O que faz o preço de um ativo subir é quando a oferta é inelástica e a demanda elástica. No Brasil, a demanda por crédito, devido a baixa poupança, é muito elástica, já que o brasileiro se acostumou a elevar o patrimônio com aumento das dívidas.
Se tal afirmativa é correta, para abaixar os juros é só na base da força, justamente o que o governo brasileiro está fazendo.
Vamos fazer um exercício simples: você é vendedor de canetas e está na porta de uma escola que está promovendo uma prova para concurso público e os candidatos só podem usar canetas de tinta preta. Você levou um estoque de 100 canetas e aparecem ao mesmo tempo em sua banca 120 candidatos interessados, porque eles necessitam deste material. O que fazer?
Se o seu plano inicial era de vender cada caneta por R$ 1,00, você conseguiria se cada candidato viesse em espaço de tempo diferente e os 100 primeiros comprariam no valor que você planejou. Mas, todos decidiram chegar de uma só vez. Para resolver este impasse, a única medida ética a se fazer é elevar o preço até o valor máximo que o centésimo esteja disposto a pagar.
Com o crédito não é diferente. Se os bancos elevam seu estoque de crédito para empréstimo, fato que ocorre com a redução da taxa SELIC, a tendência é a elevação dos juros pelos bancos para o comprador do crédito, ou seja, a pessoa física que se apresenta na agência solicitando um empréstimo.
Se as taxas estão indo em sentido contrário a trajetória natural da economia, isto não vai acabar bem. É como você aterrar o mar e esperar que ele aceita isso sem nenhum efeito colateral. A natureza pune quem não respeita os seus limites e economia é uma ciência baseada na natureza.
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