quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A Arte da Guerra e o confronto carioca

O general chinês Sun Tzu escreveu uma verdadeira obra que lidera qualquer cabeceira e nos ensina a arte de uma guerra. Podemos utilizá-lo no dia-a-dia e entender fatos recorrentes quando defrontamos com situações de conflito.

Em uma de suas passagens, mas propriamente no terceiro capítulo que diz sobre as estratégias de luta, Sun Tzu diz:

“Na prática da arte da guerra, a melhor coisa é render o país inimigo, inteiro e intacto; não é benefício danificar e destruir. Portanto, da mesma maneira, é melhor capturar um exército inteiro do que destruí-lo, capturar um regimento, um destacamento ou uma companhia inteira e não destruí-los.”

Traduzindo essa escrita, o exército dominador não pode acabar com o inimigo senão você estará fadado ao fracasso na operação, já que demonstrará arrogância e provocará a irá do derrotado.

Outra passagem trás a seguinte leitura: “vencerá aquele que souber quando lutar e quando evitar a luta”.

Dentre estas e outras afirmações, podemos comparar à operação no morro do Alemão as escritas antigas desse grande sábio. Será que os governantes e as forças policiais e militares estão bem articuladas para vencerem esse crime especificamente?

A lei do valor reza que a geração da escassez torna o bem mais valioso. Quando mais presente for o bem, mais comum e menos valorizado ele se torna. Dessa forma, ele deixará de ser único e será aprendido pela concorrência, prejudicando sua qualidade e facilitado suas estratégias de disputa.

O que quero dizer com isso? A imprensa apresenta todos os dias às operações militares para combater o tráfico, com entrevistas e vídeos motivadores do BOPE, apresentando a estratégia de ação contra os bandidos no complexo do Alemão.

Bandido não é burro e não dorme, já que qualquer hora seu reino poderá ruir. Eles estão de olho em cada passo dado pelos militares para combatê-los e estão articulando pela dissimulação para iludir as autoridades e se equipar e preparar para o fortalecimento e novos combates.

O tráfico não acabou com essa operação. Os bandidos apenas mudarão de endereço e os que foram presos e morreram terão substitutos tão logo essa história esfrie e a imprensa deixe a retórica do caso Tim Lopes no esquecimento e na memória.

Não estou aqui condenando o combate. O que relato é que está faltando mais sabedoria e sobrando emoção na operação que comove a todos que assiste pela imprensa a espera de uma nova reportagem que traga a história da conquista do morro pela polícia e os relatos dos moradores da comunidade com sede de esperança e dias melhores.

Três ditos populares são propícios ao momento: 1) “Quem tem pressa compre cru”; 2) “Não confie na sorte. O triunfo nasce da luta”; e 3) “Cautela nunca é demais”. Portanto, conquiste o território e ensine a comunidade outra verdade. Mas não force uma mentira como se fosse a única saída. Anos que a comunidade vive no marasmo e chegou à hora de conhecer o outro lado da rua. Não é momento de vacilo, autoridades!

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