quinta-feira, 26 de maio de 2011

Qual o custo da oportunidade?

O que defini os melhores retornos? Em economia isto é baseado no melhor custo de oportunidades. O determinante dessa expressão é que defini quando o custo será mínimo e o retorno atrativo. Assim, os agentes escolhem a melhor oportunidade de adquirir ou administrar seus bens, sejam eles reais ou monetários.

Um fator que me baseio para se ter o melhor retorno é a ética. Eu a utilizo como uma variável exógena a qualquer modelo de desenvolvimento econômico. Ela explica os ganhos, indicando quais são os legais e quais não são. Vejamos um exemplo: o custo de oportunidade do traficante é muito maior do que o meu e, consequentemente, seus ganhos serão maiores também. Mas, se ele utilizar a ética, o seu retorno talvez não exista, já que o tráfico é proibido em qualquer parte do mundo e ele não praticará tal crime.

Se a ética é tão valorizada por mim, qual seria o fator para um melhor crescimento econômico? O mérito, pois ele só depende de cada um e não retira nada de ninguém. Porque qualquer coisa que se é tirada de outro é roubo e não tem valor legal já que não pertence a quem dispõe desse tipo de bem.

No Brasil me parece que essa lógica é invertida. O custo de oportunidade para aumentar o crime de colarinho branco é inelástico, ou seja, uma unidade na elevação do crime rende dividendos muito maiores do que se o agente estivesse agindo pelo lado ético, já que esse tipo de crime é discutido na esfera política e não criminal. Quanto maior a participação do agente nas urdes do estado, maior será o seu retorno.

Vejamos o caso do ex-senador cassado Luiz Estevão. A liberdade dele não foi tolhida pelo fato de ter roubado um R$ 1,1 bilhão dos cofres públicos até o caso mais recente do atual Ministro Chefe da Casa Civil, que até um ex-presidente da República, surfando na alta popularidade que possui, rebaixa a ética ao se tornar o principal articulador político para livrar a cabeça de Antônio Palocci, levando esse crime a discussão na esfera política e não criminal.

Se os ganhos adicionais de renda são influenciados por informações assimétricas que não são de conhecimento do mercado isto é não é ético, logo é crime. Ninguém começa um jogo sabendo quem vai ganhar, senão não há interesse dos outros agentes em participar da partida.

Quando existe uma economia de mercado, significa dizer que as informações são públicas e todos os agentes conhecem as regras do mercado e tem a mesma probabilidade de ganhos ou perdas. O que vai definir quem ganhou mais ou menos ou perdeu pouco ou tudo são as escolhas de cada um. Sendo assim, qualquer ganho fora desta realidade gira na órbita do crime.

Agir com ética é respeitar o limite e o direito do próximo. A maioria da população espera que a dignidade dos agentes públicos seja a primeira etapa de ascensão a qualquer cargo público. As informações privilegiadas são de conhecimento particular para tornar a segurança jurídica nacional preservada e não para se fazer dela um meio de enriquecimento fora da esfera moral.

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