terça-feira, 17 de maio de 2011

Como investir no Brasil se o custo de captação de recursos é alto?


Qualquer investidor que se preze sabe qual o melhor momento de possuir um papel ou vendê-lo. Existem duas fórmulas simples que o orientam na tomada de decisão: a que calcula o montante e a que representa o valor presente. É notório perceber que ambas são definidas pela taxa de juros e são inversamente proporcionais.

Assim sendo, imaginemos um determinado papel que a taxa de juros é maior do que àquela que o investidor estima como “ótima”, ele prefere manter o investimento que reter moeda, pois seu valor presente é menor do que o montante gerado pelo capital aplicado. No caso inverso, uma taxa de juros menor do que a taxa “ótima” ele descontará o título, pois o valor presente é maior do que o montante gerado pelo capital aplicado.

Quem detém capital pensa nas melhores taxas atrativas para investir seu capital. Desta forma, existe o mercado de capital que atraí recursos para ampliação de projetos, cuja finalidade é ampliação do capital física das empresas. Ou seja, dinheiro que gera resultados econômicos e financeiros para empresas e investidores. Quem ganha com isso? Toda economia, pois as empresas ampliam seu parque produtivo, melhoram salários, contratam novos trabalhadores, elevam a oferta econômica e reduz os preços de bens comercializáveis.

Em teoria é tranqüilo demonstrar o resultado de ações práticas de funcionamento do mercado. Quando transportamos ao mundo real, vemos que existem outras variáveis que impactam a relação econômica e financeira de funcionamento dos mercados.

No Brasil o dinheiro é canalizado ao financiamento do estado. Como a taxa de juros é alta, os títulos de longo prazo são atraídos por capitais internos e externos. Isto amplia a dívida bruta do setor público. Sendo assim, quando se deve investir para ampliar a oferta econômica e a circulação de riqueza no país? Fica a cargo de o estado definir diretrizes para investimento, já que o custo de capitalização das empresas é alto (devido à relação valor presente e montante explicado no primeiro parágrafo). Se o governo é grande o suficiente para inibir projetos de investimento, a infraestrutura do país é penalizada e com ela toda sua economia.

O Brasil não possui folgas no orçamento para cortes que reduza a taxa de juros em curto prazo e amplie investimento privado. Se essa política não é simples, a forma encontrada pelo governo são as parcerias público-privadas (PPP’s). O único problema das parcerias é que ela não é inovadora, já que muitas empresas são parceiras do governo há anos, devido a sua grandeza e influencia. As empresas marginais não resistem ao sistema e vão à bancarrota.

O que influencia a elevação da taxa de juros? Além do tamanho dos gastos de custeio do estado, sem pouca margem para redução, têm o fator de crescimento da demanda agregada pressionado os preços dos bens internos, gerando um fluxo inflacionário.

Outro peso que eu coloco na inflação é a variável negociação salarial influenciado pela força dos sindicatos em negociações da data base de carreiras. Sempre o valor é reajustado pela inflação passada, gerando desempregos aos trabalhadores desqualificados e pressionando os preços dos bens administrados, já que serão repassados aos consumidores. Para se alterar isso, os preços deveriam ser competitivos entre as empresas e os próprios trabalhadores negociarem com os patrões um preço de mercado diferenciado para manter os negócios em plena atividade. Tem que se ter em mente que o trabalhador é um insumo produtivo e é pago pelo crescimento econômico da empresa com a geração de seu trabalho.

Voltando a todos os fatores que pressionam o nível de investimento econômico, o Brasil ao manter uma taxa de juros elevada, pouco espaço para redução de gastos fiscais e autoridades com ansiedade para intervir no câmbio, como o país pode melhorar seu portfólio de investimento com as variáveis postas neste artigo? É complicada a resposta, ainda mais que o Brasil carece de investimento em infraestrutura básica e complexa e tem pela frente os dois maiores eventos esportivos do mundo. Não é tarefa fácil e o debate necessita de amplitude!

domingo, 15 de maio de 2011

Justiça séria em um país democrático

O título é bem atrativo, mas não estou escrevendo sobre o Brasil. Bem que eu gostaria, mas a nossa cultura não permite!

Dominique Strauss-Kahn, Diretor-Gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), o número um do fundo, foi preso nos Estados Unidos sob alegação de agressão sexual contra uma camareira. Isto mesmo que você leu! Ele foi preso por assediar uma camareira.

No Brasil isto não existe. Se não acredita no que digo, leia a matéria de capa do G1 ao clicar aqui.

sábado, 14 de maio de 2011

Desvio de mercado e MERCOSUL

O que é desvio de mercado? O próprio nome já diz. É um desvio que tira da rota do mercado. Imagine um trem que segue seu caminho e, sem lógica nenhuma, sai do trilho e começar andar sobre a calçada. Tem lógica nisso? Nenhuma. Isto é o mesmo que desvio de mercado. Quando um país não está em uma economia de mercado, a sua população é quem sofre muito.

Sou partidário de Paul Krugman quando ele afirma que o MERCOSUL é um desvio de mercado. Aqui o protecionismo deixa a população doméstica mais pobre, já que não absorve os melhores artigos que a economia mundial possa oferecer. E quando vem, são mais caros do que no resto do mundo mesmo com o câmbio valorizado. Vejam os exemplos de carros de luxo brasileiro que não passam de carros de passeios na Europa e nos Estados Unidos.

Na América do Sul quem determina o modelo de desenvolvimento são os políticos. Para eles terem aceitação, obrigam a população a votar, adota uma parcela de empresários para se tornarem políticos e defenderem seus interesses espúrios, utilizando-se do estado, e vendem meia dúzia de livros determinando que o estado deva ser o mais interventor possível e que o povo não tem outra saída a não ser viver das benesses sociais do estado. Punem quem defende uma economia de mercado e ofertam escritos “românticos” do comunismo para formarem opiniões aos jovens desinformados sobre o melhor ordenamento social. Pronto: a salada está pronta!

Se não acreditam, vejam a briga comercial que está sendo tratada entre o governo da Argentina e o estado brasileiro (clique aqui).

Depois não diga que eu não avisei. Aqui não se produz uma economia de mercado e se você, caro leitor brasileiro, considerar que eu estou viajando, continue apoiando os parasitas do estado e veja que nem o seu salário é compatível com um aposentado do senado que ganha gratificação de ativo e está rindo a toa!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Sou contra o PLS Nº 480


Como um defensor da liberdade, sou contra qualquer tipo de obrigação. Além de o projeto ser inconstitucional, já que não dá direito a liberdade de escolha. Se o senador convoca melhorarmos a educação pública, não deve partir de uma premissa básica e simplória para obrigar a terceiros a fazer o que não tem interesse.

Duas razões são factíveis para não aprovação no congresso. A primeira é que o projeto passará pelo crivo justamente dos pares do senador, ou seja, o campo legislativo, e acredito que ninguém votará em um projeto contra si. Assim sendo, o projeto é mais para promoção pessoal do senador perante a opinião pública do que eficaz.

Segundo que o projeto gera distorções sociais, já que reza pela obrigatoriedade. Pensemos em uma comparação com as universidades públicas, tão bem quistas junto à sociedade brasileira, pela qualidade de ensino. Pois bem, as nossas universidades só fazem presença em solo nacional já que não são exemplos de estruturas físicas e de ensino quando comparadas com as melhores universidades do mundo, já que não configuramos na lista das 100 melhores do mundo, segundo a Times Higther Education.

Não vejo as universidades públicas com foco no que é importante de fato para o desenvolvimento de um país, apenas formuladora de bacharéis que estimulam a burocracia no ambiente de negócios e induz o alto custo país.

Muitos professores são qualificados e de primeira linha, só que o estímulo que o MEC dá aos professores os impedem de serem práticos, se tornando seres teóricos. E assim, eles retribuem seus alunos com muitas teorias e sem habilidades para pensarem simples.

Quando o senador não entender que o problema da educação é a falta de foco no entendimento da cultura brasileira, na proliferação de meios de nos desenvolvermos naquilo que temos de melhor, nos entupiremos de estudos estrangeiros e cultuaremos os mesmos mecanismos ora projetados lá fora e que aqui só servem de tutoriais para operarmos as máquinas importadas.

Minha solução é a mesma de Milton Friedman. Privatizar o ensino básico e o dinheiro público que seria gasto para manutenção da educação ser distribuído como bolsa de ensinos para as crianças que não tem condições de estudos. Colher informações com o setor privado brasileiro para conhecer as tendências de mercado para formação de novos jovens no mercado de trabalho e empenho no ensino técnico e não apenas na formação de profissionais com ensino superior e, principalmente, bacharéis.

domingo, 8 de maio de 2011

Os erros do Mantega, em minha opinião

Fui questionado, no artigo anterior, que estou reclamando sem explicar o motivo. Desta forma, eu responderei a esse questionamento, além de outros que me foram feito, neste espaço.

Onde eu acho que o Mantega errou? Montarei primeiro um dossiê sobre os fatos ocorridos nos últimos três anos.

No transcorrer da crise financeira de 2008, o governo adotou algumas medidas anticíclicas que surtiram efeito em curto prazo, como redução do imposto sobre produtos industrializados (IPI), elevação dos gastos do estado, redução da taxa de compulsórios sobre os depósitos à vista interbancários, facilidade na formação de créditos para empréstimos, principalmente para pessoas físicas, e diminuição da taxa de juros, diminuindo o custo da moeda para economia e ampliando assim sua oferta. A maioria dessas medidas é fiscal e estão no âmbito do ministério da Fazenda.

Todas essas medidas foram acertadas para impedir um impacto mais profundo na economia brasileira. O Brasil tinha margem para operar nessas frentes, devido ao alto custo país e quando você diminuiu algumas frentes, por exemplo, impostos, o brasileiro já sente no bolso e aumenta seu poder de consumo.

O lado negro disso tudo é que o governo reduziu impostos em algumas frentes, como se por sorteio e/ou “merecimento”, para indústria automobilística e de eletrodoméstico, sem pedir em nada uma garantia. Os carros e as geladeiras que foram vendidos são os mesmos que seriam adquiridos pelos consumidores em um tempo futuro. Na minha ótica, para se tornar uma política fiscal eficaz, o governo deveria exigir melhoramento tecnológico e não simplesmente reduzir o estoque para se fabricar mais do mesmo.

Agora que vem o pior. O Mantega não soube, como líder da economia brasileira, brecar o gasto do estado e onde interromper as benesses para impedir o aprofundamento da crise. Quando muitos analistas indicavam que o Banco Central deveria aumentar os juros no passado para controlar o excesso de demanda, o governo não obedeceu e, naturalmente, elevou todas as frentes de gastos, até porque no meio deste período ocorreu um processo eleitoral e os gastos estatais ampliam sazonalmente.

Após passado o processo eleitoral, a economia cobrou os custos de ações tomadas no passado, pois tudo que fazemos são gerados custos, por melhor que sejam as intenções. Para saber se estamos realizando as melhores escolhas, precisamos avaliar o melhor custo de oportunidade ou custo benefício.

Hoje temos uma dívida bruta brasileira expansiva, atrelada principalmente para mantimento das reservas cambiais que a cada dia bate novos recordes. A pergunta que não cala: se estamos em uma economia de mercado, como o governo vende todos os dias, nosso câmbio é flutuante, por que temos enormes reservas cambias ancorada no país que só aumentam a dívida bruta brasileira?

Voltando as minhas respostas ao questionamento do artigo anterior. Questionaram-me se acredito que o governo está controlando a entrada de dólares. Eu respondo que não. Se não ele não utilizaria de medidas artificiais para impedir o real desempenho de uma economia de mercado, onde os preços são alocados de acordo com a oferta e demanda por determinado bem.

Vamos pensar da seguinte forma. Há na economia brasileira uma demanda expansiva, que pressiona o aumento dos preços, pois sofremos com um choque de oferta e isto impacta diretamente na inflação que vivemos. Qual a medida mais usual? Elevar a taxa de juro básica (SELIC), para retirar moeda do mercado interno e pressionar a elevação do custo para obtenção de recursos financeiros, isto impacta diretamente os investimentos. Desta forma, a oferta será mais reduzida no longo prazo, mas estanca um problema no curto prazo, já que reduz a moeda em circulação e os preços tendem a abaixar.

O problema de elevar a taxa de juro é que isso torna os títulos da dívida pública brasileira no mercado externo mais atrativo, provocando uma valorização cambial, diminuindo a capacidade da economia nacional de competir em bens comuns e, para controlar a inflação, a economia brasileira deve abrir suas portas para bens produzidos fora do país. Isto eleva o déficit em transações correntes.

Vimos agora porque me oponho as ações de Guido Mantega a frente do ministério da Fazenda. Ele não cobrou do setor produtivo as garantias para elevar o bem estar social, elevou a dívida bruta brasileira, descontrolou a economia com benesses fiscais sem freio e quer controlar o câmbio com medidas artificiais. Na sexta-feira saiu o IPCA de abril, cujo índice foi de 0,70%. No acumulado dos últimos doze meses, a meta de inflação foi ultrapassada, perfazendo um acumulo de 6,51%. Está utilizando ou não às medidas erradas para controlar nossa economia o nosso ministro?