo, pois, da mesma forma que Frierich Hayek ganhou o debate contra John Maynard Keynes, os burocratas premiaram Keynes como o vencedor do debate por ele defender os capitalistas de estado e, infelizmente, vivemos a bagunça que vemos todos os dias pela televisão. 

Pensem melhor após ver este vídeo!

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Uma verdadeira aula social

Semana passada, observamos pela televisão uma idosa revelar que sacou a sua arma (herança de família) e matou um criminoso conhecido da polícia rio-grandense por uma série de crimes. Antes de qualquer análise, ela não saiu de sua casa para matar alguém que estava passando pela rua e, sim, alguém que invadiu sua casa quando ela estava a descansar em seu quarto. A questão colocada na mesa é: a senhora acertou por agir assim? Ela cometeu qual tipificação criminal ao defender sua propriedade e, principalmente, a sua vida?

Ao analisar a questão, perceberemos que a atitude desta senhora nos revela que vivemos um grande problema de conflito social encarado pela nossa sociedade, induzido pelas regras do “politicamente correto”.

Pensemos logicamente nesta questão da seguinte forma: se a senhora não matasse o bandido, ela estaria morta, deixando dor e saudades aos familiares, e o bandido estaria a solta, continuando o seu processo de crimes, e fazendo, quem sabe, novas famílias tristes. Agora, como a senhora o matou, a única perda foi a vida de uma pessoa que era uma ameaça social. Então, o que ela fez foi um grande serviço a sociedade como um todo.

A liberdade de escolha dela, entre viver e morrer, fez com que o bem-estar social de toda a sociedade fosse elevado. Aqui a máxima da frase “bandido bom é bandido morto” prevaleceu!

Caso ela tivesse entregado sua arma na Campanha do Desarmamento, qual o debate nós estaríamos vendo agora? Nenhum! Apenas a revolta da família clamando às autoridades públicas por justiça. E este tipo de manchete já recheia os televisores de todos os brasileiros todos os dias no período da tarde e, infelizmente, não damos a mínima por isto nos poluir a mente e nos sentirmos inertes por total falta de segurança.

O que essa senhora nos deu de presente foi um grande debate em torno da proibição do porte e uso de armas de fogo por parte dos cidadãos de bem que querem apenas defender a sua propriedade de vândalos e primar pelo direito de escolha a própria vida.

O “politicamente correto” transformaria isso em uma calamidade pública, pois, dizem eles, isto gera mais violência e a sociedade estaria menos protegida. Pela questão lógica da ação de dona Odete, a senhora corajosa, esta ação elevou – e não reduziu – o bem-estar de toda a sociedade, já que é um bandido a menos estuprando as nossas filhas, esposas, mães, roubando nossos filhos quando vão à escola, matando pais de família, que acordam cedo para trabalhar, etc.

O que devemos agora é discutir esta ação em esfera federal e revogar a lei que trata o porte de arma pelo cidadão comum um crime e reduzir a burocracia para se ter acesso a uma arma de forma legalizada. Os bandidos não seguem essas regras e estão bem armados.

Por que teimamos em inverter nossos valores sociais como se isso fosse exemplo de prosperidade? Para se ter crescimento, a premissa básica é o direito a liberdade de escolhas e propriedades. O excesso de leis nos desprotege ao invés do discurso que vendem de proteção.

domingo, 3 de junho de 2012

O problema da obrigatoriedade do voto

Você quer votar? Tem um candidato definido? Se você respondeu a estas duas perguntas sem pestanejar, parabéns! Você tem consciência de seu voto e, mesmo que ele não seja obrigatório, você vai abrir um espaço em sua agenda para depositá-lo na urna. Agora, meu amigo leitor que respondeu não a uma das perguntas, existe um grande problema na lei que obriga o voto. A obrigação do voto gera mais desvios do que solução para o regime democrático.

O brasileiro passa quarenta horas semanais em uma atividade laboral, fora os estudos, que estão, na maioria dos casos, no contra fluxo do horário tido comercial. Quando chega o final de semana, a maioria dos brasileiros optam por ficar em casa com a família, sair com os amigos no sábado e curar a ressaca no domingo, dentre outras atividades que não foram elencadas.

Em todas as opções existem um trade off (a escolha de um renuncia o outro) entre sair para casa de um familiar ou ficar em casa, por exemplo.

Toda obrigatoriedade tira da pessoa o poder de decisão. É assim que as ditaduras funcionam. O seu poder de escolha não existe e isto impede que você planeje seu futuro de uma forma diferente e aprenda as respostas dos acertos e dos erros de suas escolhas.

A obrigação deriva da má qualidade de nossos políticos, que não buscam merecer o voto de seus eleitores trabalhando em projetos que envolvam e criam consciência nos eleitores para eles optarem por ir à zona eleitoral e depositar seu voto ao renunciar o domingo de sol para ir ao clube com a família.

A obrigatoriedade faz com que os recursos privados sejam canalizados aos partidos políticos com reais condições de vencerem o pleito, já que os eleitores são envolvidos no processo e, em contrapartida, imputam aos políticos projetos de curto prazo para que os eleitores tenham a mínima sensação de melhoria em seu bem-estar.

Esses recursos, devido a este mesmo espaço de tempo mínimo do mandato, elevam a propensão da corrupção, já que o custo de oportunidade em se ter uma melhora na lucratividade nos negócios das empresas que bancaram a campanha do administrador eleito são maiores do que a punição dos envolvidos em escândalos devido às fragilidades das leis.

Para o eleitor, que teve a obrigação de votar, ele deve acompanhar as ações do candidato eleito. Mas, devido ao pouco tempo que sobra entre a sua vida profissional e o seu lazer, o que resta ao eleitor é ser procurado daqui a quatro anos novamente para depositar na urna o seu voto.

Essa obrigação gera projetos mal feitos, leis sem sentido e muitos recursos públicos desperdiçados ou roubados dos cidadãos e sendo canalizados diretamente para a conta dos corruptos e corruptores.

A melhoria na qualidade de nossos políticos e de seus projetos só existirá com a liberação do voto como escolha do eleitor. Ele tem que ter o poder de decisão, entre sair de sua casa e ir votar no candidato de sua preferência ou sair com os amigos para um churrasco de domingo.

O bom exemplo da banalização de nosso processo eleitoral aconteceu na última quinta-feira no programa do Ratinho quando o ex-presidente Lula pediu votos ao candidato Fernando Haddad. Esse estado de coisa só existe pela obrigatoriedade do voto. Os políticos se sentem o dono do processo e o eleitor o rebanho sendo levado para o curral. Ou buscamos nossos direitos a liberdade ou continuaremos sendo descritos em cada palavra da música “Vida de gado” do grande Zé Ramalho.