Texto enviado pelo meu amigo economista e servidor do Ministério do Meio Ambiente, Edvaldo Frazão
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Foi divulgado na última quarta-feira (15/02/2012) pelo Governo o corte de R$ 55 bilhões nas despesas orçadas para 2012. A maior parcela da remoção desses recursos foi na área de saúde e educação que, juntas, representaram uma perda de R$ 7,4 bilhões, sendo que 74% desse corte têm como destino à área da saúde.
Eu particularmente vejo isso com tristeza e bastante demagógica por parte da equipe econômica do governo, já que frustrou a expectativa da maioria dos analistas (no qual eu me encaixo) que se eliminassem gastos de custeio que mantém a máquina estatal funcionando. Apenas R$ 10 bilhões do montante total, ou 18,2%, tiveram como premissa básica esse destino.
Este motivo confirma, mais uma vez, a determinação do governo de manter a máquina burocrática grande e ineficiente. Uma administração com 38 ministérios serve apenas para criar cargos para uso político, eliminando nossas expectativas de ingresso na modernidade.
Distanciaremo-nos do desenvolvimento com o corte no orçamento da educação e saúde, pois, sabe-se que os estudantes brasileiros têm baixos níveis educacionais quando confrontado com resultados de outros estudantes espalhados pelo mundo. Esta realidade no nível da educação de nossos jovens chega a constranger, já que existem dois brasis distintos separados pelos estudantes do ensino privado e do outro lado os do ensino público.
Logo, esta política só aumenta o diferencial cultural dos pobres em relação aos ricos do Brasil. Na atualidade, neste mundo globalizado e competitivo, a educação de qualidade constitui a moeda mais valiosa que circula pelos cinco continentes.
A baixa estrutura educacional barra o acesso dos mais jovens ao mercado de trabalho e a oferta de empregos de boa remuneração, frustrando o sonho de vários jovens.
Com a saúde não há diferença. O corte nesta área deixará a saúde pública sangrando por falta de recursos e permanecerá com a baixa oferta de serviços, tanto de baixa quanto de alta complexidade.
Em meados de 2011 se falava na criação da CPMF para fortalecer o orçamento deste setor. Agora foi tomada a medida de bloquear quase R$ 5,5 bilhões. Com isso só nos restas esperar que os governantes entendam que o corte trará custos, tanto políticas, quanto populares, e façam o dever cívico que é: alocar melhor os recursos para elevar o bem-estar social.
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