segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Marina Silva! Deixe-me ajudar a responder onde encontrará recursos para melhorar a educação


A entrevista foi intermediada pelos jornalistas Renato Machado, Renata Vasconcelos e Miriam Leitão. Uma das perguntas mais interessantes expostas no debate foi sobre o atual nível de investimento educacional proferida pelo jornalista Renato Machado, que abriu o bloco questionando a candidata pela proposta de elevação dos atuais níveis de investimento educacional de 5% do PIB e que no plano de governo da presidenciável essa taxa será de 10%. A candidata, como era de se esperar, respondeu o convencional. Nada de novo.

Em seguida, a jornalista Renata Vasconcelos, excelente jornalista por sinal, não contente com a resposta indagou Marina Silva para ela explicar de onde pretende cortar gastos correntes do governo que migrarão para atender a demanda em investimento educacional para ser a prioridade de seu governo. Como ela não conseguiu ter uma resposta coesa, em minha opinião para tal afirmativa, coloco alguns pontos que considero importantes.

Analisarei com base no princípio dos déficits gêmeos e nos gastos correntes que o governo aumentou, impactando em índices de eficiência econômica. Para quem não sabe, déficit gêmeo é gerado quando financiamos a dívida pública brasileira com geração de déficits em transação corrente, ou seja, o Brasil aumenta a oferta de títulos públicos para o resto do mundo para apropriar divisas e financiar a estrutura do estado brasileiro.

Diante deste cenário imaginemos como seria mais construtiva a resposta da presidenciável se ao invés de bater apenas na questão da corrupção (que já é um mal em todos os aspectos econômicos, sociais, legais, etc.), explorando sua tese no desvio de recursos, ela apresentasse uma saída com a redução dos juros reais no país (juros nominal deduzindo o efeito inflacionário), reduzindo o custo de capitalização para as empresas, que poderão elevar o nível de investimento e, consequentemente, aumentar a arrecadação de impostos legais, sem aumento de alíquotas e alargarmos a captação de recursos apenas pelo fato gerador, para ampliar o caixa do governo e, assim, elevar o nível de investimento educacional, já que as empresas aumentarão o investimento e demandarão mais trabalhadores qualificados, evoluindo o nível de emprego e renda.

Para a conta ficar completa, o governo tem que fazer o seu papel e reduzir gastos correntes. A melhor forma para isso é reduzir o número de ministérios que temos hoje e agregarmos os estratégicos em secretarias específicas, como é realizado nos Estados Unidos da América. O modelo lá dá certo, porque aqui não daria? Falta bom senso e melhores cabeças para isso.

Outra notação a resposta apresentada pela presidenciável está ligada indiretamente no aumento dos gastos públicos sem antecipação dos fatos. Vejamos: ela disse em evitar desvios de recursos. Mas, para isso ocorrer, o governo tem que ter um enorme compromisso com a sua área de fiscalização, investindo em tecnologia e no profissionalismo da área. É uma boa saída, mas não é a melhor. Melhorar as condições de trabalho na área de fiscalização gera retornos consideráveis à sociedade, mas se anteciparmos aos fatos, melhoraria ainda mais a resposta. Como assim? Reduzindo gastos correntes, equipando as escolas e elevando o grau de conhecimento para formularmos opiniões e consensos em todo o território nacional.

Existe melhor forma de fiscalização do que uma sociedade por completo vigiando o que seu representante está realizando? A melhor antecipação aos fatos está na opinião e na decência do povo. Educação é importante e será fundamental quando realmente a termos como a antecipação verdadeira aos fatos e não como promessa ao decorrer dos anos.

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