sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Por falar em Brasil! Condenaram o Rio...

Sabe aquela história: quem é o dono do cachorro? A história é assim: Manoel, Clara, José e Antônio tinham um cachorro chamado Bidú. Todos gostavam de brincar com o cachorro, mas quando ele estava com fome ninguém se comprometia a dá-lhe comida. Acontecia assim também quando ele precisava de um banho ou limpar suas fezes e urinas por toda a casa. Depois de muito sofrer, Bidú morreu e de quem era a culpa? Tanto Manoel, quanto Claro, José e Antônia condenavam uns aos outros. Diziam que o cachorro era de fulano, que se defendia e passava a responsabilidade para sicrano, e assim por diante.

Infelizmente é o que ocorre no Rio de Janeiro no momento. Ninguém é responsável pelo desastre dos prédios que desabaram. Cadê os responsáveis? Se apresentem. VOCÊS ERRARAM E DEVEM RESPONDER PELOS SEUS ATOS!

Minhas condolências aos familiares das vítimas.

Brasil da contradição

Sabe qual foi a primeira frase que o observador da expedição de Cristovão Colombo disse em sua descoberta da América? Terra a vista. Essa simples frase foi pronunciada de quem estava vendo pelo alto das caravelas o manto verde do novo continente a ser explorado. Os que estavam sobre o piso do barco não puderam ver com clareza e de primeira mão o que estava na visão do observador no alto de seu mastro.

Esta história ocorreu em 1492, quando Cristovão Colombo ancorou suas caravelas na América Central, mas pode servir de enredo para esse início de 2012 no Brasil.

O IBGE lançou recentemente sua nova estatística afirmando aquilo que o mainstream econômico compreende como pleno emprego, ou seja, àquela instituição revelou que a taxa de desocupados está na casa dos 4,7% ao final de 2011.

Vejamos: se o Brasil atingiu o pleno emprego é um sinalizador que as coisas vão bem, mas... Muito embora seja uma notícia para se comemorar, eu estou que nem o observador das caravelas de Cristovão Colombo: visualizo uma coisa diferente de quem está sobre o solo do barco.

Por que parto para essas considerações? Enumero cinco elementos que considero importante para revelar um cenário não tão favorável assim como o governo pretende.

Primeiro: o Banco Central, em um cenário de uma taxa de inflação fora da banda, ao invés de elevar a taxa básica da economia para manter desaquecida a demanda, ele faz justamente ao contrário, utilizando como justificativa o cenário adverso da economia internacional.

Segundo: todos os salários são indexados a taxa de inflação passada. Este é o caminho e orientação de todos os sindicatos e esta política gera mais inflação de custos, pois mão de obra é um insumo produtivo.

Terceiro: o salário mínimo, ou seja, o salário de entrada no mercado de trabalho está elevado para micros e pequenas empresas que, segundo o SEBRAE, correspondem por 92% da atividade empreendedora do país. Isto aumenta a quantidade de trabalhadores informais.

Quarto: os indicadores da indústria (leia-se CNI) revelam que a produtividade não teve elevação nos últimos meses. Esta medida prejudica a oferta econômica e uma nova etapa na elevação de preços.

Quinto: as leis trabalhistas são punitivas para as empresas prosperarem. Para quem tiver um tempo, eu indico a leitura da matéria realizada pela Revista Exame que você pode acessar clicando aqui.

Em cima de meu mastro eu posso lhe afirmar que as finanças pessoais, quanto das empresas e, principalmente, do governo irão passar por apuros, se não este ano, nos próximos pagaremos a conta do gato. Não existe escolha sem custos e infelizmente nossa sociedade escolheu um caminho muito custoso, com base pouco sólida para pisarmos e um terreno não tão firme assim.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Explicando métodos econômicos complexos de forma simples

Como acompanhar se uma economia vai bem ou mal? Muitos economistas percorrem estatísticas, modelos econométricos, variáveis complexas, entre outros métodos, para responder a esta pergunta.

Vou fazer o uso do pragmatismo e da simplicidade para entender se determinada economia vai bem ou mal. Para isso vamos falar de pizza. Isto mesmo, PIZZA! Ela tão usada em escândalos políticos, agora vai ser utilizada em nosso texto.

Vamos pegar o preço-médio de pizzas grande aqui em Brasília, que está na casa dos R$ 18,00. Vale destacar que não estou comparando qualidade, apenas preço de mercado. Você sabe me dizer quantos empregos diretos foram gerados quando você come uma pizza grande? Eu não sei a resposta exata para esta pergunta, mas vou destacar um pouco da complexidade no consumo de uma pizza grande em sua residência.

No ato que você pega seu telefone para fazer a ligação, sendo que aquele aparelho pode ter sido feito por alguém que você não gosta, e a sua informação, passada à pessoa que lhe atendeu, foi elaborado por um conjunto de tecnologias complexas de alguma empresa de telefonia. Desse mercado podem ter sido gerados no mínimo mais de 3.000 empregos diretos.

A pessoa que lhe recepcionou foi contratada pela pizzaria para atender a demanda de chamados e ela remeterá seu pedido a uma equipe que preparará sua pizza com os insumos que foram preparados por outras pessoas como, por exemplo, o queijo: este empregou vaqueiros, veterinários, fazendeiros, peão, atravessador, o dono e o caixa da mercearia, etc.

Depois da pizza pronta, ela será transportada por um moto boy, que faz a moto funcionar com o combustível que chegou ao posto de gasolina por uma cadeia econômica complexa, comparável com a do queijo.

Quando a pizza chega a sua casa você a recebe em uma caixa de papelão, revestida com papel alumínio para mantê-la quente, inserindo mais trabalhadores ao processo, e o pagamento disso tudo foi de R$ 18,00.

Agora, para compreender melhor, se esse preço passar para R$ 19,17, uma variação pequena de 6,5% ou R$ 1,17 a mais no preço final, qual conclusão que se tira? Essa economia pode ter passado por uma elevação nos custos dos insumos, como salário, por exemplo, e baixa oferta, com eventual queda da produtividade em setores da cadeia produtiva.

Pois bem. Não precisei ir muito longe para explicar porque o Brasil atingiu o teto da meta na política de metas de inflação no ano passado, cujo teto da banda é justamente 6,5%. Como sempre a pizza é a vilã da história.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Por que temos a sensação que os preços aumentam com a elevação do salário mínimo?


Para compreender a sensação que os preços dos produtos da economia encarecem após uma elevação no salário mínimo, primeiramente temos que tratá-lo como se deve, como um preço de insumo.

Na dinâmica da economia, o fluxo circular acontece da seguinte forma: as empresas demandam trabalhadores e ofertam produtos, enquanto os trabalhadores ofertam mão de obra e demandam recursos financeiros (salários). A formação dos salários é dada pela derivada da função de produção.

Para ilustrar melhor, imaginemos a resolução deste exemplo: para fazer um carro precisamos de quatro trabalhadores recebendo R$ 100 cada e cada trabalhador faz um ¼ das peças em duas horas, se precisarmos ampliar a hora de trabalho para quatro horas, quanta peças serão construídas? Veja: cada trabalhador faz um ¼ das peças nas duas primeiras horas, então em quatro horas teremos 02 carros produzidos. Se quisermos chegar ao final do dia com oito carros construídos, considerando as condições dadas, essa empresa demandará trabalhadores que, em uma economia livre, reduzirá os salários já que não se trata agora apenas de quatro trabalhadores e sim de 16. Se o último trabalhador contratado aceitar um salário de R$ 50, esse é o novo valor de mercado.

Como nasceu um conflito entre os mais experientes e os novos trabalhadores, devido a variação salarial, os mais antigos recorrem ao sindicato para manter as “garantias” que tinham antes da nova competição, ou seja, manter o salário de R$ 100 que recebiam e estabilização do emprego.

Desta forma, se o sindicato conseguir garantir esse valor, com aval do governo, o empresário não poderá contar, na sua linha de montagem, com os 12 novos colaboradores que o seu projeto demanda e deixará de contratar 08 novos trabalhadores, já que o orçamento de R$ 800 só será atendido por 08 funcionários (os quatro que já trabalhavam na fábrica mais 04 novos funcionários).

Se essa economia demanda a produção de 08 carros por dia, só poderá contar com 04 carros. O que ocorrerá então? Uma elevação nos preços dos carros devido a baixa oferta.

Disto isso, o que esperarmos dessa elevação do salário de R$ 545 para R$ 622, uma valorização de 14,13% em termos nominais e de 7,63% em termos reais? Mais aumento de preços de alguns produtos da economia brasileira (inflação), mais escassez de recursos para investimento (redução da poupança, já que os recursos estão direcionados para pagamento de salários) e crescimento da taxa de desemprego.

Os recursos da economia são escassos é competem por eles os trabalhadores, empreendedores, governo e o resto do mundo. Então, aperfeiçoar a distribuição desses recursos demanda sabedoria, planejamento, competência e, acima de tudo, ética.