quinta-feira, 17 de março de 2011

O que é mercado?

Muitos pensam que falar de mercado é uma coisa pejorativa, que faz mal à saúde, que é moralmente inaceitável e que passa de todos os limites das relações sociais da boa natureza humana. Para os que imaginam isso eu informo que estão pensando errado ou foi induzido por alguém a acreditar que o mercado é ruim por si só e que o capitalismo é o sistema mais cruel e desumano que existe. Pois bem, eu mostrarei minha visão.

Mercado é tudo aquilo que é baseado em uma relação de troca. Se você se relaciona com uma mulher ou homem é um mercado. Qual o produto que você oferta? Amor. Qual você demanda? Carinho. Foge da conotação de mercado estudado em economia? Nem um pouco.

Em economia existem duas formas de troca: de um lado a parte real e do outro a monetária. A parte real é aquela realizada por intermédio da produção e do trabalho. A monetária é baseada na moeda, a fonte que interliga o processo de quem compra o produto e de quem fabrica o bem.

No artigo anterior (clique aqui para ler) eu disse que o Brasil não tem foco quando tratamos do mercado de trabalho, que seleciona os insumos na base educacional, pois está formando agentes sem objetivo. Sugeriram-me que eu deixasse de ser reducionista e parasse de ver tudo apenas pelo olhar clínico do mercado, como se este último fosse uma coisa péssima de existir.

Se alguém estuda é porque trocará conhecimento com alguém, ou seja, a lei da oferta e demanda, pois esta é base primeira da criação de um mercado. Oferta um bem para uma demanda passiva que o escuta e absorve seu conhecimento.

Na roda de amigos em um bar, o conhecimento é repassado a todo instante quando começa uma conversa sem que necessite a moeda como fator transacional para o ato ocorrer. A oferta (quem puxa o diálogo) emite seu ponto de vista para a demanda (o receptor da mensagem) e, com isso, o mercado fora consumado pela moeda circulante naquele momento chamada de troca de experiências.

A diferença de uma mesa de bar com amigos e um workshop é que a moeda que paga o segundo é a monetária. Você pagará antes para receber o produto final, ou seja, a palestra. Você acredita que o receptor tem a fonte do conhecimento que você demandará no momento, por isso lhe entrega o valor monetário para receber o conhecimento desejado.

Então, digo e afirmo que o Brasil não tem foco quando não tem visão de mercado em suas transações corriqueiras, mesmo agindo para tal. Para um mercado ser perfeito, e é isto que defendo, tem que existir a variável endógena conhecida como objetivo. Sem objetivo a pessoa não terá foco e não constituirá um mercado perfeito com o outro indivíduo, porque nem a moeda “troca de experiências” será utilizada para constituir um diálogo.

Ter foco é o homem se reconhecer em seu talento e perceber que ele é um ser produtivo e trabalhador. Outras pessoas demandam o seu conhecimento, a sua força de vontade e, principalmente, o seu talento para resolver aquilo que é designado o seu esforço. Tudo isso é característica de mercado. Uma relação de trocas entre oferta e demanda. Enquanto ao resto é resto, não são “troca de experiências”.

Um comentário:

Anônimo disse...

Desculpe-me, mas quando eu disse que vc era reducionista foi por cometarios deste tipo: "Muitos pensam que falar de mercado é uma coisa pejorativa, que faz mal à saúde, que é moralmente inaceitável e que passa de todos os limites das relações sociais da boa natureza humana. Para os que imaginam isso eu informo que estão pensando errado ou foi induzido por alguém a acreditar que o mercado é ruim por si só e que o capitalismo é o sistema mais cruel e desumano que existe." Em nenhum momento foi citado isso. Até pq a pessoa que me ensinou muito na vida foi a mesma que ensinou a vc, só para copmeço de conversa.
Quando eu digo que vc é reducionista é pq vc tenta explicar tudo com base na economia, como se ela pudesse relamente explicar até mesmo o que é AMOR, coisa que filosofo se abstem de explicar. Então, se tudo é relação de troca, e o amor pode ser explicado com base nisso, explique então o amor platonico? Explique tb o tipo de amor conhecido como agape? As coisas não são preto ou branco, o mundo não é só feito de economicistas e nem de capitalistas x socialistas. Quem pensa que o mundo pode ser explicado sempre por um ponto de vista é reducionista.
Vc explicou que mercado é uma relação de troca, só que explicou como economista. Um fisico não chamaria uma troca energetica de mercado, jamais. Um ecologo não chamaria a naureza de mercado. O que vc chama de mercado, ele entende como sustentabilidade.
Vc defendeu seu lado de vista, que é sempre economico, claro é sua profissão, e tentou dizer que não, que era mais amplo. Mas, demonstrou que não, sua visão é somente economica e nada mais.
Existem coisas que para vc explicar tem que ampliar o foco e sair do tecnicismo. Quer um exemplo? Se vc me perguntar o que é solo eu lhe direi, mas se vc perguntar para um engenheiro civil a mesma coisa, ele lhe dará outra resposta, se fizer para um geologo idem, etc. As visões que cada um tem é diferente, pois o objetivo é outro. Para mim o solo é fundamental, já para um geologo não! Ele está errado e eu certo? De forma alguma, pois cada um na sua área de conhecimento tem um conceito diverso sobre determinado assunto. Isso é o papel da universidade, Unir as ciencias, ter uyma visão holistica das coisas, este conhecimento que eu defendo. Essa liberdade, que é a unica que existe, é o que eu defendo e por isso disse que vc era reducionista, pois vc vê as coisas somente pelo angulo economico e nada mais. Antes de economista, vc é ser humano e para ser um verdadeiro ser liberal tem que ser holistico.