segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Poupar e investir ou investir e poupar?

A teoria keynesiana indica que o investimento gera poupança. A economia política clássica o inverso. O investimento existirá após a geração de poupança. É um dilema que motiva estudos em macroeconomia e me incentivou a escrever este artigo ligando a temas atuais da realidade brasileira.

Imagine a seguinte questão: você abrirá uma empresa e não tem recursos disponíveis no presente, o que você faz? Se sua resposta foi empréstimo, então você é um keynesiano. Agora, se você acredita que deverá poupar primeiro no presente para no futuro, após prover dos recursos e, em fim, iniciar o processo de investimento, estará inclinado a ser um liberal, assim como eu. Esta foi à forma didática que encontrei para ir direto ao ponto.

Vamos ao que interessa. Olhando pela ótica anterior, o estado brasileiro é liberal ou keynesiano? Com certeza keynesiano. Portanto, para aumentar o nível de poupança doméstica, o Brasil amplia o investimento com recursos que não possui, elevando seu déficit. De onde então o Brasil os recolhe? Do balanço de pagamento, ampliando o crédito externo. Assim, aumentar-se-á o déficit em transações correntes para investir, analógico ao cidadão que recorre a dívidas para alavancar patrimônio.

Assim sendo, existe um preço a se pagar e qual será? A taxa de juros. Para os keynesianos brasileiros abaixá-la jamais! Isto comprometerá os acordos realizados com o resto do mundo. O investidor externo tem que ter garantias reais de que o seu dinheiro será bem empregado e a atratividade vem da rentabilidade de uma taxa de juros alta, que em contrapartida inibe o investimento e a geração de poupança doméstica, dificultando para os agentes econômicos residentes no Brasil, ou seja, os brasileiros, a geração de poupança e a elevação de novos negócios nacional que geram oportunidades de emprego e renda. O custo da moeda doméstica estará elevado e não há incentivos para a produção doméstica, importando os bens comerciáveis do resto do mundo.

Vivemos atualmente no Brasil uma valorização cambial e aumentos excessivos nos gastos do estado, gerando déficits gêmeos. Não temos poupança e pagaremos uma conta alta.

Pense racionalmente se o Brasil está preparado para oferecer ao mundo a copa e as olimpíadas? Todo o investimento que será gerado para esses dois eventos estará no orçamento geral da união, dos estados e dos municípios, ou seja, dinheiro público provenientes de impostos. A iniciativa privada entrará com as mesmas cabeças de sempre, quais são: OAS, Odebrecht, Camargo Correa, etc. Participando de um processo licitatório burocrático e que existirão facilidades, devido ao comprometimento dos principais presidenciáveis que recebem recursos de campanha eleitoral para assumir um projeto de poder. Não há competitividade porque o governo não deixa e os vencedores são conhecidos.

Não vejo em um horizonte de curto prazo a redução de impostos ou diminuição da taxa de juros, ainda na política econômica que existe atualmente de metas de inflação, que recorre à elevação da taxa a qualquer expiro inflacionário por mínimo que seja. A renda do brasileiro cresce ao nível do crédito bancário, cujas taxas estão excessivamente altas. O brasileiro se endivida mais a cada dia, pois não consegue gerar poupanças que ampliem seu patrimônio, a não ser por recorrência de empréstimos.

O que fazer então? Incentivar a geração de micro e pequenas empresas com: 1) incentivos fiscais sistêmicos por intermédio de metas de desenvolvimento e geração de novos negócios; 2) reduzir a burocracia no reconhecimento de patentes, com a diminuição do tempo de apreciação do processo, hoje sobrecarregada no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) e indexada a altas taxas de reconhecimento de marca; 3) e ampliar o acesso da sociedade em instituições geradoras de conhecimento intelectual e de tecnologia.

Não vejo nos principais candidatos à Presidência da República políticas voltadas ao desenvolvimento nacional estrutural e sim a medidas paliativas que maquiam a geração de emprego e renda. O programa Bolsa Família é uma política de primeira necessidade, mas não estruturante, que estigmatize na sociedade o progresso e o reconhecimento de uma economia forte e pujante.

Para tornamos realmente um país desenvolvimento, o Brasil precisa aposentar os keynesianos, mudar a ótica da política econômica, visando de fato um setor produtivo mais forte e não apenas as grandes empresas que recorrem a empréstimos com taxas subsidiadas ao BNDES.

Por fim, façam suas escolhas. Se quiseres continuar com um desenvolvimento maquiado mantenha o que está. Mas você tem outra opção. Busque uma nova agenda economia que de fato inclua os ideais liberais como uma nova alternativa de desenvolvimento, progresso e crescimento. Não fique reticente em sua escolha, os Estados Unidos da América optou pelo liberalismo e se tornou sonho de consumo de muitos brasileiros. Mas, lembro-te que não temos nos principais candidatos ao executivo nacional um projeto que nos leve para essa agenda. Assim sendo, aposentam os liberais antes mesmos que eles assumam.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Lula levará a eleição para o 2º turno

O Presidente Lula, ao ventilar ódio contra a imprensa, levará a eleição para o 2º turno. A sua candidata já caiu um ponto. Está dentro da margem de erro, mas se análise for pelo dado absoluto, verá que ela perdeu um ponto justamente para seu principal oponente, José Serra. Ainda tem a presidenciável Marina Silva que cresce a cada pesquisa divulgada.

Ultimamente não se tem um fato novo ao não ser o controle social da imprensa sugerido pelo José Dirceu e que, em fim de mandato, o Presidente não se contém em terminá-lo com uma aprovação popular recorde e joga para sua sucessora o estigma de “autoritária”.

É esperar para ver. Semana que vem (acredito eu) teremos pesquisas que já indicarão melhor os escândalos na Casa Civil da ex-ministra Erenice Guerra e os dispendiosos ataques proferidos pelo Presidente contra a imprensa e o ex-ministro José Dirceu semana passada em palestra e diariamente em seu blog. Acredito que esses fatos respingarão em sua candidata. É só esperar para ver!

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

No Brasil, o nível burocrático reduz a eficiência

Este tema foi sugerido pelo meu amigo Marcos Paulo, economista que estudou comigo na Universidade Católica de Brasília – UCB. O que quero com este artigo é entender o motivo do nível educacional (e não só ele) ser discurso fácil nas palavras de qualquer político, ainda mais em campanha eleitoral, sabendo-se de sua complexidade. Mas, para mim, não otimizamos esse e outros recursos devidos a algumas variáveis que travam o seu nível de eficiência, dentre elas a burocracia.

Lendo artigo enviado pelo meu amigo, pude notar a distância que estamos do verdadeiro desenvolvimento. O governo vangloria de criar empregos, o que acho válido, mas a maioria não sabe que os empregos gerados na economia do Brasil hoje são em campos operacionais, que demandam baixa capacitação técnica. Importamos as cabeças dos projetos e empregamos nacionalmente os operários. São engenheiros e mais engenheiros que desembarcam no país para serem os gerentes dos projetos em uma estratégia corporativa conhecida como Offshore.

Por que então não formamos melhores talentos que assumam esses projetos que demandam o país atualmente? Simples a resposta: pela alta burocracia. Como sabemos que ela é o mal de tudo isso? Pelas perdas de eficiência econômica. Os agentes não estão seguro de novos investimentos devido aos custos operacionais.

Explicarei detalhado o que quero dizer. Vejamos: para gerar um excelente profissional em longo prazo, em princípio demandaremos todo um projeto de infra-estrutura, começando pelas leis que regularão as relações entre as pessoas até os projetos básicos para garantir um bem-estar aquele cidadão, como saneamento, um bom projeto urbanístico de locomoção e ofertas públicas de geração de conhecimento, como as bibliotecas. Nos Estados Unidos e na Europa as universidades são rodeadas de campos e jardins e isoladas dos grandes centros, justamente para fluir melhor o processo de pensamento dos novos profissionais que adentrarão o mercado e serão provedores de opiniões, por exemplo. É um cenário que gera grandes externalidades positivas, vide o número de pesquisadores que ganham prêmios Nobel ano após ano.

Sabendo-se disso, vemos que o Brasil anda contra a maré. Transporte público de péssima qualidade, resultando na falta de mobilidade em trânsito de pessoas e automóveis em grandes aglomerados, universidades e escolas públicas sucateadas, saúde que não previne e não cura pandemias e/ou epidemias e um nível de necessidade enorme para provar qualidades.

No Brasil, um bom professor é aquele que reserva seu tempo livre para publicar artigos tão somente. Os empreendedores não estão nessa escala ótima de bons educadores (somente alguns que passam anos para serem reconhecidos). As bolsas que o governo gera como as dos CNPq e Capes vem acompanhada por uma trilha enorme de provações por parte dos pensadores que quando olhamos a barreira de comprovantes necessários para adquirir tal estímulo, verificamos a demora nas pesquisas e o desinteresse de uma grande parcela de pesquisadores que preferem recorrer a recursos próprios (quando os têm) para elevar o nível de conhecimento e gerar externalidades positivas para sociedade brasileira. Isso quando os fazem, pois no resto do mundo a oferta para novas pesquisas são mais fáceis e o estímulos são melhores, só basta o brasileiro querer e se esforçar para ter. Para isso existe a meritocracia que mediará o grau da importância em investir em pessoas que gerarão resultados.

Para se ter uma ideia do nível burocrático que a sociedade brasileira está pautada é olharmos o mercado de trabalho. Dizem que as leis trabalhistas garantem o direito do trabalho, onerando as empresas com viés social. Mas os melhores profissionais de mercado e que possuem os melhores salários não são contratados pela CLT. Por que será? Burocracia! Se a lei fosse social, como pretende ser, porque temos tantas pessoas vendendo balinha, engraxando sapatos ou até mesmo sendo músicos e estatuas em praças públicas para gerar recursos? Onde está a CLT nessas situações?

O que vemos é a burocracia decidindo sobre a liberdade dos agentes econômicos em suas escolhas, fazendo com que percamos mobilidades nas tomadas de decisões.

Geramos empregos? Sim. Estratégicos? Talvez. Quando existe escassez de capital ele será mais valorizado que o trabalho. Existe um trade-off nessa relação e todos sabem disso, menos o estado. Para ter valorização no trabalho, deve-se aumentar a oferta de capital e o trabalho se tornará mais valorizado, principalmente os que têm melhores níveis educacionais e estratégicos, que estão mais que escassos no Brasil. Alocaremos este mercado oferecendo melhores preços nessa economia.

No Brasil os melhores preços estão no serviço público e que distorcem o nível de eficiência econômica, gerando em contrapartida mais burocracia. É assim que o Brasil anda, diminuindo o welfare state. Verdadeiro desenvolvimento econômico, pra quê? Papo chato esse, né!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Marina Silva! Deixe-me ajudar a responder onde encontrará recursos para melhorar a educação


A entrevista foi intermediada pelos jornalistas Renato Machado, Renata Vasconcelos e Miriam Leitão. Uma das perguntas mais interessantes expostas no debate foi sobre o atual nível de investimento educacional proferida pelo jornalista Renato Machado, que abriu o bloco questionando a candidata pela proposta de elevação dos atuais níveis de investimento educacional de 5% do PIB e que no plano de governo da presidenciável essa taxa será de 10%. A candidata, como era de se esperar, respondeu o convencional. Nada de novo.

Em seguida, a jornalista Renata Vasconcelos, excelente jornalista por sinal, não contente com a resposta indagou Marina Silva para ela explicar de onde pretende cortar gastos correntes do governo que migrarão para atender a demanda em investimento educacional para ser a prioridade de seu governo. Como ela não conseguiu ter uma resposta coesa, em minha opinião para tal afirmativa, coloco alguns pontos que considero importantes.

Analisarei com base no princípio dos déficits gêmeos e nos gastos correntes que o governo aumentou, impactando em índices de eficiência econômica. Para quem não sabe, déficit gêmeo é gerado quando financiamos a dívida pública brasileira com geração de déficits em transação corrente, ou seja, o Brasil aumenta a oferta de títulos públicos para o resto do mundo para apropriar divisas e financiar a estrutura do estado brasileiro.

Diante deste cenário imaginemos como seria mais construtiva a resposta da presidenciável se ao invés de bater apenas na questão da corrupção (que já é um mal em todos os aspectos econômicos, sociais, legais, etc.), explorando sua tese no desvio de recursos, ela apresentasse uma saída com a redução dos juros reais no país (juros nominal deduzindo o efeito inflacionário), reduzindo o custo de capitalização para as empresas, que poderão elevar o nível de investimento e, consequentemente, aumentar a arrecadação de impostos legais, sem aumento de alíquotas e alargarmos a captação de recursos apenas pelo fato gerador, para ampliar o caixa do governo e, assim, elevar o nível de investimento educacional, já que as empresas aumentarão o investimento e demandarão mais trabalhadores qualificados, evoluindo o nível de emprego e renda.

Para a conta ficar completa, o governo tem que fazer o seu papel e reduzir gastos correntes. A melhor forma para isso é reduzir o número de ministérios que temos hoje e agregarmos os estratégicos em secretarias específicas, como é realizado nos Estados Unidos da América. O modelo lá dá certo, porque aqui não daria? Falta bom senso e melhores cabeças para isso.

Outra notação a resposta apresentada pela presidenciável está ligada indiretamente no aumento dos gastos públicos sem antecipação dos fatos. Vejamos: ela disse em evitar desvios de recursos. Mas, para isso ocorrer, o governo tem que ter um enorme compromisso com a sua área de fiscalização, investindo em tecnologia e no profissionalismo da área. É uma boa saída, mas não é a melhor. Melhorar as condições de trabalho na área de fiscalização gera retornos consideráveis à sociedade, mas se anteciparmos aos fatos, melhoraria ainda mais a resposta. Como assim? Reduzindo gastos correntes, equipando as escolas e elevando o grau de conhecimento para formularmos opiniões e consensos em todo o território nacional.

Existe melhor forma de fiscalização do que uma sociedade por completo vigiando o que seu representante está realizando? A melhor antecipação aos fatos está na opinião e na decência do povo. Educação é importante e será fundamental quando realmente a termos como a antecipação verdadeira aos fatos e não como promessa ao decorrer dos anos.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Opa! Parecem-me bons projetos

Estava eu pesquisando os projetos dos candidatos à Presidência da República e procurando algumas entrevistas para fugir do padrão vendido pela mídia convencional. Pesquisei nos sites dos candidatos e vi as propostas para definir escopos de um projeto de nação que acredito.

Daí veja o que eu encontrei. Uma entrevista do candidato José Maria Eymael (PSDC) ao portal da Folha Dirigida, que se destina a divulgar concursos públicos, e ele definiu, em tese, um bom projeto de desenvolvimento.

Segue a entrevista para quem quiser acompanhar.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Está difícil!

Pessoal, está difícil votar em Presidente. Tentei em vários textos, com enormes esforços, não pedir votos para nenhum dos principais presidenciáveis tão diretamente, mas alguns perceberam que a minha tendência era a Marina Silva. Até para ela está sendo complicado votar, ainda mais pedir votos, tornando-se matéria mais que complicada.

Vamos ao fato: a próxima Presidenta do Brasil será Dilma Rousseff. Isto já está mais que comprovado por todas as pesquisas dos institutos de opinião sérios do Brasil afirmar isso. Não defendo o voto útil e sim os projetos que desenvolverão o país. Se olharmos para o marketing (o estudo dessa ciência disserta que é a imagem quem vende as melhores ideias) percebe-se que o da campanha dela é a melhor, induzindo ao grande público o voto nela e a continuidade do governo Lula. Isto gera grandes dividendos refletidos nas pesquisas. Só se cair um raio e mudar todo o panorama, teremos outro Presidente.

A minha postura em votar na Marina Silva era o contragosto de votar em um envelope fechado chamada Dilma, que tem em seu núcleo político José Dirceu, que deu uma palestra em São Paulo e já articula a formação do novo governo e a defesa de temas polêmicos, como o controle social da mídia, e a candidatura José Serra, que não simboliza um projeto de governo que atenderá realmente os anseios sociais (veja a proposta populista de aumentar o salário mínimo para R$ 600,00, sabendo que o caixa governamental já está mais que comprometido. Tendência: gerar desemprego para os trabalhadores formais de baixa qualificação) e ficou na sombra nos oito anos do governo Lula, realizando projetos políticos apenas em São Paulo. Veja, o Serra está que nem cavalo paco. Não sai de SP para nada. Concentrou toda sua campanha lá. Agora o barco da Dilma ganhou força e o projeto de Serra escorreu pelos dedos.

A Marina Silva era a diferença. E porque não é mais? Hoje Marina Silva caiu no mesmo conto do vigário. Não discute propostas e naufraga na ideia de um segundo turno para encostar Dilma na parede para ela explicar os últimos escândalos. Caiu na campanha do Serra de pára-quedas. Cadê as propostas reais e postura para assumir a Presidência da República? A Marina faltou esta aula. A mais importante da campanha!

O que resta para mim, um reles mortal eleitor e que procura alternativas de um futuro melhor para o nosso país? Está difícil! O título do artigo não é por acaso. Vou abrir o leque para ver as outras opções. O bloco socialista eu reunirei em um só, pois só mudam os personagens, mas a ideia central não.

Partidos como PCO (Rui Costa Pimenta), PSTU (José Maria), PSOL (Plínio de Arruda) e PCB (Ivan Pinheiro) relutam em defender um projeto atrasado. O único que pode salvar o comunismo é o capitalismo. É só enxergar o que Cuba pretende fazer: abertura comercial. Portanto, nenhum desses me convence. Restaram apenas dois: PSDC (José Maria Eymael) e PRTB (Levy Fidelix). Se eu escrevo que Dilma é um envelope fechado, imagine esses dois então! Não quero ser atentado a votar nulo.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

A alta carga tributária no Brasil é eficiente ou ineficiente?

Este tema foi sugerido pelo meu amigo Rodrigo dos Reis. Um excelente economista que estudou comigo e conversávamos muito nos corredores da Universidade Católica de Brasília (UCB) sobre vários temas econômicos, em sua maioria sobre os determinantes da macroeconômica brasileira.

Diante dessas questões, o Rodrigo me enviou um e-mail sugerindo que eu emitisse meu ponto de vista sobre a atual carga tributária brasileira e me passou um texto com os argumentos defendidos pelo autor da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 511/10, deputado Alfredo Kaefer (PSDB/PR). O projeto pretende limitar a soma da arrecadação de tributos federais, estaduais e municipais em no máximo 25% do PIB brasileiro. Utilizarei como premissa básica do meu pensamento que a orientação em termos de política econômica brasileira a visão keynesiana dos agentes públicos tomadores de decisão.

Desta forma, o modelo keynesiano implica que o estado deve intervir na economia em momento de crise, no curto prazo, para garantir a expansão econômica e a garantia no nível de pleno emprego. As formas utilizadas pelo estado como ferramentas para manter o desenvolvimento econômico está no eixo de políticas: monetária, fiscal e cambial.

Na política monetária o governo pode aumentar a oferta de moeda na economia reduzindo, por exemplo, os depósitos compulsórios ou comprando títulos da dívida pública. No âmbito fiscal renunciando tributos ou aumentando gastos governamentais e na política cambial incentivando as exportações, desvalorizando o câmbio ao abdicar das divisas. Como o câmbio no Brasil é flutuante (tem que continuar sendo porque é uma conquista da sociedade brasileira e garante um mercado competitivo), uma forma interessante de conciliar política monetária e cambial é comprar títulos da dívida pública ofertados no exterior. Reduzindo o estoque de divisas, o câmbio desvaloriza, incentivando as vendas de produtos nacionais ao exterior.

Depois de definirmos o modelo macroeconômico keynesiano, vamos ao fato de estipularmos um limite da carga tributária em proporção do PIB. Nos últimos anos aumentamos a demanda por bens meritórios¹, sejam eles na área da saúde, educação ou questões sociais, como a Bolsa Família, por exemplo. Essas contas estão vinculadas no modelo keynesiano como aumento do gasto governamental para estimular o crescimento econômico.

Na área de saúde e educação não temos ainda um modelo avançado, mas posso relatar o modelo educacional instigando o Programa Universidade para Todos (PROUNI). Este projeto gerou subsídios estatais com geração de bolsas para manter alunos de baixa renda familiar em universidade e/ou faculdades conceituadas no Brasil a garantir um diploma universitário. Se olharmos por essa ótica, a manutenção de uma carga tributária elevada gera uma externalidade positiva. Outro ponto, o programa Bolsa Família ao elevar o consumo da mesma população de baixa renda que demanda o PROUNI. A questão do crescimento no salário mínimo também eleva a geração de uma carga tributária mais elevada, já que ela infringe diretamente nas aposentadorias, seguro-desemprego, ou seja, na conta previdenciária. Olhando por um lado, a manutenção de uma alta carga tributária ingressa a demanda de pessoas que necessitam de uma presença maior do estado.

Agora vamos para o lado do setor produtivo, que acredito é a motivação de projetos que destinam a atenção parlamentar para realizar uma reforma tributária estrutural.

Verifica-se do modelo keynesiano a busca constante de estímulos ao desenvolvimento econômico por intermédio de políticas intervencionistas, dotadas de subsídios para atuação governamental na macroeconomia. Assim, aumenta-se a dívida pública do governo e, consequentemente, a geração de novos tributos para cumprir os compromissos firmados com os credores do estado. Para isso, o Banco Central mexerá em uma variável complicada, a taxa de juros, elevando-a para abrir linhas de financiamento do estado por meio de títulos públicos, em sua maioria negociada com os bancos ou com agentes externos, comprometendo o nível de investimento privado da economia.

Ao elevar a taxa de juros, o setor produtivo fica impedido de aumentar a capacidade instalada para novos projetos e inibe a geração de empregos. Desta forma, impede a distribuição da renda porque não demandará salários e não aloca a população que usufrui dos programas do governo, como a Bolsa Família.

Com uma taxa de juros elevada, as empresas ao buscar uma linha de financiamento terão taxas de retorno menores, não gerando estímulos para ampliar e buscar novos projetos. Teremos uma economia defasada, já que investimentos nos jovens gerados pelo PROUNI não é, em sua totalidade, demandado pelo mercado de trabalho. Peguemos o exemplo de muitos estudantes universitários realizarem concurso público devido à escassez de postos de trabalho. Outro ponto é que hoje encontramos mais empregos na construção civil devido ao incentivo governamental, gerando núcleos de trabalhos apenas em alguns segmentos econômicos, em detrimento de outros setores, como por exemplo, profissionais estimulados em trabalhar nas áreas educacional e de saúde.

Não sou contra as iniciativas do governo em resolver os desequilíbrios na divisão de renda no país ao gerar subsídios para geração de emprego e renda desde que não puna o setor produtivo. A geração da renda em melhores meios competitivos reduzirá o gasto com o programa Bolsa Família, por exemplo, ao longo do tempo, elevará o nível de empregos de melhores qualificações técnicas e resolveremos de vez o impasse do desenvolvimento econômico em um nível de maturação mais eficiente e de resultado.

Sou a favor da redução da carga tributária desde que olhemos para o modelo de desenvolvimento econômico em sua essência e não de políticas paliativas vividas hoje. Como é feito atualmente, elevamos a dívida pública (é só olhar o crescimento da dívida pública bruta do governo nos últimos anos) e resolvemos apenas problemas pontuais e não os estruturais. O Brasil está pronto para o verdadeiro crescimento econômico, basta apenas dá mais liberdades econômicas para os agentes atuarem e não estimular apenas alguns segmentos em detrimento da maioria.

Diante disso, coloco para o leitor a questão: a carga tributária no Brasil é eficiente ou ineficiente? Pagamos muito imposto e não temos o melhor investimento educação e saúde, para ajudá-lo na resposta ao questionamento.

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¹ Bens meritórios são os mesmos que bens semi-públicos.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Estou de luto!

Hoje abro espaço para dedicar uma mensagem a um grande amigo que faleceu está madrugada. O nome dele era Renato Pereira. Antes, quero agradecer a indicação de textos feita por parte dos meus amigos Rodrigo dos Reis e Marcos Paulo. Não me esqueci dos assuntos indicados por vocês e relatarei em breve o meu ponto de vista, dentre outros assuntos que quero destacar.

As palavras fluem a cada momento e eu me sinto perdido nos vários momentos bons que tivemos e as resumi-las em um texto é complicado. Tentarei ser rico nas expressões e mais denso possível para refletir os períodos que passamos juntos.

O Renato foi uma daquelas pessoas que eu aprendi a admirar pela amizade construtiva que ele teve com o meu pai. Quando nasci, eles já eram grandes amigos de longas jornadas. Da ditadura militar e das greves na UnB contra o regime instituído no Brasil, até a fundação e criação do Partido dos Trabalhadores, do Sindicato dos Servidores Públicos – SINDSEP e a luta pela redemocratização no país. Ele viu meu pai ser torturado pelos cruéis militares e ser o seu braço de apoio para permanecer na luta.

Herdo de meu pai o grande ensinamento que é a amizade. Se hoje sou visto como uma pessoa de exemplo, deve-se ao fato da constituição de meu lar com a minha família e as amizades construtivas que os meus pais tiveram e dos conselhos recebidos pelos amigos ao longo da vida. Amigo é um adjetivo da escolha de querer o melhor para você em termos de conselho, aprendizado, exemplo de vida.

Eu indico o que é importante na vida quando relembro uma grande história que me fora contada algum tempo atrás, quando tinha 16 anos. Esta história retrata a diferença entre o sábio e o inteligente. Para todo mundo que conto esta história, eu digo que os meus pais foram sábios e inteligentes em alguma fase de sua vida. Hoje estou na etapa de ser o inteligente e pretendo que os meus filhos sejam sábios para entender. O Renato e meu pai são grandes sábios, pois criaram os filhos com grande senso político, social, espírito de doação, cultivação da família e valorização do trabalho. Fatores determinantes para uma sociedade justa e pluralista.

Para matar a curiosidade, a história é assim: existia um campo minado e duas pessoas iriam atravessar. Elas tinham que ter cuidado para não morrem. Uma era muito inteligente e a outra observadora, que todos a chamavam de sábio. O inteligente para atravessar o campo buscou todos os tipos de cálculos, variáveis e vetores e encontrou a saída. Atravessou com cuidado e saiu ileso do outro lado, sem ferimentos e com uma vontade enorme de continuar vivo. Sabem o que o sábio fez? Ele observou a inteligência e seguiu os seus passos. Observação é o cerne que nos mantém vivos. Eu aprendi a arte de observar em uma amizade rica e grandiosa como essa construída pelo meu pai e do carinhosamente chamado Tio Renato, que hoje me faz sentir saudade de grandes momentos que vivemos juntos.

Os seus filhos têm a minha idade e são grandes amigos. Garanto que a sede da justiça, da prosperidade, da luta pela conservação dos direitos, florida pelo grande ensinamento do Tio Renato e do meu pai, nascidos nos bancos da Universidade de Brasília (UnB), nas conquistas sociais que travaram juntos e na boa amizade que fizeram por mais de trinta anos, nunca serão esquecidos. São essas as palavras que fazem parte do meu luto e por saber que um grande amigo se foi, mas os seus ensinamentos serão preservados pelo resto de minha vida.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O que mais revolta

O que me revolta é ver a defesa de modelos cruéis, que machucam e hostilizam o ser humano. Para piorar, existem núcleos de pessoas que se instalam em partidos políticos e defendem este tipo de ação. Pretendo atacar aqui as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e todos os tipos de políticas que sustentam este modelo e sua forma desumana de fazer política. Na América do Sul, esses canalhas são apoiados pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

Acho inadmissível que pessoas de bem, que não tem noção do que defende esses tiranos, possa levantar bandeiras e aceitar um grupo que comete atrocidades contra vários seres humanos, dentre eles Ingrid Betancourt.

Tem horas que o sangue esquenta e me sinto revoltado por não poder fazer nada contra todo o tipo de ditadura. Vejam o que aconteceu na Coréia do Norte assim que a seleção foi desclassificada da Copa do Mundo deste ano – depois que o governo liberou a transmissão ao vivo da derrota para Portugal por 7 x 0 sem o pagamento a quem de direito, ou seja, a FIFA – o governo do ditador Kim Jong-il, que sucedeu seu pai e estão a 55 anos no poder, humilhou os jogadores em praça pública, incentivando a população a difamá-los e penalizou o técnico a serviços pesados pelo resto da vida, quanto o mundo todo sabia que a Coréia do Norte não faria nada na copa pelo baixo nível de investimento no esporte.

Cansa saber que ainda tem gente que defende este tipo de modelo. Comunismo não significa comunhão e sim desigualdade. Transferimos todas as nossas liberdades para algumas pessoas fazerem dos nossos direitos o que bem entenderem. A democracia não existe e o estado é quem regula todo o processo econômico, social e cultural. Perdemos a garantia das escolhas.

Indico aos meus leitores que sou democrático e aceito que questione os meus pensamentos. Mas, antes de qualquer análise, avalie todos os modelos socialistas e comunistas que tivemos no mundo e me indique um que foi um sucesso. Se achar, não deixe de registrar em cartório, porque este modelo será inédito e apago tudo que eu escrevi até agora.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Até Fidel Castro assumiu. A era comunista não serve mais!

O comunismo nunca foi e nunca será o melhor modelo de nação. O desenvolvimento nunca será atingido quando mantiver todo o poder somente nas mãos de um agente econômico, ou seja, o estado. Visto assim, todos irão falar que escrevo porque sou liberal e acredito em um mercado competitivo dinamizando a economia. Mas não, isto foi um reconhecimento do maior líder e defensor cubano do modelo comunista da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas – URSS. Eu falo de Fidel Castro e sua entrevista ao jornalista Jeffrey Goldberg da revista americana The Atlantic.

Por que no Brasil ainda teimamos com este assunto? Eu reflito direto quando vejo programas no horário eleitoral de partidos como PSTU, PCO, PCB e PSOL que defendem o comunismo como a melhor vertente social ante o liberalismo. O programa do PCB chegou a defender o modelo cubano, quando o líder maior reconhece seu fracasso.

Mas por que o modelo cubano foi considerado um fracasso por Fidel? Primeiramente ele reconheceu que não existe dinâmica econômica. Portanto, não existe democracia.

Como sabemos, os modelos clássicos de teoria econômica indicam que os agentes respondem a estímulos. Logo, se você estuda e não tem estímulo, qual foi a real necessidade de vossa capacitação? Pois bem, falam-se muito da saúde cubana, mas será que ela é melhor do que a saúde francesa? Acredito que não. Na França reconstituíram até rosto de pessoas que foram desfalecidas. Em Cuba eu vejo muita medicina preventiva. Não que seja ruim ter a prevenção, ela é a mais importante porque evita doenças mais preocupantes, mas será que na evolução médica os especialistas da área aprenderam a reconstituir um rosto humano totalmente esfacelado como na França? Este é um exemplo de que os agentes não evoluirão os estudos pela simples falta de incentivo.

Desta forma eu reporto ao que defendo na maioria de meus artigos. Abertura da economia é o principal cerne que deve se sobressair em que deseja desenvolvimento, progresso e crescimento econômico. As multinacionais não são um problema social e sim uma solução. Vi um dias desses no programa do PSTU o ataque frontal contra este modelo de abertura comercial incriminando a entrada de multinacionais no Brasil. Estes tipos de partidos falam que elevarão o emprego, mas não diz como.

Veja como é simples o modelo que defendo. No exemplo utilizarei as redes de hipermercados Wallmerk e Grupo Pão de Mel¹. As duas atuam no varejo alimentício e bens de consumos domésticos, mas a primeira é americana e a segunda nacional. Concorrentes entre si. Vamos ao exemplo: o Wallmerk abrirá lojas no Brasil, quem será contra e solicitará a proteção ao governo com a justificativa em defesa do mercado nacional será o grupo Pão de Mel. Mas quem perderá com esta solicitação? Todos, até o grupo Pão de Mel. E por que todos perderão? Por uma explicação simples. O grupo Pão de Mel quer monopolizar o mercado e desta forma controlar preço. Como sabemos, a oferta em um mercado monopolista é aquela que o custo marginal coincide com a curva de custo médio total, mas os preços nesta economia será a receita marginal, ou seja, o preço. Não se leva em conta a quantidade ofertada, o preço é determinado dentro do próprio monopólio. Diante disso temos uma concorrência imperfeita, já que ninguém conhece o real valor dos bens ofertados, gerando lucro apenas ao monopólio. Com a entrada do Wallmerk teremos a competitividade, já que as estratégias de mercado existirão. Os clientes melhoram suas escolhas e, assim, o grupo Pão de Mel aperfeiçoará seu portfólio com novas tecnologias melhorando o poder da marca. Desta forma, os agentes reconhecerão seu valor e aumentarão seu poder de mercado. Lembro que estou utilizando uma economia com dois agentes em um setor econômico. Portanto, quando existir abertura comercial, mais agentes atuarão, aprimorando a oferta econômica, reduzindo os preços e indo de encontro ao mercado de concorrência perfeita.


Logo, vejamos como o modelo cubano foi um fracasso considerado até pelo seu líder maior. Diante disso, impugnemos modelos defendidos por partidos como PCO, PSTU, PSOL e PCB porque eles não darão certo.

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¹Nomes fictícios que não fazem referência diretamente a nenhuma empresa ou decisão tomada pelos seus conselhos administrativos

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Serra e Dilma, a mesma moeda sendo lançada para cima!

O cargo mais cortejado por qualquer ser humano é o de Presidente da República ou outro com nomenclatura diferente, desde que esteja no mesmo nível ou mais avançado do estado. Imagine-se sendo idolatrado e todo um país sendo regido pela sua condução administrativa e gerencial? Todo o aparato estatal está sobre as diretrizes do chefe maior da nação. Realmente é um bom sonho e desejo para qualquer cidadão que se interessa pelo poder.

Desta forma, como um ativo que rende bons dividendos, todos serão seduzidos e desejarão ser o escolhido a possuir este bem. Só que todo bem de valor depende dos riscos e da escassez para se manter como sonho de desejo daqueles que se identificam com o poder.

Avaliando o tom da campanha que começa a ganhar corpo no PSDB, após despencar nas pesquisas eleitorais, verifica-se que os ataques contra o PT, sobre a quebra de sigilo fiscal de quatro pessoas ligadas ao presidenciável José Serra, entra em um nível mais avançado. Afinal, será que o estado foi utilizado como gerador deste tipo de crime?

Não sei a resposta para o questionamento feito acima, mas avaliarei a questão pelo que conheço do Partido dos Trabalhadores – PT, dos candidatos a presidente e dos dossiês nas campanhas contra os algozes. Não estou julgando os culpados, para isto existe a justiça. Analisarei apenas a natureza dos protagonistas desta rivalidade.

Eu tratei acima da sedução que o poder gera. Sendo assim, não é diferente para o candidato José Serra se ver na posição de ser o próximo Presidente do Brasil, já que ele concorre ao cargo e o poder lhe chama, influi e conduz a sermos o que realmente não somos até formos possuídos pelas suas entranhas e consumidos como num passe de mágica e nos tornamos o novo líder de uma nação. Não é diferente para a Dilma Rousseff, nem para Marina e pro Plínio, estendendo este desejo aos outros cinco candidatos.

Após esta explanação o que posso concluir é: o PT tem em seu quadro pessoas que agem por impulso e paixão de momento, pois já presenciei em eleições de 2006, um dos postulantes ao cargo hoje de 1º suplente de senador na chapa encabeçada por Agnelo Queiroz a realizar um ato público contra a campanha do então candidato a presidente Geraldo Alckmin, quando este aumentou os ataques contra o Presidente Lula (na época concorrente a reeleição) e a revista Veja publicava em suas edições semanais algo negativo que ocorria no governo. Este postulante sugeriu então queimá-las em praça pública e chamar a imprensa para ver esta cena e propagar esta insanidade. Uma pessoa da executiva do partido e que, na época, era voz ativa na campanha presidencial. Outra cena foi quando presenciei militantes desejando quebrar o patrimônio público dos ministérios quando realizavam greves quando uma parte dos servidores, não filiados ao sindicato, não compartilhavam dos interesses do Sindicato dos Servidores Públicos Federais (SINDSEF).

Mas não existe uma moeda só com cara. Do outro lado tem a coroa. Desta forma, a coroa é o partido do Sr. José Serra. Perceba leitor e me diga: qual campanha você viu que o Serra é ou foi participante que não tenha algum escândalo deste tipo? Os aloprados, o marido de Rosana Sarney envolvido em escândalos (novidade!), manipulação de informações contra Ciro Gomes, etc. Não creio na santidade de ninguém. Nem por parte do PT, que hoje é vinculado a políticos atrasados (Sarney, Collor, Renan Calheiros, Michel Temer, José Dirceu, Jáder Barbalho e companhias) e nem ao PSDB que tem como aliados o Democratas, antigo PFL, de Jorge Bornhausen, família Maia, Arruda, Paulo Octávio,..., além do Roberto Jefferson na coligação.

A campanha do candidato à presidência José Serra age no desespero quando confrontado e parte para baixaria eleitoral, quando aumenta os ataques sem uma comprovação jurídica dos responsáveis. O partido dele deseja que a justiça rejeite a candidatura de Dilma Rousseff e ganhe as eleições no tapetão. Acredito que o próximo Presidente deva ganhar as eleições no escrutínio universal, como vistas a mantermos o direito constitucional da população de bem escolher o seu próximo representante. O ato do PSDB em buscar a impugnação da candidatura de Dilma Rousseff sem a comprovação de fato sobre os responsáveis diretos pela quebra dos sigilos fiscais, que é um crime e os responsáveis deverão ser punidos, seja quem quer que seja, pois não defendo pessoas que utilizem deste artifício para colher informações de qualquer pessoa, não pode ser um atenuante para romper com a democracia tardiamente conquista pela nação brasileira.

O que vejo disto tudo é que de um lado quanto do outro querem levar o debate para o nível mais baixo da campanha, sem debater a essência do que realmente é necessário. De um lado a Dilma pede explicações e do outro o Serra ataca. Chega! Vamos debater propostas e deixar que a justiça cumpra o seu papel que é de revelar e punir os responsáveis por este crime bárbaro.

Como a moeda é um meio de troca, lançai-vos a moeda para cima, tendo de um lado a Dilma e do outro lado o Serra. Dois opositores que se dizem diferentes, mas trazem em suas campanhas atitudes iguais quanto o mesmo valor desta moeda. Quanto ela vale mesmo? Isto depende do eleitor.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Educação: um tema central

Parece-me nítido que o maior problema do Brasil seja a falta de educação. Não só a educação aprendida nas escolas, livros ou faculdades, mas a educação estrutural. O título deste artigo a coloca como um tema central e é nisso que quero tratar.

Educar é um ato simples. Todos os políticos a expõe de complexa solução, como na verdade é de fácil resolução. Uma forma de definir este impasse está na inovação e é nisso que vou explanar um pouco meu objetivo com este artigo.

Para as ciências econômicas, ou qualquer outra ciência, a resposta só existe depois da manipulação e análise dos dados empíricos. Para os que não sabem, os dados empíricos são àqueles que só os conhecemos na prática e ainda não foram definidos como ciências. Pois bem, não mensurarei os dados para tratar a ciência em si, mas embasarei minha tese nas hipóteses conhecidas.

Para justificar o que quero dizer, é só notar como os economistas (como eu) avaliam a curva de produção. Eles verificam que a produtividade marginal é decrescente ao longo tempo. Para isso, imagine uma fábrica de computadores, onde cada técnico consegue montar dois computadores ao mesmo tempo. Se tivermos 100 computadores para serem montados, necessitaríamos contratar 50 funcionários. Se aumentarmos a produção de computadores e passássemos a montar 150, precisaríamos então de 75 funcionários. Ou seja, o produto marginal deste acréscimo no produto será de 25 novos funcionários. Mas, se quisermos que os técnicos aumentem a produtividade valorizando-os, cobra-se que eles montem um computador a mais do que eles fazem no momento, ou seja, três computadores por técnico. Desta forma, o que os empresários farão é ofertar treinamento. Sendo assim, eles estarão ofertando mais educação. Então os técnicos passarão a montar os mesmos 150 computadores, já que cada um produzirá um computador a mais do que antes, sem a necessidade de novas contratações. Diante deste cenário, os técnicos serão mais valorizados e motivados a produzir, pois estão mais capacitados e os salários mais elevados. Os empresários também ganham com esta iniciativa, já que a folha de pagamento, que no princípio deveria aumentar com os salários dos 25 novos funcionários, não elevará tão elasticamente porque terão custos com os acréscimos nos salários e não com os salários inteiros, demandando mais atividades a estes funcionários.

Este foi um exemplo de externalidade positiva gerada pela educação. Não precisou de um modelo tão complexo para explicar sua importância. Mas o que falta para termos níveis aceitáveis em investimentos educacionais? Para mim existem três explicações, que são: i) a vontade do funcionário em se capacitar para melhorar de vida e buscar um melhor rumo; ii) o interesse empresarial em ganhar retorno financeiro ao investir no funcionário, como nas palavras de Milton Friedman, não existe almoço grátis; e iii) por último, que o governo entre para conciliar os interesses empresariais e individuais dos colaboradores que pretendem se capacitar. Vejam que a minha lógica neste artigo é atribuída ao mercado de trabalho, com a finalidade do mercado alocar um funcionário mais capacitado, o que daria a justificativa de ampliarmos o nível de investimento educacional. Não vejo outra forma de alocarmos melhores estudos.

Os políticos prometem uma melhor estrutura educacional porque não fazem o dever de casa. Na parte distributiva, que é dever do estado, eles deveriam reduzir carga tributária, aumentar o nível de competitividade da economia, com uma maior abertura comercial, e estruturar um modelo educação focado na linha do mercado, para que o mesmo aloque os futuros técnicos que fomentarão o crescimento econômico sustentável. Hoje vemos o contrário, os técnicos estão sendo alocados pelo estado, reduzindo o nível de capacidade produtiva da economia brasileira, já que em vez de gerarmos novas tecnologias, estaremos gerando mais burocracia.

O Brasil está com crescimento no Produto Interno Bruto (PIB) nominal, mas não tem uma lógica estrutural que aloque funcionários capacitados em áreas estratégicas e com formação suficiente para cultivar novos negócios.

Se continuarmos assim, aumentaremos ainda mais o nível de endividamento do estado, devido ao seu tamanho e o manteremos como fonte geradora de empregos, principalmente em Brasília, onde todos querem ser servidores públicos devido aos altos salários prometidos em detrimento do setor produtivo, que não consegue concorrer devido à alta carga tributária.

Por que tendemos a complexar uma lógica que era tão simples? Para isso, votemos em políticos que notem na iniciativa privada uma parceira e a sociedade colherá com isso um maior nível de investimento educacional e, consequentemente, maiores salários serão gerados nessa economia.