sábado, 29 de outubro de 2011

A lógica da escassez

A nossa mente produz um turbilhão de ideias e se outras pessoas comprarem pela necessidade, você se tornará uma pessoa rica. Mas, como mensurar o valor? É complicada a resposta quando se trata de numerário, pois temos que levar em conta o custo dos insumos da produção mais impostos e, por fim, a expectativa de lucro que se receberá pelo produto final gerado. Após este somatório atingiremos o preço real que tal produto tem e o valor que os seus consumidores darão.

A teoria da escassez existe para equilibrar este mercado. Se tivermos uma produção maior do que o nível de consumo, a expectativa de lucros e os custos dos insumos reduzirão para o produtor, pois o preço ofertado é menor do que a expectativa criada no ato da produção. Mas, se o inverso for verificado, no caso uma demanda maior do que a oferta, a constituição da escassez é predominante. Portanto, o valor do bem tenderá a subir acima do preço estimado para o mercado e o produtor receberá um lucro maior do que suas expectativas e também podemos notar uma forte elevação dos custos de produção, pois na maioria dos casos trata-se de um produto de maior valor agregado.

Olhando por essa ótica eu me pergunto: por que a remuneração do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) não se eleva? Ele serve para alimentar o cofre da Caixa Econômica Federal (CEF) nos empréstimos imobiliários, ainda mais com os programas estatais de moradia popular às famílias de baixa renda, elevando assim a demanda esperada pelo mercado imobiliário acima do ponto de equilíbrio entre oferta e demanda que, consequentemente, aumentará o valor dos bens imobiliários.

Uma nova tática do governo para utilizar o FGTS é nas obras de infraestrutura urbana para atender os projetos: Copa do Mundo e Olimpíadas.

Vamos voltar à teoria da escassez para analisar essa política torta que os nossos governantes imprimem à população trabalhadora brasileira, com apoio das principais centrais sindicais do país.

Pela lógica de mercado, se eu tenho uma poupança escassa e se a utilizarei com recursos de terceiros, a taxa de atratividade desse rendimento tende a subir, ou seja, a taxa de remuneração do FGTS aos trabalhadores deve subir, pois existe uma demanda maior para utilizar esse bem e quem não é superavitário deverá pagar àqueles que poupam recursos para atender as suas finalidades.

Você trabalhador percebeu alguma alteração no rendimento de seu FGTS, por mais que exista demanda pelo SEU recurso? Lógico que não! Ele é definido por uma taxa fixa de 3% ao ano mais a taxa referencial (TR) que é calculada pela taxa média mensal ponderada ajustada dos CDBs prefixados.

Pois bem. Faltando a lógica econômica quem perde é o trabalhador. Em vez desse recurso retornar em salário ao trabalhador e ele fazer o que melhor entender, o governo manipula os resultados e os deixam iludidos com uma “poupança” nada rentável.

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