quarta-feira, 27 de abril de 2011

A relação entre trabalho e capital. O caso brasileiro

Os economistas brasileiros batem na tecla que, numa economia pujante, o crescimento sustentável se dá se os trabalhadores acompanharem o crescimento da economia com taxas crescentes de investimento em capital e trabalho. Sendo assim, avaliaremos a condição da economia brasileira pelo modelo de produção Cobb-Douglas.

O modelo é baseado na relação entre capital e trabalho, cuja função é descrita na seguinte forma: F(K, L) = KαL1-α, onde: K representa o capital empregado na produção, L é a quantidade de trabalho alocado no processo produtivo e α é a constante exponencial que reflete a elasticidade de capital e trabalho alocados para produzir determinado bem.

Assim sendo, se α = 1, a função tem abundância de capital e não existem estímulos para gerar trabalho no processo produtivo. Não existe uma situação que um processo produtivo não demande trabalho, mas podemos imaginar α tendendo a 1 em países como a Suíça, que é forte em mercado de capitais, onde o dinheiro é alocado na produção de mais dinheiro.

Têm-se α = 0, inferimos que determinada economia é abundante em trabalho, mas não tem riqueza em capital para investimento. Como no caso anterior é uma situação hipotética, mas podemos imaginar a relação de países pobres que são abundantes em trabalho e escassos em capital como, por exemplo, o continente africano.

Vários estudos mostram que no caso brasileiro α = 0,2. Diante disso, a oferta de capital é inelástica e a demanda por trabalho é elástica, já que K é elevado a 0,2 e L a 0,8. Olhando pela lei da oferta e demanda no mercado de trabalho, podemos entender que existe mais trabalhador do que capital a ser empregado para produzir um determinado bem. Justificando os salários baixos pago pela economia brasileira.

Como fazer então para elevar α a um nível de equilíbrio, ou seja, aproximadamente 0,5? Existem duas formas de ocorrer essa elevação. Pelo lado da oferta de capital e a outra maneira pela demanda por trabalho qualificado. As empresas demandarão capital para investimento que será revestido em contratação de novos trabalhadores e incentivando-os a absorverem melhores salários e, assim, estimular-se-á a economia como um todo. Uma forma de ampliar a oferta de capitais e reduzir a quantidade de trabalho é elevando a produtividade. Para isso os trabalhadores deverão ser mais bem qualificados.

Vários estudos orientam que salários acima da média estão alocados nos trabalhadores mais qualificados e que sofrem menos com qualquer ação do estado quando intervém nos preços administrados, tipo salário mínimo, sendo a economia marginal a mais penalizada por tal medida, justamente a que representada os trabalhadores não qualificados, que é a maioria no mercado de trabalho brasileiro.

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