domingo, 29 de julho de 2012

O custo do lobby

Trecho extraído do excelente livro de Tim Harford, A Lógica da Vida. Percebam nesta parte que o lobby dos ambientalistas inflam os preços dos imóveis em Nova York e depois eles atacam os capitalistas, principalmente de Wall Street, pelo aquecimento global. O lobby manipula as verdadeiras informações.

“Tais restrições de zoneamento são perigosas. Preços desnecessariamente altos para moradias em Manhattan e Londres criam o risco de eliminar a diversidade desses lugares: torna-se difícil para os imigrantes mudarem-se para lá (Los Angeles é um local mais popular) e difícil, também, para os jovens. Assim, por que existem essas restrições?

Não é complicado entender por que um poderoso grupo influente resiste racionalmente a qualquer tentativa de diminuir as restrições – elas beneficiam diretamente os proprietários e administradores de imóveis. É bem mais complicado entender por que essas restrições de zoneamento são intensamente apoiadas por ambientalistas. Se você expulsar as pessoas de Manhattan por causa de preços altos, elas vão morar em Las Vegas – uma cidade próspera, onde o preço de uma casa é ainda somente 200 mil dólares –, e isso não é o tipo de coisa que os ambientalistas deveriam estar estimulando. Cidades densas como Nova York não são apenas “universidades da vida”: elas também são vantajosas para o meio ambiente.

Isso parecerá novidade para muita gente, incluindo minha sogra, que vive em Lake District e está convencida de que as cidades estão se asfixiando com corrupção, poluição e desperdício. E ela tem razão. Por quilômetro quadrado, as cidades certamente produzem mais poluição. No entanto, por pessoa, a história é diferente. Os moradores de Manhattan fazem compras no mercado a pé. Eles vivem em minúsculos apartamentos e têm pouco espaço para acumular entulho. Usam transporte público muito mais vezes que outros americanos; consomem petróleo nas pequenas quantidades que a América consumia antes da Grande Depressão e movimentam-se entre inúmeras casas e escritórios utilizando o transporte de massa mais econômico do mundo: a carona. Pague 8 milhões de americanos rurais e tente encaixa-los em Nova York com todas as suas posses, e as salas de jogos, os celeiros, automóveis utilitários e equipamentos de jardinagem farão uma pilha mais alta que o Empire State. O jornalista David Owen confessou que, quando se mudou de Nova York para uma pequena cidade, sua conta de energia elétrica aumentou quase dez vezes – mesmo sem usar ar-condicionado – e que teve de comprar três carros (antes não precisava de nenhum). Sua conclusão memorável: Manhattan é ‘uma comunidade ambientalista utópica’.”

Será que Brasília não está partindo para o mesmo rumo com o lobby dos grupos que defendem o título de patrimônio da humanidade concedido pela ONU? Quantas pessoas ganham com essas medidas de zoneamento?

Questionem tudo que lhe transmitem, principalmente o que vem dos governos e das mídias!

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Uma explicação racional para a baixa produtividade de nossa economia

Muitos analistas buscam explicar a baixa produtividade de nossa economia pelo volume de tributos que existem. Já é notório que o problema central está em nossa base tributária pesada, principalmente sobre os fatores de produção. Mas, será que só existe este problema? Por que existe uma massa tributária tão pesada? É o que tentarei explicar utilizando a lógica da economia racional.

A primeira explicação que entendendo para nossa baixa produtividade está na falta de uma mão de obra mais qualificada. Sei que a maioria dos meus leitores pensará que estou sendo repetitivo, já que as notícias veiculadas nas principais mídias tratam deste assunto. Mas serei só um pouquinho, pois este é o assunto central desta postagem.

Temos uma sociedade separada por estratos sociais onde o mais abastados têm oportunidades impar de se tornarem grandes gestores e/ou empreendedores dos principais negócios deste país. Nascem em um núcleo familiar mais estável e estudam nas melhores escolas. Só esta introdução já engrandece muitos currículos. Agora vamos analisar a vida dos menos abastados, que são a maioria em nossa sociedade.

Acordar cedo para a jornada do dia a dia. São varias bocas para alimentar, já que a média de filhos das famílias que se encontram nesta situação é de 03 a 04 por casal, enquanto nas famílias mais abastadas este número gira em torno de 01 por casal.

Com a escassez de recursos, muitos trabalhadores deste estrato social abdicam dos estudos para iniciar os trabalhos o mais cedo possível, já que é necessário levantar capital para sustentar a família. A falta de estudo eleva a concorrência dos trabalhadores por trabalho e, devido a grande oferta, as empresas rebaixam os salários de mercado para manter o equilíbrio entre a oferta de mão de obra pouca qualificada e a demanda por trabalho, principalmente os que exigem maiores esforços físicos. Este fenômeno também influência os empregos tidos como informais.

Enquanto isso, os filhos dos mais abastados estão na escola buscando uma qualificação maior para exercer trabalhos que demandam mais esforços mentais e que garantam a estrutura produtiva do negócio em perfeita harmonia. Aqui começa o grande entrave produtivo de nossa economia.

Como esses trabalhadores são qualificados mais não tem ainda experiência com o mercado, eles pretendem manter o padrão passado de pai para filho e buscam, na iniciativa pública, uma forma de manter um padrão similar ao ofertado pelos pais e um emprego que favorecerá a expansão dos estudos em longo prazo. Vide a quantidade de doutores que estão empregados pelo estado e que são subsidiados com bolsa de estudos dessas instituições públicas quando confrontamos com a realidade das empresas privadas, que demandam mestres mais não designam dos recursos necessários para qualificar os trabalhadores.

Então, entramos em um circulo complicado de pouca dinâmica econômica. Temos grandes cérebros trabalhando para o setor público, enquanto a maioria dos trabalhadores que estão no mercado privado não tem tempo ou não aprenderam devido à falta de rotina nos estudos. Surge então o grande problema de nossa baixa produtividade.

Soma-se a este problema a pressão tributária presente na folha de pagamento das empresas, temos que os nossos empresários buscam mover um elefante pesado chamado Brasil.

Enquanto o governo prosseguir sendo o principal empregador dos trabalhadores mais qualificados, ensinando-os a nada produzir apenas a exercer o poder de fiscalização e polícia, teremos uma economia pobre, com fortes entraves e tentando entender porque nosso índice de corrupção é alto e entidades como o FIESP fazem um lobby forte em Brasília para buscar sempre recursos aos seus associados em detrimentos dos demais.

Há! Não se esqueça de que os salários pagos aos servidores do estado são provenientes de impostos. Então, a iniciativa privada brasileira vive do sacrifício.

As escolhas de todos os agentes são racionais, até do governo. Pois, este último, é coroado com os votos despejados nas urnas escolhidos pela manipulação dos lobistas influenciando os sindicatos, conjuminados com os burocratas do estado.