quarta-feira, 1 de junho de 2011

Cultura ou não, o que é o funk afinal?

A primeira vez que eu ouvir falar em funk eu tinha 13 anos. Pensava nas letras que diziam sobre a realidade dos moradores dos morros cariocas. Fui ao Rio de Janeiro em uma viagem quando faria 14 anos e fiquei deslumbrado com a visão das favelas na zona sul da cidade, mas propriamente o morro Santa Marta em Botafogo. O ano que ocorreu este evento foi 1996.

Naquela época acabará de ser lançado o CD “Funk Brasil 1995”, que trazia músicas que contavam do sofrimento daquele povo. Para ser ter uma ideia, uma frase que sempre ficou em minha mente foi: “o povo só come bem na casa do bacana. O pobre agradece a Deus quando tem pão com banana. A elite escuta isso e diz que é exagero. O povo vive o dia-a-dia a beira do desespero.” Essa letra faz parte da música “Favela também é Arte” do Mr. Catra.

As músicas nessa época eram típicas de periferia e só fazia sucesso nos morros cariocas. Alguns jovens de classe média, no qual me enquadro, escutavam pela moda, mas não tinha uma opinião formada com a densidade que tenho hoje para perceber o sentido da música. Então foi moda passageira e não ficou raiz em minha cultura.

Ontem passou o excelente programa “A Liga” da rede Bandeirantes tratando sobre a cultura do funk. Os apresentadores Rafinha Bastos (o mesmo do CQC), Débora Villalba, Thaide e Sophia Reis, acompanharam três cantores de funk: Mc K9, Mc Smith e o grupo “Os Havaianos”, além de uma psicanalista (que não recordo o nome).

Eles trataram da cultura do funk. O que se descobre pelo programa é que esse estilo foi criado na década de 80 em meio ao preconceito contra os favelados, conforme especifiquei acima, e em 2009 a cidade do Rio de Janeiro criou uma lei que constituiu o funk como patrimônio cultural da cidade. Hoje essa indústria movimenta mais de R$ 10 milhões por mês só na cidade carioca, com um público de quase duas mil pessoas por show ao mês e as composições das músicas tratam de assuntos bem polêmicos, como drogas, sexo, violência, apologia ao crime e exclusão social.

A questão aqui é a evolução que teve essa cultura, não sendo mais restrito aos moradores do morro. Hoje sua adesão está em todas as classes sociais. Mas será hoje em dia uma verdadeira cultura ou precisou de uma lei para especificar que o funk é uma demonstração cultural?

O tema é polêmico e em meu conceito é um tipo de cultura que se depreciou e que surtiu o efeito contrário de todos os bens desestimáveis. O funk se valorizou! No início as letras eram direcionadas a uma questão social e hoje as letras são proibitivas.

A favela era, nas letras do funk, uma comunidade que recorria aos seus meios de subsistência e os funkeiros eram os interlocutores dos fatos que ocorriam naquele espaço. Os não moradores dos morros conheciam sua situação pelas letras e hoje em dia não se tem essa referência. Penso da seguinte maneira: você é o que escreve. Senão não faz sentido promulgar suas ideias se ela não tem valor nem para a própria pessoa que escreve.

Logo, o funkeiro traz uma realidade voltada a uma vida animal, induzida pelo sexo sem propósito e em defesa do crime, promulgado nas letras dos “proibidões”.

Não sou contra a liberdade individual e acredito que o funk trouxe uma dignidade aos que fazem dela uma arte. A questão é que ela induz uma vida sem propósito e de conceitos frágeis de formação social. A minha opinião não é para punição, pois sou defensor da liberdade de expressão, mas que penso que o momento dos moradores “excluídos” da favela chegou e se faz presente outra postura, até para criarmos mecanismos de progresso e não de exclusão na inclusão cultural por parte das outras classes sociais.

terça-feira, 31 de maio de 2011

A Revolta de Altas, um livro perfeito para entender o que se passa!

Matéria do jornal Valor Econômico, de 30 de maio de 2011, trouxe reportagem sobre a Argentina. Lá continha as intervenções do governo para combater a pobreza que é gerada pela inflação, mas o antídoto utilizado pelo governo gerou mais... pobreza!

A “sabedoria” da Presidente Cristina Kirchner e sua equipe econômica de criar o mercado popular em regiões periféricas de Buenos Aires e vender alimentos subsidiados só geram mais pobreza. O motivo é simples. Controlar preços, desestimulando a produção, não diminuirá a inflação, apenas jogará os custos com esse projeto para toda a população, já que em algum momento os impostos serão ampliados para equilibrar as finanças do estado e garantir os subsídios, diminuindo a riqueza do país. Este é apenas um dos vários efeitos colaterais dessa ação.

Em uma economia de mercado, os preços que alocam os bens produzidos na economia orientam a política econômica na definição entre oferta e demanda. Se os preços estão acima do equilíbrio, a orientação passada aos consumidores é que deverão conter o consumo presente e aos produtores que deverão elevar a oferta, já que o preço é atrativo para ampliar os rendimentos monetários advindos da venda da produção. Isto ampliará a oferta, reduzindo os preços, incentivando os consumidores demandarem os bens comercializáveis em determinado tempo.

Quando o governo controla preços ele não estimula a produção, logo diminui a oferta. Desta forma, o país tem problemas de escassez produtiva, aumentando a pobreza e incentivando a produção paralela, ou seja, a oferta “ilegal” ou clandestina, popularmente conhecida. Fora que ocorre uma redução do bem estar social com as firmas opera nessa economia. Todos tendem a ser ineficientes e ofertarem produtos de péssima qualidade e que não sobreviveriam a uma economia de mercado.

Os efeitos dessa economia são amplamente divulgados no livro “A Revolta de Atlas”. Infelizmente muitos de nossos governantes não lêem essa literatura e tem a coragem de desmerecer o mérito do conhecimento. Se existe esta lógica é porque tem quem apóia. Então vamos acordar para não sermos empobrecidos pelas mazelas de governantes míopes, que promovem mais propaganda do que eficiência econômica.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Qual o custo da oportunidade?

O que defini os melhores retornos? Em economia isto é baseado no melhor custo de oportunidades. O determinante dessa expressão é que defini quando o custo será mínimo e o retorno atrativo. Assim, os agentes escolhem a melhor oportunidade de adquirir ou administrar seus bens, sejam eles reais ou monetários.

Um fator que me baseio para se ter o melhor retorno é a ética. Eu a utilizo como uma variável exógena a qualquer modelo de desenvolvimento econômico. Ela explica os ganhos, indicando quais são os legais e quais não são. Vejamos um exemplo: o custo de oportunidade do traficante é muito maior do que o meu e, consequentemente, seus ganhos serão maiores também. Mas, se ele utilizar a ética, o seu retorno talvez não exista, já que o tráfico é proibido em qualquer parte do mundo e ele não praticará tal crime.

Se a ética é tão valorizada por mim, qual seria o fator para um melhor crescimento econômico? O mérito, pois ele só depende de cada um e não retira nada de ninguém. Porque qualquer coisa que se é tirada de outro é roubo e não tem valor legal já que não pertence a quem dispõe desse tipo de bem.

No Brasil me parece que essa lógica é invertida. O custo de oportunidade para aumentar o crime de colarinho branco é inelástico, ou seja, uma unidade na elevação do crime rende dividendos muito maiores do que se o agente estivesse agindo pelo lado ético, já que esse tipo de crime é discutido na esfera política e não criminal. Quanto maior a participação do agente nas urdes do estado, maior será o seu retorno.

Vejamos o caso do ex-senador cassado Luiz Estevão. A liberdade dele não foi tolhida pelo fato de ter roubado um R$ 1,1 bilhão dos cofres públicos até o caso mais recente do atual Ministro Chefe da Casa Civil, que até um ex-presidente da República, surfando na alta popularidade que possui, rebaixa a ética ao se tornar o principal articulador político para livrar a cabeça de Antônio Palocci, levando esse crime a discussão na esfera política e não criminal.

Se os ganhos adicionais de renda são influenciados por informações assimétricas que não são de conhecimento do mercado isto é não é ético, logo é crime. Ninguém começa um jogo sabendo quem vai ganhar, senão não há interesse dos outros agentes em participar da partida.

Quando existe uma economia de mercado, significa dizer que as informações são públicas e todos os agentes conhecem as regras do mercado e tem a mesma probabilidade de ganhos ou perdas. O que vai definir quem ganhou mais ou menos ou perdeu pouco ou tudo são as escolhas de cada um. Sendo assim, qualquer ganho fora desta realidade gira na órbita do crime.

Agir com ética é respeitar o limite e o direito do próximo. A maioria da população espera que a dignidade dos agentes públicos seja a primeira etapa de ascensão a qualquer cargo público. As informações privilegiadas são de conhecimento particular para tornar a segurança jurídica nacional preservada e não para se fazer dela um meio de enriquecimento fora da esfera moral.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Pergunta do dia!

Brasil leva uma década para prender Pimenta Neves, mesmo ele sendo um réu confesso. Os Estados Unidos levam duas horas para prender o ex número um do FMI, Dominique Straus Kahn, após assédio sexual contra uma camareira. Agora responda, quais leis e éticas são respeitadas?

A cabeça de alho, a nossa cabeça e os rincões do estado

O título do artigo é bem intrigante e chamativo com certeza. Eu pretendo ao final dele detalhar o entendimento do que é cabeça de alho, a nossa cabeça e os rincões do estado.

Como toda forma de controle, incluo todas as instituições que defendem falsas liberdades carregando a espada do aumento de poder e controle social. Muitas dessas instituições utilizam o “politicamente correto” para defender tal tese. Vejamos um exemplo bem nítido: Cuba. Ao atacar o liberalismo, chamando-o de imperialismo, controla sua população e diz que não falta saúde e educação a seu povo. Pra quê educação se o povo abdicou da liberdade? Onde está riqueza daquele povo se não tem acesso a cultura do resto do mundo?

Comparações a parte, o Brasil não é nenhuma Cuba e nem pretende ser. Mas será se somos livres de verdade? Algumas questões que observei nos últimos dias me levam a crer que nossas mentes estão que nem cabeça de alho, que precisa ficar bastante amassada para se tornar um bom tempero, daí ser útil para manipulação pelo chefe de cozinha.

Domingo, após o futebol, estava asseando minha filha de 04 meses e não deu tempo para desligar a televisão quando começará o programa “Domingão do Faustão”, do qual não sou fã e respeito quem seja, e chamou-me a atenção a primeira matéria que se tratava de uma professora, que faz sucesso no Youtube, ao participar de um evento no Rio Grande do Norte sobre educação na presença de autoridades. Ela pediu a fala, quando não estava inscrita pela organização do evento, e expôs seu salário e as péssimas condições da educação pública brasileira. O apresentador foi bastante emotivo ao concordar com a professora e colocou até uma enquete para saber quantas pessoas ratificariam a afirmação da docente.

Não quis tomar parte da enquete, já que ela é enviesada para vitória esmagadora dos partidários da professora e minha derrota era bem clara. Só gastaria dinheiro com envio de uma mensagem pelo meu celular e pagaria impostos ao governo. Decidi não participar.

Eu discordo da professora! Primeiramente porque acho que educação é fruto de uma relação do mercado. Ele quem demanda a formação de profissionais mais eficientes e para isso necessita de educação para se tornarem seres mais produtivos. Todo ser humano é um agente trabalhador e deve os seus estudos ter um objetivo. Não concordo que educação deixará um país mais rico ou mais pobre se não tiver educação, ela é apenas um meio para expansão da cultura e conhecimento de novas técnicas e métodos para seu objetivo final que é o trabalho.

Se quem estuda ganha mais, é porque consegue adquirir com a educação princípios para elaborar ideias, se tornando seres mais produtivos. Mas que reconhece este mérito é o mercado. A sala de aula tem que ser o meio para o sucesso profissional e a meritocracia, essa sim, desenvolve um país.

Estou cansado de observar ações emocionais para determinar nossos princípios. O ser humano tem cérebro e precisa utilizá-lo com freqüência em suas decisões. O lado emocional entra na relação de amor que temos com seres que estão ao nosso redor e não nas práticas que exercemos para nos tornarmos merecedores de nossas conquistas.

Outro fator negativo que observei foi na votação do Novo Código Florestal, votado ontem na Câmara dos Deputados. O líder do governo, que para mim não tem perfil de líder, Cândido Vacarezza, do PT de São Paulo, ao subir a tribuna e afirmar que a Presidente Dilma ficaria triste com um dispositivo da lei se aprovado fosse (e foi), como se isso alterasse e rebaixasse a casa a pressão do poder executivo. Mas um exemplo que nossa cabeça está se tornando a de um alho amassado.

Como você, caro leitor, já entende o que quero dizer com a analogia de nossas cabeças e a cabeça de um alho, perceberá o que quero dizer com os rincões do estado. Eu inseri a palavra rincão para designar que o estado se afasta da realidade que defende. Quando este afirma que as liberdades são coletivas, induz que temos que trabalhar mais com a emoção em detrimento da razão. A sua liberdade é única e muitos burocratas afirmam que isto é um erro, aplicando em sua vida privada uma liberdade que é de todos. Eu lhe garanto que muitos burocratas estão ricos na fronteira entre o público e o privado e utilizaram o bem “coletivo” para tal finalidade. Veja exemplo de nosso Ministro Chefe da Casa Civil.

Portanto, deixo os meus cumprimentos ao programa de ótima qualidade “A Liga” da rede Bandeirantes. Ontem o programa promoveu uma debate defendendo a liberdade individual, mostrando que ela pertence à pessoa e somente cada um pode determinar qual o melhor caminho a seguir. Ou você alimenta os “rincões do estado”, com promessas de liberdades coletivas em detrimento de sua felicidade, assumindo que é uma cabeça de alho, ou você assumi que tem cérebro e reconhece o seu espaço. Ter liberdade é respeitar que a sua vida é sua e que a de outros pertence aos outros!

Concluo com uma frase fantástica da música Silverwing, da banda que sou fã Arch Enemy: “Voe comigo em um céu iluminado pelas estrelas. Eu tornarei você livre... Sim, poderá ser. Um sonho encrustado é uma vida de desperdício. Nunca deixe de conquistar seu orgulho, nosso amor está morno aqui. Como a imagem de um sol distante, esta estrela sempre brilhará e nunca ira diminuir. Voe Asa prateada. Voe comigo. Fique livre, Asa Prateada”.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

CQC e as verdadeiras faces de nossos congressistas


Recebi um vídeo por e-mail e não perdi tempo. Publiquei-o no Youtube e compartilho com todos. A vergonha termos um Congresso Nacional caro, improdutivo e que os parlamentares não sabem nem os assuntos que apóiam. Um escândalo nacional. Vamos acordar meu POVO!