quarta-feira, 30 de março de 2011

Dois temas, mesma resposta

Duas matérias do Valor Econômico de hoje, 30 de março de 2011, chamaram-me minha atenção. Os assuntos estão destacados nas páginas A4 e A5, cujos títulos são respectivamente: “Petrobrás pode importar mais gasolina se etanol não baixar” e “Ajudar vizinhos ‘não tem preço’, diz Garcia”.

Da primeira questão o tema está bastante esgotado aqui no blog. A Petrobrás, como controladora de preço, determina a quantidade ofertada pelo encontro entre o custo marginal de longo prazo e o custo médio de longo prazo, determinando um preço maior que a receita marginal. Em outras palavras, isto é o monopólio porque receita marginal é igual ao custo marginal e existe devido ao estado brasileiro, que protege da concorrência  devido aos altos custos para ingresso de outras empresas nesse mercado.

Logo, como escrevi no tópico anterior, a Petrobrás importa combustível porque não temos refinarias suficientes que transformem nosso óleo em gasolina e querosene. Desta forma ela importará mais gasolina para pressionar o preço do etanol a diminuir, pois ela não obedece a lógica da oferta e demanda. A matéria trata deste tópico, não com a precisão que eu escrevo, mas com a informação indireta do que pretendo lhe dizer, caro leitor.

A segunda matéria já reporta a “sabedoria” do Assessor Especial da Presidência da República, ex-presidente do PT, Marco Aurélio Garcia, que informa que elevará o custo da energia no Brasil para ajudar o nosso vizinho Paraguai, que tem prejuízos para manter a hidrelétrica de Itaipu.

Será que o assessor não sabe que toda escolha gera um custo e que os agentes racionais escolhem o melhor custo benefício? Acho que ele não entende bem de economia e deixa o viés autoritário, típico dos líderes de esquerda, influenciar com discursos fáceis e românticos toda a população.

Paul Krugmann, emérito economista ganhador do prêmio Nobel, escreveu em seu livro “Economia Internacional” que o MERCOSUL não passa de desvio de mercado. Aqui criamos medidas protecionistas para proteger nosso mercado com bens inferiores, inibindo novos entrantes com tecnologia e produtos melhores, que melhoram o bem-estar social, por ações desproporcionadas por pessoas como este assessor que revela a seguinte frase insana constante na matéria: “ajudar os vizinhos não tem preço”.

O custo será em nosso bolso. Enquanto o vinho italiano do senhor Garcia é degustado em sua boca, o povo economiza no arroz para pagar a sagrada energia monopolista do Brasil. E ainda tem gente que cultua este tipo de gente. Fazer o quê?

3 comentários:

Anônimo disse...

"Paul Krugmann,(...). Aqui criamos medidas protecionistas para proteger nosso mercado com bens inferiores, inibindo novos entrantes com tecnologia e produtos melhores"

Então Sergio,

Importar gasolina não seria uma forma de "atrair" esses "entrantes com maior tecnologia" ao mercado nacional?

Abraço!
Marcos Paulo

Ps.: postei também no artigo abaixo.

Unknown disse...

Sim Marcão. Importar gasolina eleva o nível de bem-estar nacional. Mas não poderemos depender apenas do mercado internacional. Devemos estimular a economia nacional a se desenvolver e competir com o setor externo, elevando mais o nível do welfare state.

Não sou contra a importação e sim da baixa produtividade nacional em não prover de recursos necessários para elevar a oferta de gasolina produzida nacionalmente devido ao monopólio da Petrobrás, sendo que este caso resolveria com uma privatização.

Abraço e obrigado pelo comentário!
Sérgio Ricardo

Anônimo disse...

"Não sou contra a importação e sim da baixa produtividade nacional..."

Ok! Então a importação não é uma forma de concorrência? Claro que, na minha opinião, não seja a forma de concorrência sonhada por um país, mas...

Marcos Paulo