sábado, 31 de dezembro de 2011

Os meus votos para 2012!

A cada chegada de novo ano, sempre aparecem mensagens que nos induzem a eliminar o passado e revelar um futuro maravilhoso e sereno a todos. Só que a virada do ano não vai trazer riquezas à maioria, uma vida nova ou que todos que jogaram na mega sena da virada serão os novos milionários. Vamos ser realistas!

Por isso, o meu desejo de ano novo é:

a) Quer ser rico, trabalhe duro e tenha objetivo na vida. Passar em concurso não é para todos e você deverá aceitar e partir para sua própria iniciativa se quiser mudar de vida

b) Nenhum servidor público honesto é rico. O máximo que chegam é se tornarem uma classe média um pouco acima da média, devido aos altos salários iniciais, restritos a um teto estipulado por lei, e só!

c) A vida não é fácil, por isso busque os méritos.

d) Aceite o seu individualismo, só ele lhe fará ser uma pessoa melhor para você mesmo e ser reconhecido pelos seus pares.

e) Você não deve sua vida a ninguém, apenas a você mesmo! Então, não se iluda vivendo o sonho alheio. Conquiste o seu espaço.

f) Não existe nenhuma força externa que fará, na mudança de um dia para o outro, você se tornar uma pessoa que tenha mais saúde, riqueza, alegria, ou qualquer coisa do tipo. Para isso, você tem que buscar dentro de você, aceitar, se esforçar e, assim, colher o resultado.

g) Respeite a propriedade alheia. Inveja não é sinônimo de mérito e sim uma desgraça em si mesmo. Outras pessoas conquistaram com muita dedicação e trabalho. Então, siga seu destino e talento.

h) Não idolatre ídolos (pessoas, deuses, etc.), pois esses fantasmas só rebaixam seu caráter e deixam sua estima jogada no lixo.

i) A vida é feita pelas trocas. Você só tem as pessoas pelo que elas lhe oferecem naquilo que tu considera justo e é pelo mesmo motivo que elas estão ao seu lado.

j) Janeiro vai começar do mesmo jeito que seu ano terminou. Se tiver dívidas, pague-as! Você precisou de seus credores, agora você tem que honra com os seus deveres.

k) Tem dívidas a recebe? Cobre-as. Pois, você ajudou alguém a ser tornar mais rico em cima de seus esforços e essa pessoa lhe deve o que é seu de direito.

l) A morte não é sinônima de desgraça e sim o reconhecimento que sua vida tem limite e que você tem que fazer dela o melhor para você mesmo. Os méritos são seus. O que você fará as pessoas é dá a elas o que elas precisam para se tornarem mais felizes e, com isso, elas lhe recompensarão o seu esforço. Dinheiro não é o fim e sim o meio que faz você receber o que você oferece às pessoas que precisam daquilo que você tem.

m) Não viva sua vida por dinheiro. Como já disse, ele é o meio. Viva sua vida no seu talento e troque o que você possui com as pessoas que precisam do que você proporciona, pois, você também precisa do que elas têm a lhe oferecer.

n) O ano novo pode ser diferente se aceitar que é você que lhe faz ser único aos seus objetivos.

Estes são os meus votos para 2012, 13, 14, 15...

Até janeiro!

Apostar no Ouro em Tempos Difíceis

Este artigo foi enviado ao meu e-mail pelo jornalista português Nuno Ribeiro, dono do Blog do Ouro. Indico que o blog dele é muito bom e fará parte da minha lista de links. Compartilho com meu amigos leitores.

Por Nuno Ribeiro

Num momento em que a crise teima em não desaparecer, são muitos os que procuram a melhor forma de sobrevivência, alguns por instinto, outros por aconselhamentos e outros simplesmente por oportunidades. Uma dessas soluções é o negócio do ouro, sendo considerado por muitos como a forma mais eficiente e rápida de fugir à crise.

Apesar deste negócio já existir há imensos anos, durante muito tempo sobreviveu apenas na semiclandestinidade, nos subúrbios das cidades e sempre com muito pouca movimentação e publicidade para tentar passar despercebido.

Porém, hoje em dia vive um momento completamente inverso, onde a publicidade é constante e está presente a cada metro da rua, redes sociais e até comunicação social impressa e visual. O grande objectivo destas empresas, além do seu próprio investimento e lucro mensal é conseguir retirar algumas famílias da miséria e de situações realmente complicadas.

 

O negócio do ouro para fugir à crise

A cotação do ouro a subir fez com que o negócio se tornasse extremamente lucrativo e uma óptima solução para quem quer fugir à crise. As lojas físicas multiplicam-se por todo o país, facilitando assim o acesso às mesmas para qualquer um dos interessados.

Para muitos este negócio é a única forma de conseguir pagar uma conta extra, para outros é a salvação para conseguir chegar ao final do mês com comida na mesa e para outros é simplesmente uma forma de se desfazer de peças antigas que jamais usaria em situações públicas.

Durante muito tempo as ourivesarias estavam abertas para receber os interessados em comprar jóias para oferecer, porém nos dias de hoje recebem muito mais interessados em vender o seu ouro usado do que propriamente em fazer compras.

Nos dias de hoje, são muitas as lojas abertas em todas as cidades, sendo necessário que os interessados em vender o seu ouro escolham aquela que oferece melhores condições, não só a nível de valor a pagar (que geralmente não deve variar muito, já que o valor é pago através da cotação diária do ouro) como também das condições gerais (já que alguns têm mais para oferecer que outros).

Em suma, nos dias de hoje, o negócio de venda de ouro usado tornou-se uma das melhores formas de conseguir ultrapassar os momentos de crise que se instalou no nosso país.

Sobre o autor

Nuno Ribeiro é jornalista e editor principal do Blog do Ouro, um blog que pretende informar melhor como investir em Ouro. Também aborda temas como a compra e a venda de ouro usado, a cotação do ouro nos mercados internacionais e partilha dicas e conselhos.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Feliz ano novo.Feliz dia do sol!

Prezados amigos, mais um ano se passou e novas conquistas e revelações surgiram ao longo dos dias.

Voltarei a escrever em janeiro e até lá eu vos desejo um excelente 2012 e um feliz dia do sol, ou seja, 25 de dezembro.

Apreciem o vídeo revelador abaixo.

Abraço!

domingo, 18 de dezembro de 2011

O Santos, o futebol e a economia brasileira

Vou explicar a real situação da economia brasileira comparando a com a decisão do mundial interclubes da FIFA que aconteceu neste domingo no Japão entre Barcelona e Santos.

Quem viu o jogo e entende um pouco de economia perceberá que vivemos uma falsa ilusão. A expectativa do jogo criada na disputa entre Neymar e Messi serviu somente para encher os olhos da torcida tupiniquim, pois aos olhos do resto do mundo a disputa no futebol hoje em dia é entre Messi e Cristiano Ronaldo e o Neymar, no momento, não configura neste seleto.

Na economia é a mesma coisa. O governo estimula o povo a compreender que ter o quarto PIB mundial significa desenvolvimento. Ter estatísticas favoráveis significa dizer que o cálculo matemático está bem elaborado, mas economia não é isso. Economia é a conjunção de vários fatores que trazem harmonia, comida na mesa e progresso cultural. Vemos isso no Brasil atualmente?

Assim como Neymar não é melhor do que Messi (essa vai para o Pelé que fala demais) no atual momento, temos que, por maior que seja a crise na Europa, o Brasil não é tão rico como muitos acreditam e que a copa do mundo pode nos frustrar em dois fatores: a seleção brasileira perder a copa e o rombo fiscal criar colapsos na economia nacional.

Eu torço pelo Neymar, mas ainda não é o momento dele. Torço pelo Brasil, mas precisamos ser realistas. Não somos essa potencia toda que muitos gostariam que fôssemos. Assim como o Neymar disse que tem que aprender muito, nós brasileiros também temos. Como diz o ditado: cautela e caldo de galinha não fazem mal pra ninguém.

montagem neymar

sábado, 3 de dezembro de 2011

O que é democracia?

É uma palavra grega que significa poder do povo. Essa vertente cresceu e é notório que não existe um regime político melhor do que este.

Para a democracia existir necessita do respeito a minoria. Hoje a maioria é formada pelos pensamentos de esquerda (eu já me curei desse mal da juventude, graças!) que esmagam o pensamento contrário, taxando quem pensa diferente de formas pejorativas. Quem comanda é o PT, PDT, PCdoB, CUT, Força Sindical, MST, entre outras facções bandidas que fazem parte do comando deste país.

Por que o Carlos Lupi, ministro do Trabalho, continua no governo Dilma? CANSEI…

Deixo aqui meu recado aos meus dois amigos leitores.

 

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Uma parte da imprensa faz um desfavor ao tecer comentários econômicos

Por que muitas pessoas não têm saco para estudar economia ou ‘odeiam’ quem estuda e comenta o que aprendeu? Muitas das explicações vêm do meio jornalístico. A imprensa faz um desfavor ao defender uma linha de pensamento e induz os leigos a pensarem como eles.

É fácil perceber a manipulação do mainstream econômico nas conversas descontraídas em uma roda de bar ou com colegas de trabalho. A visão de que o governo prever correto para onde e como a economia deve seguir está na cabeça de cada oito pessoas em dez.

Vamos analisar dois exemplos: i) a discussão do Código Florestal no Congresso Nacional; e ii) a redução da taxa de juro básica da economia, a famosa SELIC.

O primeiro exemplo a imprensa utiliza apenas um do núcleo do debate, que é mais voltado à esquerda, para induzir que o novo código é um crime contra o povo brasileiro. Ora bolas, como a população mais pobre sobreviverá se não existir terra para o plantio? Será se a imprensa sabe o que vai acontecer se a oferta de alimentos diminuírem em um país subdesenvolvido como o nosso? Será que os ambientalistas do Greenpeace são os maiores expertises do mundo?

Em relação a taxa de juros básica da economia, a SELIC, a imprensa divulga que a economia está esfriada e que os mercados já trabalham com uma taxa de juros menor do que a praticada atualmente. Ora, eu vejo vários especialistas e estudiosos da área defendendo a valorização da taxa em um patamar mais elevado, pois a inflação não está no núcleo da meta.

Que economia é essa que defende a demanda agregada, advindo de um poder de consumo sem limites, para estimular a economia a responder por uma razão, sabe se lá qual que o governo trabalha, para não provocar uma queda do PIB? Quando existe recessão no futuro é porque no presente a economia passou por excessos.

Eu sou defensor da Lei de Say, que advogava que a oferta criava sua própria demanda e não o contrário, como se vê atualmente. A inflação existe por essas distorções na teoria econômica.

Não sou contra a imprensa, mas eu quero que analisem um pouco mais outras frentes de pensamento. O contraditório é necessário para enriquecer o debate e é a pretensão do conhecimento.

Como diz o ditado: jabuti no pé de jabuticaba foi a enchente que pôs ou foi a mão do homem. Com a economia é a mesma coisa, os erros é do homem, mas os acertos são da humanidade livre para pensar e agir!

jabuti

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A diferença entre liberalismo e conservadorismo


Muitas pessoas acreditam que os defensores do liberalismo são conservadores, mas não param para pensar que a natureza dos dois é antagônica. Suas bases estão ligadas a linha política mais a direita, isto é um fato, mas as semelhanças param por aí!

Conservadorismo vem de conservar alguma tradição em direção a um modelo social somado por forças conservadoras tradicionais advindas de famílias, por exemplo. Já o liberalismo defende a liberdade, acompanhada das novas tradições sociais, cunhada pela felicidade individual como método a atingir uma relação social harmoniosa, pois as pessoas trocam aquilo que elas produzem com outras pessoas que necessitam por livre vontade e expressão do individuo, deixando uma sociedade mais rica e feliz.

Para entendermos melhor a visão da escola liberal e o conservadorismo, peguemos como exemplo o que acontece atualmente no Brasil em relação ao homossexualismo. O Jair Bolsonaro, deputado federal pelo Rio de Janeiro, é um conservador de direita, que não respeita o direito de escolha dos cidadãos. Ele é baseado na visão familiar dele e não nas premissas liberais das escolhas individuais, cunhagem defendida pelo liberalismo. Na visão liberal, a vida é o direito do indivíduo e ele faz dela o que bem entender desde que não prejudique as escolhas alheias. É como uma empresa, onde o empresário pode decidir entre prosperar e falir. Assim é a relação entre as pessoas. Cada um faz da sua imagem o que quer. Assim como o sucesso é o mérito, a depreciação da imagem é o demérito proporcionado pelo próprio ser.

Cabe uma ressalta aqui. A defesa do liberalismo é totalmente adversa a visão da esquerda tradicional, que distorce a liberdade individual com propagandas sujas e diz que o coletivo é olhar para o próximo, como se obras de caridade não fosse uma promoção pessoal e egoísta de um ser.

A esquerda se utiliza da força para defender seus ideais e acabam por gerar o seu contraponto que é a direita conservadora do tipo Bolsonaro. A cada ação gera uma reação, conforme a terceira lei de Newton nos revela desde o segundo grau colegial.

Então, antes de agitarmos o terreiro, pensemos antes de agir. A direita conservadora é apenas o reflexo das ações de uma esquerda radical e de pouco diálogo, impulsionada pela força bruta na maioria dos casos. O fusinho do porco não é uma tomada. A entrada é parecida, mas o resultado não é o mesmo!


sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O que é algo improdutivo 2

Um exemplo clássico do que escrevi no artigo anterior (clique aqui para ler) é o que está presente no artigo que foi publicado no excelente blog do professor Paulo Roberto de Almeida (UNE do PCdoB: melhor que trafico de drogas...).

O que é algo improdutivo?

Muitas pessoas questionam uma economia de mercado porque ela obedece às regras que são geradas pelo próprio mercado, portanto, regras que surgem naturalmente das negociações entre os agentes econômicos.

Todo mercado privado é produtivo, já que a lógica da existência de um mercado é a relação de trocas entre agentes que ofertam e demandam entre si bens que se tornam úteis pelas necessidades. Vou citar um exemplo: o padeiro faz pão, não porque ele gosta de mim, mas porque eu darei para o dono da padaria o meu dinheiro e ele repassará ao padeiro a parte que lhe deve de sua produtividade na fabricação do pão. Mas como foi que eu consegui dinheiro para comprar pão? Com o meu trabalho, ao produzir algo para alguém que demandou os meus serviços e assim sucessivamente.

Existe algo improdutivo? Sim. No Brasil vemos aos montes e todos alocados no setor público ou no meio sindical.

Antes que eu seja condenado, não estou querendo dizer que um servidor A ou B é improdutivo, mas sim que o serviço que eles operam tem natureza improdutiva. Como assim? O trabalho surge de uma demanda privada. Como no exemplo que eu dei acima, o padeiro é uma profissional que surge para atender a demanda de outros trabalhadores que pretendem comer um pão quentinho no café da manhã para trabalhar ao passo que uma parte do serviço público não tem uma demanda privada.

Percebe-se da explicação acima que o setor privado gera demandas e ofertas econômicas pelas necessidades dos agentes em consumir um bem que outros com talento fabricaram.

Peguemos um exemplo de um agente administrativo de um ministério. Posso medir a produção dele pela quantidade de memorandos que ele digita em um dia, mas ele não atende uma necessidade do mercado e sim as normas internas de um governo. Ou seja, cidadãos comuns pagam impostos para que a vida deles fique um pouco mais complicada, já que o servidor tem que justificar o seu salário produzindo mais burocracia para o meio privado da economia.

Peguemos agora outro exemplo. Imagine um engenheiro mecânico que produz freezer para vender aos supermercados que armazenam congelados para os seus clientes. Esse engenheiro recebe X reais por venda de um freezer e tem um custo de 0,6X com a fabricação de cada um. Se o governo lhe impuser um imposto de 20% sobre o seu faturamento e ele não repassar aos seus clientes, ele reduzirá sua poupança pela metade, já que antes ele recebia 0,4X e agora passará a receber 0,2X, pois seus custos aumentaram para 0,8X. Se o engenheiro tinha em mente expandir os seus negócios, ou o governo adiou esse tempo, ou ele perderá o incentivo e finalizará seu empreendimento.

Daí as pessoas podem se justificar: mas o servidor público também retornará esse valor ao mercado na forma de consumo… Sim, mas não será canalizado para o empreendimento do engenheiro e novos freezers faltarão no mercado fazendo com que o preço do frango, que é sensível aos custos operacionais, aumente e o servidor público reclame do governo porque o custo de vida dele está aumentando, devido à inflação e ao salário nominal fixo que provoca uma queda no salário real.

Partindo dessa premissa, eu entro na segunda relação de improdutividade: os sindicatos. Eles ajudam a derrubar o que está tendendo a queda. Quando o servidor faz greve reivindicando salários reais, justificada pela defasagem provocada pela inflação, automaticamente ele sinaliza ao governo aumentar sua receita. Como todo mundo sabe, a receita do governo são os tributos, logo mais encaixe e fiscalização serão provocados contra o setor privado da economia, reduzindo mais ainda a poupança privada, desestimulando a economia produtiva e direcionando todos os recursos para o setor improdutivo (sindicalistas e servidores públicos).

Infelizmente nós brasileiros estamos partindo para este círculo. Um caminho complexo e, dependendo do enredo, de finais trágicos. Que o diga a Grécia que não entendeu que toda escolha existe uma renúncia e o custo dessa renúncia pode ser mínimo ou máximo, dependendo do tamanho das vidas que estão ancoradas no jogo.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Por que a China exporta produtos manufaturados e o Brasil produtos primários?

Antes que os cepalistas defendam os conceitos de Celso Furtado e Maria da Conceição Tavares sobre a política de substituição de importações, vamos entender o comércio entre China e Brasil.

A relação de trocas entre essas economias se dá da seguinte forma: importamos produtos manufaturados e exportamos matérias prima à China. Dessa lógica surgem algumas intervenções e medidas protecionistas por parte do estado brasileiro. Mas, qual o motivo para essas medidas autoritárias? Por que não produzimos manufaturas competitivas? Por qual razão o governo brasileiro quer montar IPADs no Brasil para estimular a industrialização e o desenvolvimento nacional de novas tecnologias?

Muitas pessoas defendem essas ideias, sendo que algumas não entendem o motivo da defesa. Quando partimos para a política de substituição de importação, desviamos nosso olhar da realidade e construímos um mundo de métodos econômicos “fáceis” para corrigirmos um defeito existente em nossa cultura, como se o brasileiro existisse apenas em um plano virtual.

Observando a maioria dos especialistas do assunto, estudantes e o senso comum, percebemos que a maioria responsabiliza o baixo investimento educacional como um fator das distorções econômicas e culturais entre o Brasil e o resto do mundo.

Voltemos em nossa análise sobre o Brasil e a China após a exposição elaborada acima. Não acredito que a China, com quase 1,5 bilhões de pessoas, tenha um nível educacional, em termos relativos, melhores do que o Brasil em quesitos percentuais de pessoas com nível superior pra cima. Segundo o FMI, percebemos que o PIB per capita de um chinês médio é menor do que a de um brasileiro no mesmo estrato social que, em numerários de 2010, estava em US$ 7.518 ante US$ 11.289 de um brasileiro.

Para o meu amigo leitor ter uma ideia do fosso de pobreza em que os dois países estão inseridos, olhe para o primeiro do ranking, o Qatar, cujo PIB per capita foi de US$ 88.232. Para um chinês perceber a riqueza de um trabalhador no Qatar, ele deve produzir 12 vezes mais do que ele desenvolve atualmente, enquanto o brasileiro empenhará 8 vezes mais do que realiza hoje.

Logo, qual o motivo de importarmos manufatura e exportarmos matéria prima à China? Simples! Os chineses não têm legislações trabalhistas rígidas, tem disciplina cultural e aceitam qualquer desafio.

Analisando a teoria econômica da lei da oferta e demanda no mercado de trabalho, teremos uma situação do tipo: as empresas demandam mão de obra e ofertam capital; e os trabalhadores demandam capitais e ofertam mão de obra. Condições a seguir são dadas: a oferta de trabalhadores é mais elástica, ou seja, mais trabalhadores para uma mesma atividade econômica. Isto rebaixa salários. Então, a oferta de capitais por parte das empresas é inelástica, o que provoca a redução dos salários e o aumento da oferta de trabalhadores para empresas, que aceitam qualquer serviço para adquirir capital. Fora que na China existem estímulos fiscais para empresas multinacionais instalarem parques industriais em seu território.

Se a China apresenta os cenários acima, as empresas sentem-se mais a vontade para investir e utilizarem seus trabalhadores nos processos produtivos, pois o custo de trabalhador chinês é decrescente, semelhante à aquisição de máquinas e equipamentos, que tendem a reduzir os custos operacionais.

A conjugação de leis trabalhistas frágeis com salários reduzidos, devido à forte densidade demográfica, faz com que a China tenha vantagens relativas em relação ao Brasil na produção de IPADs ou outras formas de tecnologias avançadas.

O problema que o Brasil deve encarar é a redução do custo país e estimular nossos jovens ao empreendedorismo ou nas carreiras privadas, melhorando o ambiente competitivo e uma política tributária mais enxuta. Enquanto continuarmos incentivando nossos jovens na carreira pública, uma força sindical desproporcional e poucos empresários guiando as políticas econômicas no país, não poderemos reclamar que os produtos chineses estão invadindo o Brasil, como se o problema estivesse aí. Nós deveríamos olhar para a realidade dos fatos e não ficar procurando o bode expiatório dos nossos defeitos econômicos e culturais.

sábado, 29 de outubro de 2011

A lógica da escassez

A nossa mente produz um turbilhão de ideias e se outras pessoas comprarem pela necessidade, você se tornará uma pessoa rica. Mas, como mensurar o valor? É complicada a resposta quando se trata de numerário, pois temos que levar em conta o custo dos insumos da produção mais impostos e, por fim, a expectativa de lucro que se receberá pelo produto final gerado. Após este somatório atingiremos o preço real que tal produto tem e o valor que os seus consumidores darão.

A teoria da escassez existe para equilibrar este mercado. Se tivermos uma produção maior do que o nível de consumo, a expectativa de lucros e os custos dos insumos reduzirão para o produtor, pois o preço ofertado é menor do que a expectativa criada no ato da produção. Mas, se o inverso for verificado, no caso uma demanda maior do que a oferta, a constituição da escassez é predominante. Portanto, o valor do bem tenderá a subir acima do preço estimado para o mercado e o produtor receberá um lucro maior do que suas expectativas e também podemos notar uma forte elevação dos custos de produção, pois na maioria dos casos trata-se de um produto de maior valor agregado.

Olhando por essa ótica eu me pergunto: por que a remuneração do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) não se eleva? Ele serve para alimentar o cofre da Caixa Econômica Federal (CEF) nos empréstimos imobiliários, ainda mais com os programas estatais de moradia popular às famílias de baixa renda, elevando assim a demanda esperada pelo mercado imobiliário acima do ponto de equilíbrio entre oferta e demanda que, consequentemente, aumentará o valor dos bens imobiliários.

Uma nova tática do governo para utilizar o FGTS é nas obras de infraestrutura urbana para atender os projetos: Copa do Mundo e Olimpíadas.

Vamos voltar à teoria da escassez para analisar essa política torta que os nossos governantes imprimem à população trabalhadora brasileira, com apoio das principais centrais sindicais do país.

Pela lógica de mercado, se eu tenho uma poupança escassa e se a utilizarei com recursos de terceiros, a taxa de atratividade desse rendimento tende a subir, ou seja, a taxa de remuneração do FGTS aos trabalhadores deve subir, pois existe uma demanda maior para utilizar esse bem e quem não é superavitário deverá pagar àqueles que poupam recursos para atender as suas finalidades.

Você trabalhador percebeu alguma alteração no rendimento de seu FGTS, por mais que exista demanda pelo SEU recurso? Lógico que não! Ele é definido por uma taxa fixa de 3% ao ano mais a taxa referencial (TR) que é calculada pela taxa média mensal ponderada ajustada dos CDBs prefixados.

Pois bem. Faltando a lógica econômica quem perde é o trabalhador. Em vez desse recurso retornar em salário ao trabalhador e ele fazer o que melhor entender, o governo manipula os resultados e os deixam iludidos com uma “poupança” nada rentável.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Como o mercado se equilibra?

Muitas pessoas se perguntam se é possível existir um equilíbrio de mercado, já que a defesa do livre mercado é tida como uma ação imoral por uma parcela da população que introduz um terror ao afirmar que as pessoas que defendem a liberdade de mercado são “neoliberais”, como se existisse o termo ou, se existisse e a pessoa afirma que é, será taxada de imbecil ou até de termos piores.

Uma demonstração que a liberdade de mercado existe vem da tecnologia da informação. O setor de serviço que mais cresce no mundo, já que a tecnologia é um catalisador à passagem de gerações, demonstra como o mercado se equilibra.

O núcleo de informações que estão disponíveis na internet induz o que em economia é conhecida como informação simétrica, ou seja, a verdadeira informação. Todos os agentes que participam do processo sabem os riscos e as vantagens de participarem do processo.

Peguemos como exemplo os vírus e antivírus. Da mesma forma que existe o crime, que é o roubo da informação, sem o respeito de propriedade, existe a cura, que foi pensada pela iniciativa privada. Ambos agentes têm interesses para atuar nesse mercado. O criador do vírus para roubar a informação e enriquecer rápido e ilicitamente e o criador do antivírus para, primeira resguardar suas informações já que ele pode ser furtado, e porque vê nesse mercado várias pessoas interessadas em manter o que é sua por direito. Por que então não comercializar essa tecnologia?

A pergunta acima já cria um mercado. Muitas pessoas pensam em como combater os vírus na rede e inicia um processo de empreendedorismo e então empresas surgem para competir no mercado por clientes que utilizam seu tempo para trabalhar em outras áreas que ofertará serviços ou produtos aos empresários das instituições de antivírus, criando assim um sistema de trocas.

A situação acima é explicada pela existência do capitalismo. Sem ele não existia o direito da propriedade, os interesses dos agentes e o progresso econômico.

Percebe-se que pode sim existir uma economia de mercado altamente equilibrada. A internet é um núcleo que não precisa da intervenção estatal para guiar como os agentes devem se organizar. Então, por qual motivo ser “neoliberal” é tão ruim?

domingo, 16 de outubro de 2011

Como piorar uma coisa que já está ruim!

Em minha visão sobre educação, ela tem que ser fonte de satisfação e prazer aos seus participantes, ou seja, corpos docentes (professores) e decentes (pais e alunos). Ela é meio e não fim, significando que ela tem que melhorar a capacidade e o conhecimento de quem dela se interessa e participa.

Um trabalhador mais qualificado tem correlação, na maioria dos casos, com um bom processo educacional que recebeu. Quando o ser humano realiza um trabalho, ele é complexo na medida em que não tem os meios necessários para resolver ou melhorar a eficiência produtiva. Nesse caso, a solução é a capacitação, de onde surge a educação. Ela é a ferramenta para otimização da capacidade produtiva e reduzir o tempo na solução dos problemas, adquirindo assim uma poupança temporal para realização de novos processos, ampliação da produção e/ou desenvolvimento de novas atividades.

Para esse conceito ocorrer da melhor forma possível, a orientação da educação tem que partir de uma ação natural, do reconhecimento do talento e do prazer em se capacitar para conhecer, produzir e crescer.

Dito isso, percebemos que a educação é orientada de uma forma espontânea e não tem ninguém que pode definir o que se ensina ou o que se aprende. Diante disso, o governo que se mete demais no controle dos currículos escolares não reconhece o talento e as ações humanas que serão necessárias para cada cidadão encontrar sua aptidão e seu prazer laboral.

Logo, o que o ministro da fazenda do governo argentino está querendo é uma medida que não merece atenção e respeito, porque ele pode piorar uma coisa que já está ruim. E acredito que não é isso o que o povo argentino quer!

Mafalda

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Qual o impacto da nova legislação sobre o aviso prévio para trabalhadores e empresários brasileiros?

A nova lei que sancionou o aumento de dias para o aviso prévio, assinada ontem pela Presidenta Dilma Rousseff, levanta várias questões sobre o custo do trabalho nos empreendimentos privados.

Para se entender o impacto dessa medida, um dia a mais de trabalho resulta em cálculos trabalhistas que impactam nos custos dos produtos ou serviços ofertados nos empreendimentos nacional.

O que está incluso nessa medida? O proporcional de décimo terceiro salário, férias, FGTS, INSS e salários que serão pagos a um funcionário que não está mais nos planos do empresário e que onera em custos que serão repassados aos preços. Como sabemos, escalada nos preços tem um fenômeno conhecido como inflação.

A economia brasileira atualmente vive uma inflação de custos trabalhistas. Com um mercado de trabalho aquecido e negociações salariais acima da inflação acumulada em doze meses, os preços estão sendo ajustados para compensar os custos trabalhistas que estavam fora da planilha orçamentária anual da empresa que, em muitos casos, são elaboradas ao final de cada exercício ou início do próximo, muito antes das negociações salariais dos sindicatos patronais e laborais.

Para o trabalhador brasileiro empregado é uma boa medida porque eleva a dúvida do empresário no processo demissional, reduzindo e muito o nível de eficiência e produtividade nos negócios. Esta explicação é típica de uma economia marginal que é a maior sofredora dessas medidas estatais que visam políticas populistas.

Para as grandes marcas, esse impacto é praticamente nulo. A elevação desses custos impacta em medidas direcionadas aos consumidores, que arcam com essa medida pela necessidade em utilizar seus produtos. Mas quem sofre são as padarias dos seus Zés e donas Marias que contratam profissionais pouco qualificados, com salários aquecidos e custos trabalhistas astronômicos.

Antes de considerarmos a CUT ou a Força Sindical heróis dos trabalhadores do Brasil, questione se sua vida está sendo facilitada com essas medidas ou elas estão distorcendo o seu estado de bem-estar social. O trabalhador que está a margem, que é a grande maioria, será mais excluído do que antes da implantação dessa lei. Como diz o ditado: quando a esmola é demais, o santo desconfia!

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Qual o custo dos incentivos?

Pode parecer um tema chato ou de pouca sensatez de minha parte, mas existe um custo em algumas leis tidas como sociais que são impostos que a maioria aceita sem saber o quanto custa e o direito que lhe é retirado. Aqui não definirei se estamos certos ou errados em adotarmos tal postura, mas o que pretendo é explicar os impostos que estão lançados à sociedade brasileira e que aceitamos como um costume.

A definição de imposto não é de alguma coisa que pagamos somente, mas também de algumas coisas que somos obrigados a cumprir, senão seremos duramente penalizados, e isto se acaba tornando uma questão moral.

Alguns exemplos desses impostos são: obrigatoriedade de jovens do sexo masculino, ao completar 18 anos, de alistarem nas forças armadas; pagamento de meia entrada em ingressos culturais para estudantes e idosos; acento preferencial em transportes públicos para pessoas com deficiência, idosos, gestantes, etc.; vagas exclusivas em estacionamentos para autoridades, idosos e deficientes; dentre outras leis que são direcionadas para organizar a sociedade de cima para baixo.

Algumas perguntas surgem ao senso comum e a maioria não entende porque não se abaixa os preços das passagens de ônibus, do ingresso do cinema, das vagas dos estacionamentos, etc. Em todos esses preços estão inseridos os custos que o empresário terá para arcar com o custo da lei, ou seja, do imposto social.

Se uma passagem de metrô custa R$ 3,00 tenha certeza que você pagou a passagem de um idoso e a cadeira dele que estará disponível no trem e nas estações. O custo de sua viagem é carregada de pessoas que você não conhece, mas que arca com os seus deveres sociais.

Existe uma solução para este impasse? Sim. Mas eu não acho interessante tecer qualquer comentário contrário preciso em relação a lei nesse exato momento, já que estou em ambiente democrático e a maioria da sociedade aceita esses métodos justamente por causa da questão moral e me torno um voto vencido.

Será que você deixaria um idoso em pé dentro do metrô ou ônibus? Nossa questão humana já indica que partiremos para uma premissa instintivamente de deixá-lo ocupar nosso espaço por ser a parte mais frágil e não é necessário imputarmos uma ordem de cima para baixo, como se vivêssemos em um pasto e necessitássemos de ser guiado por um caminho definido pelo pastor.

Questões como essa são polêmicas. Mas pensemos um pouco melhor antes de reclamarmos das passagens de ônibus, do ingresso do teatro ou cinema, do metrô e das horas caras pagas em estacionamentos privados.

Entender como se constitui uma sociedade também é um dever de justiça. Dependendo da crença do povo e da pouca vontade para o trabalho, teremos com certeza uma enorme escalada em penosos impostos provenientes de custos visando o “bem-estar” social.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Reverência a melhor!

Uma pausa para celebrar a melhor banda de metal de todos os tempos. Valeu Metallica, valeu Rio!!

Depois eu volto com meus artigos de economia.

 

Será que os burocratas não tem o que fazer em Brasília?

Eu fico pensando se Brasília tivesse praia. Tiraram a capital do Rio de Janeiro com a desculpa que não se olhava para o interior do Brasil, mas estou vendo que isto pouco importa.

Agora a vez do governo é intervir contra um comercial de lingerie. É o cúmulo do absurdo o quanto o estado inventa para criar um clima de pânico na sociedade.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Praxeologia

O primeiro caminho para assumirmos o capitalismo é defendermos nossas ações. A Praxeologia é o estudo que define a ação humana na transformação do mundo.

Esta aula é fantástica e também não posso deixar de dizer que a apresentadora é bonita. Uma mulher linda e inteligente é o somatório que resulta em excelente conteúdo. Bom vídeo e que ele seja útil para você ver o mundo por outra ótica.

 

Putz! A política outra vez que mandar na economia!

É impossível pensar que tem gente que não usa o cérebro. Não precisa fazer um esforço mental para perceber a quanto enviesada é a mente de um burocrata. Olhando para duas medidas políticas recentemente você entenderá onde eu quero chegar. A primeira é a elevação do IPI sobre carros importados, aqui no Brasil, e a outra é a elevação da alíquota de imposto para os afortunados, nos Estados Unidos. Com certeza a brasileira é a pior, mas a segunda não merece comentários decentes.

Não tem como olhar para essas medidas dos governos brasileiro e americano e não ficar indignado. Ambas reduzem o bem estar e empobrece a economia como todo.

Quando se eleva o IPI para carros importados, reduz o poder de decisão do consumidor em optar por um carro com maior valor agregado e melhor custo benefício em detrimento dos Pálios, Fiat Unos, Celtas, Gols, etc., que são carros montados e que só atende ao público interno brasileiro. O mundo não quer esses carros de menor valor agregado!

Existem três artigos excelentes que tratam do assunto. Os links seguem abaixo, mas eu não posso deixar de informar que essa medida é uma VERGONHA NACIONAL. Quem defendê-la gosta de ser chamado de otário.

A outra medida trata da elevação da alíquota de imposto paga pelos ricos americanos como forma de desmerecer a meritocracia. Para este assunto, eu indico o artigo do Adolfo que trata com parcimônia a questão (clique aqui para ler).

Voltarei para meu jogo de paciência, pois o governo já está me deixando puto com tantas medidas politicamente “corretas”. Com tantas ações ruins é preferível continuar ao meu modo politicamente “incorreto” a defender tanta sandice.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Por que a SELIC interfere tanto nas finanças de dona Maria?

Muitas pessoas devem ser perguntar o motivo do alarde de especialistas com a taxa de juro da economia, a famosa SELIC. Muitas perguntas surgem do tipo: se o juro subir ou cair, por que tenho que preocupar? Por que os bancos gostam de uma SELIC alta? Por que a política de esquerda brasileira pede tanto a queda dos juros induzindo que quem ganha com ela alta são os banqueiros? Estas e outras perguntas surgem direto ao mainstream econômico.

Para entendermos as taxas de juros, primeiro precisamos saber o que é juro? Definindo de uma forma sucinta, juro é o preço pago em determinado período de tempo. Se o momento for curto a taxa tende a ser alta e o contrário ocorre em longo prazo.

Imagine o seguinte: você investe um capital para resgatá-lo em um, dois ou três anos. A sua meta é adquirir R$ 100,00. Se a taxa de juro for de 10%, para que no primeiro ano você atinja sua meta, você aplicará o valor de R$ 90,91; se decidir pelo segundo ano, você investirá R$ 82,64; e para o terceiro ano o valor seria de R$ 75,13. Agora imagine que a taxa é de 8%, os valores então seriam, respectivamente: R$ 92,59; R$ 85,73; e R$ 79,38. Perceba que o valor presente do capital subiu quando teve uma redução na taxa de juro. A diferença no primeiro ano foi de 1,85%, no segundo de 3,74% e no terceiro de 5,66%. O que essa situação demonstra é que o valor presente é maior quando a taxa de juros é mais baixa, revelando que as grandezas são inversamente proporcionais.

Se você é um investidor, qual a situação é escolhida? Se a taxa de juros for alta é melhor aplicar o dinheiro e consumir no futuro e se ela é baixa é melhor consumir no presente. Ou seja, a taxa de juros nada mais é do que uma variável que calcula o quanto você paga pela sua impaciência ou recebe pela paciência.

Agora voltemos à SELIC. Ela é a taxa de juros que os bancos emprestam um ao outro para fechar o seu caixa de um dia. Sérgio, como assim? Os bancos possuem títulos públicos em sua posse e esses títulos são negociados entre os bancos, mas de que forma? Toda vez que você realiza um depósito, o banco recolhe o depósito compulsório que vai direto para o cofre do Banco Central do Brasil definido por decreto. Para ilustrar melhor, vamos imaginar uma taxa de depósito compulsório em torno de 20% e que você acabou de depositar R$ 100,00 no banco A, ou seja, o banco remeterá ao Banco Central do Brasil R$ 20,00 desse depósito ao final do dia. Desse dinheiro o banco A só pode emprestar R$ 80,00, mas aparece o seu Luiz e pede emprestado R$ 90,00. O banco não quer perder negócio e empresta os R$ 90,00 ao seu Luiz. Então seu Luiz vai ao banco B e depósita os R$ 90,00 que pegou emprestado no banco A. Dessa forma, o banco B só poderá emprestar R$ 72,00 e recolherá R$ 18,00 que vai para o Banco Central. O banco B empresta R$ 62,00 à dona Ana e a história continua. Perceba que o banco B ainda tem R$ 10,00 para ser emprestado e esse dinheiro vai para… o banco A, que está devendo o Banco Central em R$ 10,00. Qual a garantia que o banco A dá para o banco B? Os títulos públicos que estão em sua posse pelo valor de mercado, ou seja, corrigidos pela SELIC (Sistema de Liquidação e Custódia). Então, quanto maior for a taxa de juros, menor é o valor presente e maior o valor futuro de face.

Agora imaginemos com números. Os títulos públicos são cheques pré datados que o governo vende para ser resgatado pelo agente que está de posse deles no dia do vencimento. Como é um cheque influiremos que o valor de face do título público negociado é de R$ 1.000,00. Se a SELIC for alta, o valor presente é menor, como no exemplo detalhado acima, e é melhor resgatar o título no futuro; se ela for baixa, o valor presente é maior e, portanto, é melhor consumir no presente. Vamos voltar no exemplo acima e imaginar as taxas de 8 e 10%.

Quando a SELIC vale 8%, o valor do título negociado é de: R$ 1.000,00/(1 + 8%) = R$ 925,93. Quando a taxa é de 10%, o título é negociado em: R$ 1.000,00/(1 + 10%) = R$ 909,09. Perceba que a diferença paga por um título negociado com uma taxa de juros menor tem uma rentabilidade menor do que àquele negociado a uma taxa de juros maior. Na taxa menor o agente detentor do título ganhará R$ 74,07, enquanto na taxa maior ele receberá R$ 90,91 de rendimentos.

Agora, meu amigo, você percebe claramente que uma taxa de juros alta aumenta o poder de barganha de quem possui títulos públicos a negociar taxas de juros mais alta em empréstimos interbancários e essa taxa ajuda a forma a CDI e, por conseguinte, os CDBs dos bancos que recolhe empréstimos de correntistas, etc, etc, etc.

O que o Banco Central faz com os depósito compulsórios? Política Monetária. Quando a economia está ruim, o Banco Central compra os títulos dos bancos, reduzindo a taxa de juro, ou seja, a SELIC, e devolve os depósitos compulsórios que ele retirou dos bancos. Como a taxa de juros reduziu, os bancos perdem o incentivo de negociar com outros bancos e negociam com… a dona Maria.

Pois é, agora aparecem as finanças da dona Maria. Com mais dinheiro em caixa, os bancos são estímulados a emprestar aos seus correntistas, já que provoca receita pela quantidade de empréstimos e não pelo preço do título (que no caso é a SELIC).

Quando a dona Maria recebe o dinheiro emprestado, ela compra as verduras do seu Zé, que compra carne do seu Antônio, que vai ao cinema com a namorada, e assim sucessivamente.

Agora, meu amigo, o Banco Central tem que ficar de olho é na inflação. Não tem ser vivo que aguente o dragão, principalmente quando ele está incontrolável. Vou parando por aqui, pois meu artigo está longo e cansativo. Voltarei em outros para explorarmos melhor o assunto!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Emprego x Salário Mínimo

Este artigo foi escrito por um amigo economista e leitor do blog, Edvaldo Frazão. Ele me enviou por e-mail e posto para que meus amigos leitores apreciem suas ideias. Obrigado Frazão pelo artigo.

Abraço!

Emprego x Salário Mínimo

Por Edvaldo Frazão

Com a elevação do salário mínimo, o que muda no cenário econômico? Existe uma ideia amplamente propagada de que o aumento do salário mínimo é eficaz para reduzir a pobreza na sociedade. Será isso uma verdade?

O professor Marco Aurélio, da Universidade Católica de Brasília, costuma dizer o seguinte: se você quer saber como o mundo está, dê uma olhada em sua janela. Olhando através dela percebemos que muitos trabalhadores que ganham salário mínimo têm certo grau mínimo de estudo ou estão iniciando a vida profissional.

A questão do salário mínimo está na geração de pesos mortos na economia. Quem tem uma cultura reduzida não melhora sua situação com o salário mínimo e ele ainda serve como baliza na busca de emprego, já que a pessoa não apresenta a capacitação necessária para gerar o produto que arcará com seus custos. Nesse caso, o custo do trabalho é maior do que o lucro do captalista, logo a relação de trocas é negativa e como o empreendedor é um agente privado e racional, não arcará com o dispêndio de uma economia sem trocas (o empreendedor e o trabalhador ficam pobres ao longo do tempo).

Bem da verdade que o Brasil continua a bola da vez no cenário mundial. Os americanos e europeus vivem uma crise e suas taxas de desemprego dão mostras que não irão diminuir em curto prazo. Mas o Brasil tem que se precaver, pois o quadro está mudando com os sinais de desaceleração divulgados em pesquisas realizadas pela CNI. De julho a agosto de 2011, os estoques indesejáveis subiram de 6,5 para 9,5%, segundo informa fontes do setor. É intrigante ver que muitas das empresas que concederam aumentos generosos, como no caso das montadoras, são motivadas a conceder folgas e férias aos seus funcionários devido às quedas nas vendas.

As notícias já refletem o drama que vive a indústria brasileira. O crescimento do emprego perde fôlego no segundo trimestre de 2011. Nos últimos dois meses foram gerados cerca de 340 mil empregos, ante 430 mil no mesmo período de 2010 – 26% a menos. Para se ter uma ideia, só no setor manufatureiro a redução do ritmo foi de 40%. Estima-se que o emprego industrial em 2011 crescerá apenas 0,5%, bem abaixo dos 3,5% observados em 2010.

Com quadro apresentado acima é difícil entender a razão de reajustes tão elevados nas negociações coletivas, principalmente quando o governo indexa o salário mínimo a variação do PIB dos últimos dois anos mais a taxa de inflação oficial (IPCA). Teriam essas empresas uma margem de lucro tão grande que lhes permite aumentar as remunerações? Ou estariam elas num beco sem saída por causa da forte escassez de mão de obra? Em ambos os casos a indústria perde, já que a rentabilidade diminui e o empresário não tem os incentivos necessários para investir e contratar.

Vejamos um exemplo: você tem uma empresa e tem como meta alcançar o percentual de lucro mínimo que fique por volta de 3 a 5% ao mês do capital investido na empresa. Se os custos aumentam o lucro decresce, a não ser que você parta para demissão. É justamente isso que você fará! Essa lógica impede que a economia gire organicamente, pois sem emprego, não existe consumo, e sem consumo, não existe empreendimento, e isto impede a atuação do fluxo circular econômico.

Tudo isso é uma sugestão para termos realismo nas negociações salariais, pois 2011 já compromete as finanças pública e privada do ano de 2012.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Um exemplo de vida e sucesso

Engraçado como alguns estudantes, profissionais e até professores não compreendem que a ciência foi descoberta como meio de aperfeiçoar o trabalho e estimular a competitividade. Muita gente acredita que ter um curso superior ou capacitação é colecionar diplomas no mural da sala de estar.

Algumas pessoas não sabem o motivo de estarem estudando e vão para o mercado de trabalho tão despreparada quanto o tamanho da arrogância em ter um certificado plastificado e limpo, mas sem o conteúdo necessário.

Fico imaginando o motivo porque a maioria das pessoas demoniza o capitalismo dizendo que o motivo do mundo não ser cor de rosa é devido à ganância de vários empresários FDP que exploram os trabalhadores e só visam lucros. Só que essas pessoas não desfazem do tênis que calçam, das calças e camisas de marca que vestem e ainda esboçam um lindo relógio no braço e um celular no ouvido.

A verdadeira aula que todos os estudantes, do ensino básico ao superior, não podem deixar de assistir. Quem fez este homem foi o capitalismo e ele não foi escolhido por ser bonito ou porque caiu de pára-quedas. Ele é fruto da sua disposição para o trabalho e a sua praticidade em saber que na largada todos saem ao mesmo tempo só que para ser um Usain Bolt ou até mesmo Steve Jobs a mente tem que funcionar. Boa aula!

 

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

O meu amigo, a prosa e a economia da deflação

Quando adolescente, conversava com meu amigo Wesley sobre uma nota de R$ 1,00 que ele mantinha na carteira (para se ter uma ideia do tempo, não existia naquela época a nota de R$ 2,00). Eu estava no terceiro ano do segundo grau e ele no segundo. Naquela época eu nem pensava em economia e nem sabia como o mercado agia. Tinha 17 e ele 16 anos.

Daquela prosa o Wesley me disse: – eu gosto da nota de R$ 1,00… Éramos apenas estudantes, conquistar uma nova nota de R$ 1,00 demandaria boas notas e o orgulho do pai para nos contemplar com uma nova mesada de R$ 10,00 (que valia muito para época: 1998). E ele completou a frase dizendo: – eu sei que guardar nota na carteira gera inflação. Foi pelo menos o que me falaram.

Hoje eu parei para pensar que daquela prosa existia um conceito econômico que pode gerar dois efeitos: a inflação ou deflação. Inflação será se, à medida que algumas pessoas não empregam o capital a casa da moeda coloca a máquina para girar e imprime moeda. Se existir uma demanda menor que a oferta monetária os preços se elevarão e a inflação estará concretizada. Mas o oposto pode ocorrer que é a deflação.

Os americanos vivem um exemplo como esse. Não adianta o FED (Banco Central Americano que na sigla em inglês significa Federal Reserve Bank) implantar quantos facilitadores quantitativos quiser na crença que a economia reagirá como se espera de uma curva de Phillips. O problema é justamente esse. As pessoas não creem nesse mecanismo econômico e preferem manter o dinheiro ancorado na carteira ao fazer sua circulação.

Muitas pessoas devem pensar que a deflação é melhor que a inflação, já que há uma redução nos preços, mas não é! Uma deflação é tão ruim quanto uma inflação. A desvantagem de uma deflação é que as dívidas, por exemplo, crescem na soma de uma PG infinita. Isso cria um circulo “eterno” entre credor e devedor. Fora que o devedor não amortiza a dívida e o credor mantém ativos circulantes por muito tempo em seus balanços, que não é ruim por um lado, mas por outro diminui o apetite pelo risco que impede o investimento e o crescimento empresarial. A economia tende ao fracasso.

Outra variante é que os preços caindo rapidamente expulsa muitos empreendedores marginais, diminuindo o nível de competitividade e fazendo com que as empresas demitam seus trabalhadores, reduzindo o nível de consumo da economia. Os passivos circulantes ficam comprometidos, principalmente o trabalho remunerado, já que os custos ficam maiores do que a receita. Essa é uma das justificativas que a Constituição Brasileira apóia a redução de salários em período de crises de ciclos econômicos.

Então, da próxima vez que você ver alguém defender a deflação lembre-se que economia sadia é àquela ordenada pelos preços reais de mercado. O resto é crise financeira!

sábado, 3 de setembro de 2011

Uma falácia difícil de ser quebrada

Hoje em dia é fácil falar que tudo que dá errado na economia é culpa de um modelo “neoliberal”. Será mesmo que é problema desse modelo definido principalmente por “intelectuais” de esquerda? Vamos aos fatos.

Essa expressão surgiu para contrapor as ideias econômicas da Escola Austríaca de Economia, principalmente do debate entre Keynes e Hayek. Keynes, um emérito economista (não posso deixar de conhecer seus méritos mesmo discordando de muitas ideias), defendia a intervenção do estado na economia para curar a depressão de 1929. A atitude de Keynes foi estimular a demanda agregada em curto prazo que ela oxigenaria a economia e alimentaria o “espírito animal” dos capitalistas. Baseado nesse conceito foi constituído o New Deal pelo presidente americano Roosevelt e uma série de regulações foi criada para induzir a economia dentro de um modelo de estado indutor. Para Hayek, a economia deveria ser livre para os agentes a organizarem de uma forma orgânica, respeitando as perdas e os lucros adquiridos dentro de um fluxo de preços reais. Resumindo, Hayek defendia uma economia de mercado, ou seja, uma economia livre de ações governamentais.

Este debate se alastrou durante o século XX e o mundo absorveu as ideias keynesianas e os modelos foram baseados na criação de estados indutores e interventores que regulava os agentes econômicos.

No início da década de 80, a premier britânica Margareth Thatcher, conhecida como Dama de Ferro, e Ronald Reagan, presidente americano à época, inspirados nos estudos de Friedrich Hayek, incentivaram uma série de desregulação na economia estatal inglesa e americana, dando mais liberdade econômica para os agentes privados. Esse feito foi intitulado pelos idealistas da esquerda de modelo “neoliberal”, já que, na visão esquerdista, o modelo clássico liberal tinha sido extinto com a política do New Deal.

O problema dessa discussão é a esquerda brasileira distorce a verdade dos fatos. De fato o Brasil viveu um período complicado com a ditadura militar, que nada teve de liberal e muito menos de neoliberal. Nenhum liberal que se preze defende a ditadura como muitas ideias de esquerda defendem.

O Brasil vive mais uma política de esquerda do que uma estrutura neoliberal. Alguns fatos justificam minha afirmativa. Vamos a cinco deles.

  1. A política do Banco Central de regulação da economia por intermédio da taxa SELIC (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) leva a crer que seus princípios são mais de esquerda do que ideais liberais, já que se cria moeda e monetiza a dívida. Moeda sem lastro é a ração que alimenta a inflação;
  2. O governo regula a economia impedindo a competitividade, de que forma: criando agências reguladoras que criam barreiras de entrada e determinam como se aplicam as concessões públicas, dando garantia a alguns poucos empresários (sendo alguns casos empresas de políticos);
  3. Elevar a dívida pública para criar mecanismos de controle e protecionismo, advindos de subsídios, só faz determinar uma economia que não mira no consumidor, apenas nos produtores amigos dos burocratas do estado. A desculpa do governo é a criação de players mundial, inibindo o mérito privado;
  4. Controle de bens típicos privados com a criação de empresas monopolistas que negam a verdade dos fatos e são pouco transparente com a sociedade e que no final das contas servem para fazer troca de base política com a desculpa de governabilidade;
  5. Uma alta carga tributária com a promessa de melhorar os serviços públicos sendo que na verdade os serviços são de péssima qualidade e o brasileiro tem que pagar por uma saúde e educação privada. Quanto mais o imposto aumenta, mais os servidores e políticos estão com o bolso recheado e ainda reclamam da atuação do estado.

Antes de difamarem os liberais, os pensadores de esquerda deveriam refletir se é justo receber dinheiro público para manter blogs (exemplo de um, clique aqui) que não são vistos por mim usualmente porque seus ideais não são de meus interesses privados e que se tornam públicos devidos aos incentivos do estado para alimentar as falácias vendidas à sociedade.

Os jovens de hoje em dia são maquetes na mão dessas pessoas. O idealismo de esquerda é de um romance sem realidade, que fala de um coletivismo sendo que existe, obscuramente, o interesse privado de quem escreve o romance.

Pare para analisar, meu amigo! O governo não lhe ajuda como você imagina. O seu dinheiro escoa pelo ralo do dia para noite e você reclama do empresário¹, que está com a corda no pescoço para manter em dia seu negócio devido ao excesso de taxação tributária imposta pelo estado.

Não vou me prolongar neste texto, pois fiz o blog para dividir minhas ideias em vários artigos. Espero com o tempo compartilhar as ideias das mentes livres e que possam pensar melhor sobre o status quo que o estado lhe impõe todos os dias com a promessa que sua vida irá mudar como se fácil fosse girar os ponteiros das horas.

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¹ Quando eu trato de empresário, pense em um homem sério, justo e honesto e não muito picaretas que se dizem empresários, tem acordo com o estado e, principalmente, não respeita trabalhador.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Como montar um mix e buscar resultados mais estáveis para o crescimento econômico


Todos especialistas econômicos indicam que a economia brasileira passa por um processo de desaceleração. Isto é bom ou ruim? Depende da visão e da crença do analista. Para muitos é ruim porque a economia não avança, para uma corrente menor, no qual eu faço parte, é hora de pensar racionalmente e perceber a sinalização real que a economia indica.

Vamos analisar sobre a perspectiva de uma política fiscal que pretende reduzir juros em curto prazo e objetivar um melhor resultado para o crescimento econômico em longo prazo ao responder a seguinte pergunta: como reduzir a taxa de juros? Parece simples, mas como economia não é uma ciência exata, a solução encontra muitas variáveis e que nem sempre são as melhores respostas.

Uma das variáveis que influenciam o crescimento do produto é o consumo privado e público. A propensão a consumir, quando alta, reduz a propensão a poupar. Dessa forma, o somatório entre poupar e consumir é igual à renda. Por exemplo: a propensão a consumir é de 90%. Como a renda é 100% do que a pessoa possui a propensão a poupar será de 10%.

O que percebemos na economia brasileira atual? O índice de inadimplência calculado pela Serasa Experian elevou em 4,5% para empresas, fora a elevação do índice das famílias. A informação dessa estatística é que o consumo está acima da renda, ou seja, 100% da renda e um pouco mais é propensão do consumo, extraindo dessa informação que a propensão a poupar é negativa. Sendo assim, a economia não gera poupança que será revestida para investimento. Logo o crescimento em longo prazo fica comprometido.

Uma forma de elevar a poupança e incentivar os agentes econômicos domésticos a poupar é reduzindo o consumo em curto prazo. Mas como fazê-lo? É complicada a resposta, mas tem um agente que não compreende o bê-á-bá da economia e mantém a roda girando como se isso resolvesse o problema. Esse agente é o governo!

Quais são as medidas que indico para melhorar o perfil econômico em médio e longo prazo? Primeiro eu indico a redução dos dispêndios públicos e privados. Neste caso, precisamos mirar nas famílias. Aqui o problema é bem complexo, pois muda muitas estruturas familiares e perfis culturais. Mas é uma dica. O dispêndio público tão repetido na imprensa e por vários analistas necessitam de redução, mas onde? Precisamos pensar mais racional do que emocional. Os únicos gastos que exploram a economia do governo são os de custeio voltados a projetos sociais e compromissos permanentes, como salários do funcionalismo. É complicado cortar por cortar. Parte daí o paradigma que o governo tem de cortar gastos públicos que em sua maioria são de investimentos.

Assumindo o mix de reduzir o consumo, a economia realmente desacelerará e muitos empregos, principalmente do varejo, perderão fôlego e o nível de desemprego de último estágio reduzirá. Mas vamos com cautela. Se cair o emprego no setor varejista, aumentará os empregos do primeiro estágio da economia (extração, industrialização, manufaturas, etc.), que são atividades de respostas mais duradouras e no médio prazo recuperará a economia e os empregos de último estágio (vendas, serviços, etc.) que são perdidos em curto prazo.

A redução da propensão a consumir no curto prazo elevará a propensão a poupar, reduzindo assim a taxas de juros de curto prazo e o nível de investimento elevam os empregos de primeiro estágio, adquirindo novas atividades na cadeia produtiva, como os empregos intermediários, que faz a circulação dos bens. O aumento da poupança será consumido no médio e longo prazo.

O que acontece atualmente é o exposto. Com uma política monetária expansionista e uma política fiscal de elevação de gastos e propensão a consumir elevada, o dinheiro que entra na economia é confundido como poupança e aumenta o poder dos especuladores, que tem como incentivos a geração de riqueza no curto prazo. A economia então se desorganiza e o nível de investimento é comprometido. Os empregos? Esses poderão ter problemas estruturais, já que as contabilidades das empresas não dão mostras de bons desempenhos, pois muito capital de terceiros entram especulados, fazendo da economia um cassino.

A regra para reduzir os juros é elevar a poupança privada e pública por meios de incentivos de redução da propensão a consumir em curto prazo. Creio que é mais fácil uma disciplina do governo do que orientar todas as famílias brasileiras sobre a definição de poupança e esperar bons resultados quando a nossa cultura nos leva ao consumo imediato. Isto provoca distúrbios nas taxas do spread bancário, cheque especial e nas taxas dos cartões de créditos porque provoca uma corrida para o consumo sem renda e os preços desses ativos bancários aumentam com a demanda elevada. É complicado, mas assim vive a economia brasileira!

domingo, 28 de agosto de 2011

A economia dos flanelinhas

Qual o custo de oportunidade em ser um flanelinha? A profissão não exige capacitação, nem tem patrão e inexiste a formalidade e tudo que entra de recursos é isento de custos, ou eles são baixos que não merecem cálculos e preocupações consideráveis. O motivo da existência de flanelinhas está na formação de um contrato informal e sem cláusulas, diluído de custos para o flanelinha caso a parte lesada, ou seja, o dono do veículo sofra com a péssima qualidade do serviço conjugado com a garantia de um lucro de 100% a cada dinheiro recebido. Vejamos os motivos.

Quando o cidadão ancora em estacionamento ou passagens públicas ele não tem informação completa sobre o núcleo urbano que ele parou e confia em uma pessoa que ele não conhece a vigia de seu carro, na esperança que essa pessoa possua uma informação privilegiada sobre o local. Existem duas formas de a pessoa reduzir o risco e elevar o grau de confiança em um flanelinha. Primeiro que o carro pode está segurado e que o risco moral recaiu totalmente à seguradora caso o veículo seja furtado; ou que a pessoa assuma o risco, pois não existe alternativa já que muitos estacionamentos públicos são “privatizados” por uma camada extensa de flanelinhas.

O que o cidadão deve fazer? Na verdade tudo na vida é provido por um sistema de preços. Caso o cidadão não queira pagar o ingresso para proteger seu bem, assumirá riscos por isso. Muitas das vezes são os próprios flanelinhas que furtam o interior do veículo ou finge que não ver quem os faz, já que em muitas cidades eles garantem a reserva de estacionamento a quem pagar primeiro em preços estipulados por eles.

O problema é a maioria dos cidadãos não conhecerem que o sistema de preços são baseados em uma demanda por serviços oferecidos, carregados de custos operacionais e impostos, e não acham interessante pagar por ambientes privados, que oferecem serviços de segurança e contratos formais, por considerarem que os preços são elevados.

Quem decide o preço em uma economia de mercado? A conjunção entre demanda e oferta. Se a oferta de vagas for menor do que a quantidade de carros, quem permanecer mais tempo nas vagas pagará um preço maior, já que impediu que outras pessoas pudessem usufruir do espaço. Uma demanda elevada influencia na evolução dos preços. Esses preços elevados incentivam a entrada de novos empreendedores e os preços tenderão a ser reduzidos com a elevação da competitividade. Fora que o serviço oferecido tende a melhoria. Isto é economia de mercado!

O problema é que os nossos representantes públicos querem parecer bonito para a opinião pública e não tem ideias relevantes para votar e aprovam leis sem qualidade e que distorcem a realidade. A Lei Distrital nº 4.624/11 é de um desrespeito ao povo, pois finge olhar para o cidadão o provocando com ideias falsas e sem densidade científica.

Notem que os flanelinhas existem devido a essas leis enviesadas que olham apenas por um prisma e esquecem que isso elevará os custos das apólices de seguros, já que aumentará a oferta de estacionamentos públicos e com isso a oferta de flanelinhas mal intencionados que visam lucros em curto prazo diminuindo a qualidade dos serviços, já que não existem contratos formais entre as partes. Fora que não existirá vagas para todos, já que a procura será grande e não existirá interesse dos estabelecimentos melhorarem a oferta de vagas, reduzindo o bem-estar com o passar do tempo.

Além de tudo que dissertei acima, o governo não perderá tempo para elevar o imposto sobre veículo automotivo (IPVA), cuja justificativa se dará pelo aumento de vagas públicas para o cidadão.

Lembrem-se: leis ruins geram economias ruins. Se não tem dinheiro para pagar o estacionamento, vá de metrô ou ônibus, mas não se iluda com as “boas” intenções dos burocratas do estado.