sexta-feira, 8 de julho de 2011

Por que o Brasil é corrupto? (versão 2)

No texto anterior eu explanei minha visão sobre a geração da corrupção, que está baseada no custo da oportunidade em administrar os recursos que não foram adquiridos do trabalho dos burocratas do estado e sim da boa fé da população em empenhar seus recursos em pagamento de impostos.

Outra forma de corrupção é o controle dos meios de produção e ideias. Na medida em que são geradas informações assimétricas, a população sobrevive de um método conhecido como Seleção Adversa. Em economia, este termo define uma falha de mercado, já que uma parte detém o monopólio da informação e a parte interessada, na maioria dos casos o consumidor, não obtém o conhecimento e será passado para trás, caso aceite a troca proposta pelo dono da informação, conhecido como privilegiado.

Fico revoltado da forma como o consumidor brasileiro é tratado. São muitas notícias diárias que me fazem pensar o motivo de termos tantos atrasos. Podemos elevar nossa economia por alguns dígitos a mais na contabilidade do PIB, mas capengamos em nossos direitos fundamentais, na razão entre pagar e receber o que dê direito.

Se essa razão for menor do que um, demonstra que um país recebe muito mais benefícios do que paga; Se for igual a zero, o país dá justamente aquilo que recebe sobre seus recursos; e se for maior do que um, o país é passivo de alta corrupção, já que paga mais do que recebe. O primeiro caso se encaixa perfeitamente em países escandinavos e, infelizmente, o Brasil faz parte do terceiro grupo, juntamente com os países mais pobres do globo, como os do continente africano, por exemplo.

A demonstração é que cada R$ 100,00 gerado pelo trabalhador brasileiro, R$ 36,00 são remetidos diretamente para o governo. Quase 40% de tudo que os brasileiros produzem são destinados aos cofres do estado que escolherá por você o que melhor fará sem a sua participação ou consentimento.

É o que vemos nos debates mais aflorados pelos políticos brasileiros, que alocam mais recursos para realizar propagandas esparsas sobre a copa do mundo e as olimpíadas, quando ainda temos vários problemas estruturais e que são mais que necessários para o real modelo de desenvolvimento almejado pela população nacional, que referenda votos nos candidatos que prometem benfeitorias públicas para estimular o interesse dos agentes privados em investir e gerar riqueza.

Percebemos a corrupção quando visualizamos nossas autoridades tolhendo o seu direito de escolha e de crítica. Quando pretendem derrubar as ideias contrárias, alijando a liberdade de pensamento e posição, como pretende o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Sr. Ricardo Teixeira, ao limitar as ações de seus oponentes.

Agir com a força institucional e a lei só diminui o debate. O engrandecimento só surgirá com o respeito à liberdade individual de opinião e quando o contraditório for uma virtude. Pena que nossos governantes não respeitam os governados que se sentem acuados. Temos bons exemplos para olharmos mais adiante, como no caso da revolução francesa. Basta apenas ação!

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