Quem leu o livro “A Revolta de Atlas”, de Ayn Rand, deve imaginar o mundo que vivemos atualmente. Na obra a autora descreve uma sociedade totalmente governada por pessoas que demonizam as liberdades individuais e criticam os méritos de cada um em particular. Estabelece uma verdadeira aula de ética ao apresentar que os méritos e as escolhas se deve a cada individuo e não ao bem social estipulado por regras de alguns que utilizam da força para retirar garantias individuais e estabelecer diretrizes coletivas.
Quando uma pessoa atinge o nível de maturidade, ela parte em busca da sobrevivência. Diante disso, ela demandará uma nova linha de consumo desde os alimentos às vestimentas. Imaginemos então dois indivíduos de mesma idade, mesma formação, criação familiar equivalente e são ingressantes no mercado de trabalho numa função de trabalho idêntica em uma mesma empresa, consequentemente percebendo os mesmos salários.
Os dois jovens que atingiram a maturidade são possuídos de sonhos. Só que um optou por ter uma vida mediana e estudou o necessário para assumir funções compatíveis com o tamanho de seu mundo. O outro não se contém em ser apenas um e buscou absorver mais as informações que foram passadas em sala de aula e procurou uma melhor especialização ao ensinamento empregado.
Após um ano de trabalho o indivíduo que se esforçou mais para aprender foi designado à função de gerente e se tornou responsável pelas atividades prestadas pelo colega de faculdade, que agora se tornou seu subordinado. Desta forma, o salário inicial de ambos era X e, depois de um ano, o salário do subordinado era 1,2X, enquanto o do gerente era 5X. Qual a culpa que o funcionário que se tornou gerente tem se o seu colega de faculdade, agora de profissão, não conseguiu acompanhá-lo? Nenhuma.
Este é um exemplo simples dos méritos individuais e os sonhos alocados na visão de mundo de cada um. O funcionário que almejou uma vida mediana atingiu após um ano, enquanto o que se especializou e que buscou o crescimento não se contentará com o cargo de gerente. Parte daí um problema. O funcionário que virou subordinado do colega de faculdade tentará várias maneiras credenciar aos superiores as injustiças geradas contra ele, afirmando que ele tem o mesmo currículo e a mesma capacidade do, agora, chefe imediato. Denegrir a imagem do colega chefe é a primeira necessidade para tirar a limpo a injustiça proferida consigo.
Caso o leitor se encaixou no exemplo acima, assumiu algum cargo de relevância e sofreu com boicotes de algum subordinado, pensará qual o pecado foi cometido por ser mais eficiente. Mas tem pessoas que pensam que o mérito individual é um egoísmo, logo um problema a ser eliminado. Para esses que pensam assim, note qual a posição social que essas pessoas assumem. Encontramos às vezes pessoas “destaques” que pensam assim, mas elas se tornam “relevantes” devido à condição social da pirâmide que acreditam subir sem o “egoísmo” do mérito individual e ascendem com uma ajuda coletiva utilizando principalmente da força.
A força tratada aqui é a força do estado. Só ele ascende indivíduos sem méritos a posição de destaque. Nenhum governante determina a liberdade individual, apenas o indivíduo pode escolher onde quer empregar sua liberdade.
Para elevar pessoas sem méritos são necessárias duas coisas: primeiramente mentir. A mentira é a pior de todos os males, já que ela engana e corrompe as pessoas pelas suas necessidades, principalmente as básicas. Segundo prometer. A promessa dada que o indivíduo pode garantir suas necessidades sem esforço, insurgindo em outros cidadãos, com base na força, a geração de recursos para garantir a farsa de manter os mais necessitados com direitos não alcançados, desestimulando quem gera a riqueza a prover quem não a produz.
Atualmente percebemos que muitos empregos são gerados e não existem pessoas capacitadas para assumi-los. A culpa é das pessoas que estão produzindo a paga da esmola aos que não tem o que comer?
As ideias da esquerda são direcionadas a alijar a liberdade individual, como se ela fosse algo pejorativo, e a conduzi-la ao bem coletivo. Aos mais necessitados o que mais conseguir gerar. Ou seja, produza e dê mais aos que nada fazem!
O imposto é uma forma de força estatal. Os lucros do capitalista, que teve no tempo uma razão para imprimir seu pensamento, criar algo necessário e vender o bem produzido, não pode ser de todo direito seu, ele é carregado de impostos para pagar o estado. O mérito é desprezível. Quando o empresário atinge seu objetivo, pelo senso comum ele é um ser abominável, que não tem coração e que sua razão é o maior dos pecados.
Quando dois seres humanos se amam e não devem nada a ninguém, principalmente a sociedade e a igreja, são abolidos socialmente e são tachados como exemplos de negação. Vários argumentos desprezíveis são utilizados para denegrir esse amor.
A liberdade é a premissa básica para o homem ser reconhecido como homem. Cada um define sua vida e sua história. Não são as réguas de outros seres que determinam o que se é ou o que se deve ser. Ninguém pode ser torturado por outro só porque pensa diferente e ver o mundo de maneira distinta. A cada um é dado o que lhe pertence!