quinta-feira, 29 de março de 2012
Dois mundos
segunda-feira, 26 de março de 2012
O concurso público e a sua vida
As pessoas me punem porque sou contra o formato de contratação por processo seletivo de ingresso de novos funcionários no setor público da economia ou que eu seja contra os servidores públicos só porque eu considero o seu excesso um câncer que tem que ser curado no Brasil.
Em minha mente vem um velho ditado que diz: contra fatos não há argumentos! Então vamos aos meus argumentos.
Qual custo de formação de um profissional no Brasil? Peguemos o custo de uma criança que iniciará suas atividades escolares com 05 anos de idade. Se considerarmos que o preço da mensalidade é de R$ 500 e que os pais bancarão até essa pessoa completar 18 anos (neste caso depuramos a inflação e os ajustes sazonais do período como, por exemplo, elevação salarial da mão de obra educacional), teremos a seguinte conta:
Custo de 01 Ano de Educação = 12 meses x R$ 500 de mensalidade = R$ 6.000
Custeio Educacional na 1ª Etapa de Vida = 13 anos x R$ 6.000 = R$ 78.000
Cabe destacar que não entram em meus cálculos os valores dos materiais que a criança utilizará e os cursos extras, como inglês, que ela fará ao longo do tempo de aprendizado.
Ao final desse primeiro ciclo, essa criança está pronta para o mercado de trabalho? Tenho quase certeza que maioria das pessoas balançou negativamente a cabeça ao término da leitura de minha pergunta. Então, é importante pagar mais 04 ou 05 anos de faculdade para que ela estude e, de fato, tenha condições de se tornar um profissional “qualificado” para o mercado.
Voltemos novamente às contas e manteremos o custo da mensalidade no mesmo patamar de R$ 500 só para simplificar nossa matemática.
Custeio do Ensino Superior = 04 anos x R$ 6.000 = R$ 24.000
Qual o custo desprendido pelos pais para formação dessa criança que se transformou em um adulto com canudo na mão? R$ 102.000. Lembrando que desconsiderei a elevação dos custos e a inflação do período, notamos que mesmo assim é um dinheiro considerado.
Sintetizando meu exemplo, foram 17 anos de estudos na formação de um adulto com 22 anos em busca de uma oportunidade de emprego.
Ao chegar à primeira entrevista, o garoto já pede como salário inicial o valor de R$ 3.000, pois ele quer manter o mesmo padrão de vida dedicado pelos pais ao longo de sua vida estudantil.
Como o empresário sabe que o salário é pago pelo equilíbrio entre produtividade marginal desenvolvida pelo trabalhador com a taxa marginal de substituição técnica, entre outras palavras, o quanto o empresário gasta para manter um trabalhador eficiente em relação a oferta disponível no mercado. Quanto maior for a taxa, maior é o salário médio desse trabalhador em relação a economia como um todo, pois ele é pago pelo que produz.
Ao se deparar com isso, o empresário está disposto a pagá-lo inicialmente o equivalente a R$ 1.000 (três vezes menos do que ele está disposto a receber) devido a sua falta de experiência e o tempo o levará ao salário de início desejado. Logo, como não há acordo, o empresário tem problemas para fechar uma lacuna em seus negócios e o estudante encontra-se desempregado.
Quando este último abre o jornal e vê uma manchete dizendo que o Instituto Nacional das Artes Insanas da Mídia Internacional em Detrimento do Mercado Nacional na Conjuntura Atual abre uma vaga para Analista de Reforma Institucional do Código dos Músicos Fora da Arte, para qualquer nível superior, com um salário inicial de R$ 3.000, o estudante não pensa duas vezes: vou fazer este concurso!
Logo, a economia desviou uma pessoa que se tornaria produtiva para a iniciativa privada em detrimento de um cargo que não faz o menor sentido, tudo pelo salário.
O problema do jovem estudante é um problema para todos nós! Sem a disposição dele para o mercado privado, os empresários aumentam o salário e a carga de trabalho dos que estão bem empregados (executivos) que logram uma vida mais estável (vide salários dos executivos brasileiros) e rebaixam o salário de entrada, já que o nível educacional não está sendo direcionado para o sucesso do mercado privado e sim desviado para o setor público da economia.
Agora me expliquem uma coisa. Por que nossos jovens têm medo de fazerem carreira no mercado privado? Por que o governo distorce tanto a economia de mercado? Por que existem muitos para defender este tipo de política que afundará em longo prazo a economia como um todo (vide o caso da Grécia)? São coisas que não entendo. Alguém pode me explicar?
sexta-feira, 16 de março de 2012
A relação do câmbio com o pãozinho de Dona Maria
O que desvaloriza um bem? Sua abundância. Isto qualquer estudante de economia no primeiro semestre do curso já sabe. Lendo um pouco da teoria do valor, perceberemos a real motivação do preço de um copo com água valer mais no deserto do Saara do que em Belém do Pará.
Com a moeda não é diferente. Sua abundância desvaloriza o seu valor ao tempo que ela deixa sua escassez desaparecer.
Quando o governo reduz a taxa de juros básica da economia, ou seja, a SELIC, ele facilita as linhas de créditos e amplia a oferta monetária. Com maior expansão da moeda, o seu valor real diminui, já que sua utilidade marginal é decrescente.
Para explicar melhor o parágrafo anterior, meus 02 amigos leitores devem se perguntar o motivo de eu escrever que a utilidade marginal da moeda se torna descrente na medida em que se amplia sua base de circulação. Para um melhor entendimento, vamos a um exemplo: você acabou de fazer uma corrida no calçadão de Copacabana, exposto a um sol de 40º C, e se desgastou ao ponto de desejar um copo com água. Sua vontade é tão grande no primeiro copo que você o bebe de uma só vez. Saciada uma parte de sua sede, o segundo copo não terá o mesmo valor que o primeiro e assim, sucessivamente, até você não querer mais tomar água. O mesmo acontece com o dinheiro em excesso.
Imaginemos agora um trabalhador que ganha R$ 3 por hora trabalhada. Este trabalhador tem um custo fixo de R$ 300 todo mês. Desta forma, ele deverá trabalhar 100 horas no mês para pagar os custos que ele tem e qualquer hora adicional em seu trabalho é o lucro que ele recebe pela produção excedente.
Esse trabalhador realiza 150 horas por mês de plena produção, recebendo um lucro de R$ 150 quando o custo se mantém em R$ 300.
Para apimentar nosso debate, manteremos o salário do trabalhador fixo e elevaremos de R$ 300 para R$ 350 o custo mensal devido o aumento da base monetária. O lucro ganho passará de R$ 150 para R$ 100. Em outras palavras, de um mês para o outro o trabalhador ficou 33,33% mais pobre. Quem roubou sua riqueza? A elevação da base monetária.
Eu me utilizei dos exemplos acima para mostrar que a elevação da base monetária distorce o nível de riqueza, principalmente para quem esteja mais próximo ou dentro da base da pirâmide. Muitas acreditam que o seu esforço para ganhar dinheiro reduziu devido o aumento da oferta monetária e concorrem pelo mesmo bem, sem que estes bens suportem essa nova demanda, elevando o seu preço, pois, agora eles são bens escassos.
Como o BC não pode alterar a lógica da política monetária americana, européia e chinesa, mas pode alterar a sua vida, meu amigo leitor brasileiro, ele altera o fluxo de reais que circula na economia para desvalorizar, de forma artificial, os meios de troca das moedas ou, em palavras mais técnicas, alterar o câmbio.
É isto que o BC está fazendo. Ele quer comprar água no deserto do Saara e se esquece que no Brasil o que não falta é água. Enquanto continuarem as medidas para desvalorizar o câmbio na marra, o seu Luís aumentará o preço do pãozinho que a dona Maria comprará; ela se esforçará mais no trabalho para manter o mesmo padrão de vida de outrora, em preços de mercado mais elevado.
Tenha dó de mim Dilma, dirá ela a um amigo próximo!
quinta-feira, 8 de março de 2012
08 de março
segunda-feira, 5 de março de 2012
Fundo previdenciário dos servidores públicos. Bom ou ruim para o Brasil?
1. Como será a composição do patrimônio líquido do fundo? Inicialmente ele terá recursos do tesouro ou serão 100% de recursos dos servidores públicos ingressantes após a promulgação da lei?
2. O fundo sofrerá de ingerência política, como ocorre com o Previ (Banco do Brasil), Funcef (Caixa Econômica Federal), Real Grandeza (Furnas), Petros (Petrobras), dentre outros, na determinação de diretrizes econômicas nacional?
3. Por que um fundo para os servidores públicos, sendo que o estado não gera lucro?
4. Por que os servidores públicos não podem investir seus recursos em fundos previdenciários privados de escolha própria?
5. O resultado operacional, pois não vejo em curto prazo que o fundo tenha lucros líquidos, só se tiver manipulação dos dados, será considerado para fins de superávit primário, como mais uma nova rubrica a ser utilizada pelo governo na manipulação de dados contábeis?
6. Esse fundo comprará participação acionária em players nacional, tipo Vale do Rio Doce, e, com ajuda do BNDES, remanejará a lógica de mercado para criar feudos políticos?
7. Como serão escolhidos os membros do conselho administrativo do fundo e o seu corpo diretivo?
8. Esse fundo será de hedge. Desta forma, a maior participação na carteira de investimento do fundo será composta por títulos públicos, incentivando o governo a elevar a dívida bruta do setor público. Seria o cachorro correndo atrás do rabo ou estou errado em minha análise?