quarta-feira, 25 de maio de 2011

A cabeça de alho, a nossa cabeça e os rincões do estado

O título do artigo é bem intrigante e chamativo com certeza. Eu pretendo ao final dele detalhar o entendimento do que é cabeça de alho, a nossa cabeça e os rincões do estado.

Como toda forma de controle, incluo todas as instituições que defendem falsas liberdades carregando a espada do aumento de poder e controle social. Muitas dessas instituições utilizam o “politicamente correto” para defender tal tese. Vejamos um exemplo bem nítido: Cuba. Ao atacar o liberalismo, chamando-o de imperialismo, controla sua população e diz que não falta saúde e educação a seu povo. Pra quê educação se o povo abdicou da liberdade? Onde está riqueza daquele povo se não tem acesso a cultura do resto do mundo?

Comparações a parte, o Brasil não é nenhuma Cuba e nem pretende ser. Mas será se somos livres de verdade? Algumas questões que observei nos últimos dias me levam a crer que nossas mentes estão que nem cabeça de alho, que precisa ficar bastante amassada para se tornar um bom tempero, daí ser útil para manipulação pelo chefe de cozinha.

Domingo, após o futebol, estava asseando minha filha de 04 meses e não deu tempo para desligar a televisão quando começará o programa “Domingão do Faustão”, do qual não sou fã e respeito quem seja, e chamou-me a atenção a primeira matéria que se tratava de uma professora, que faz sucesso no Youtube, ao participar de um evento no Rio Grande do Norte sobre educação na presença de autoridades. Ela pediu a fala, quando não estava inscrita pela organização do evento, e expôs seu salário e as péssimas condições da educação pública brasileira. O apresentador foi bastante emotivo ao concordar com a professora e colocou até uma enquete para saber quantas pessoas ratificariam a afirmação da docente.

Não quis tomar parte da enquete, já que ela é enviesada para vitória esmagadora dos partidários da professora e minha derrota era bem clara. Só gastaria dinheiro com envio de uma mensagem pelo meu celular e pagaria impostos ao governo. Decidi não participar.

Eu discordo da professora! Primeiramente porque acho que educação é fruto de uma relação do mercado. Ele quem demanda a formação de profissionais mais eficientes e para isso necessita de educação para se tornarem seres mais produtivos. Todo ser humano é um agente trabalhador e deve os seus estudos ter um objetivo. Não concordo que educação deixará um país mais rico ou mais pobre se não tiver educação, ela é apenas um meio para expansão da cultura e conhecimento de novas técnicas e métodos para seu objetivo final que é o trabalho.

Se quem estuda ganha mais, é porque consegue adquirir com a educação princípios para elaborar ideias, se tornando seres mais produtivos. Mas que reconhece este mérito é o mercado. A sala de aula tem que ser o meio para o sucesso profissional e a meritocracia, essa sim, desenvolve um país.

Estou cansado de observar ações emocionais para determinar nossos princípios. O ser humano tem cérebro e precisa utilizá-lo com freqüência em suas decisões. O lado emocional entra na relação de amor que temos com seres que estão ao nosso redor e não nas práticas que exercemos para nos tornarmos merecedores de nossas conquistas.

Outro fator negativo que observei foi na votação do Novo Código Florestal, votado ontem na Câmara dos Deputados. O líder do governo, que para mim não tem perfil de líder, Cândido Vacarezza, do PT de São Paulo, ao subir a tribuna e afirmar que a Presidente Dilma ficaria triste com um dispositivo da lei se aprovado fosse (e foi), como se isso alterasse e rebaixasse a casa a pressão do poder executivo. Mas um exemplo que nossa cabeça está se tornando a de um alho amassado.

Como você, caro leitor, já entende o que quero dizer com a analogia de nossas cabeças e a cabeça de um alho, perceberá o que quero dizer com os rincões do estado. Eu inseri a palavra rincão para designar que o estado se afasta da realidade que defende. Quando este afirma que as liberdades são coletivas, induz que temos que trabalhar mais com a emoção em detrimento da razão. A sua liberdade é única e muitos burocratas afirmam que isto é um erro, aplicando em sua vida privada uma liberdade que é de todos. Eu lhe garanto que muitos burocratas estão ricos na fronteira entre o público e o privado e utilizaram o bem “coletivo” para tal finalidade. Veja exemplo de nosso Ministro Chefe da Casa Civil.

Portanto, deixo os meus cumprimentos ao programa de ótima qualidade “A Liga” da rede Bandeirantes. Ontem o programa promoveu uma debate defendendo a liberdade individual, mostrando que ela pertence à pessoa e somente cada um pode determinar qual o melhor caminho a seguir. Ou você alimenta os “rincões do estado”, com promessas de liberdades coletivas em detrimento de sua felicidade, assumindo que é uma cabeça de alho, ou você assumi que tem cérebro e reconhece o seu espaço. Ter liberdade é respeitar que a sua vida é sua e que a de outros pertence aos outros!

Concluo com uma frase fantástica da música Silverwing, da banda que sou fã Arch Enemy: “Voe comigo em um céu iluminado pelas estrelas. Eu tornarei você livre... Sim, poderá ser. Um sonho encrustado é uma vida de desperdício. Nunca deixe de conquistar seu orgulho, nosso amor está morno aqui. Como a imagem de um sol distante, esta estrela sempre brilhará e nunca ira diminuir. Voe Asa prateada. Voe comigo. Fique livre, Asa Prateada”.

Um comentário:

Anônimo disse...

"Eu discordo da professora! Primeiramente porque acho que educação é fruto de uma relação do mercado. Ele quem demanda a formação de profissionais mais eficientes..."

Sergio,

Permita-me discordar, pontualmente de vc.

Creio que a professora acertou quando disse que faltam investimentos na capacitação dos docentes na estrutura física das escolas e em um incentivo melhor aos professores.

Por outro lado, concordo que é o mercado quem aloca os melhores profissionais e a sua afirmação não anula a crítica da professora só a complementa. Pense, nesse caso, em uma FUNÇÃO p/ a EDUCAÇÃO... Se partirmos da premissa, de que, a média da educação brasileira, principalmente no norte e nordeste, obteve uma nota ruim a alocação do mercado será de baixo nível.

Reconheço que quando discutimos o problema da educação, temos que definí-la melhor, para que a argumentação e a definição das soluções sejam mais eficazes.

Quando a professora diz que é necessário investir em estrutura (Humana - Física - Operacional), acredito que vc irá concordar que uma escola sem um laboratório (informática/Fisica/Quimica), com uma biblioteca precária, professor desestimulados e recebendo uma remuneração inadequada, não conseguirá alavancar muito o potencial que os estudantes poderiam atingir.

A questão central é que não conhecemos de perto a realidade do nosso país, o que nesse caso, torna a crítica frágil. Estudamos em Brasília. Bem ou mal, ainda tivemos a oportunidade de dispor de uma estrutura mínima para dinamizar as nossas capacidades...

Recursos não faltam para melhorar o quadro de baixo nível da educação brasileira. O problema é que os mesmos não são alocados de forma eficiente. Na verdade, não chegam nem na metade disso.

Abraço!

Marcos Paulo