sábado, 13 de novembro de 2010

Falta de competitividade gera prejuízos sociais

Muitas pessoas acreditam que uma grande empresa resolve as distorções sociais ao gerar empregos em grande escala. Esta afirmativa distorce a verdade dos fatos. Uma grande empresa se existir no mercado sem competição tenderá ao monopólio e reduzirá a eficiência econômica.

Até aqui não existe novidade. A motivação para escrever este artigo foi dada por um motivo real: a falta de competitividade eleva os preços e aumenta a pobreza. A lógica para isso é analisarmos os supermercados existentes em Samambaia, local de minha moradia.

Existem atualmente duas grandes redes varejistas nessa cidade: Tatico e Caíque; e três médias varejistas: Super Bom, Super Cei e Comper. Para deslocar à concorrente você tem que ir de carro, pois não estão tão próximas. O que se entende dessa análise? Além dos preços tenderem para uma cartelização, o custo com combustível, deslocamento e tempo de espera para encontrar um bom lugar para estacionar o carro, dificultam a minimização dos custos, maximizando o estresse temporal.

Não só essa análise tem que ser levada em conta, mas o custo logístico também é um fator que inibe a redução dos custos operacionais. Pelo grande deslocamento de uma rede a outra, as empresas fornecedoras repassam uma planilha de gastos altíssimos de transportes que comporão a definição do preço final do produto ao consumidor.

Utilizando a Teoria dos Jogos para entender este mercado, notamos que os preços são determinados pelas principais redes, ou seja, Tatico e Caíque. As outras acompanharão o mercado e buscarão o lucro de sobrevivência. Fato que é transposto as redes menores distribuídas nos comércios locais de cada quadra.

Como a planilha de custos das grandes redes são menores devido os fornecedores repassarem descontos de fornecimentos a essas redes devido a quantidade de produtos na formação do estoque e que elas protegem os fornecimentos das outras empresas, pois não teria lógica atuarem em um mercado tão pequeno, elas controlam os preços e recomendam ao mercado a garantia de lucro. Se reduzirem o preço elas se manterão, enquanto as menores serão eliminadas devido as baixas lucratividades, repassando seus produtos ao preço de custo.

A população de Samambaia acredita que está ganhando com os preços abaixo do mercado em ofertas de marcas desconhecidas e de pior qualidade que são vendidas nessas redes, sendo que na verdade o bem-estar delas são reduzidos e a lucratividade das grandes redes ampliadas.

Como resolver essas distorções? Abrindo o mercado. Como o governo pode ajudar e resolver essa distorção? Reduzindo os custos logísticos ao resolver os problemas de infraestrutura, diminuindo os tributos para o setor produtivo, investindo em subestações da rede elétrica em Samambaia para não ficar na dependência e sobrecarregando a subestação de Taguatinga (problema seria resolvido se a CEB fosse privatizada) e incentivando a formação de novos negócios eliminando a burocracia e os custos cartoriais.

Como não existe competição e os preços são controlados pelas maiores redes, a população de Samambaia não percebe o quanto está sendo enganada e acredita que os preços baixos de marcas desconhecidas é uma vantagem comparativa em relação, por exemplo, ao Plano Piloto, que vende o papel higiênico Neve ao mesmo preço que é ofertado no Tatico e que a população de Samambaia acredita que estará sendo compensada ao comprar o papel higiênico Soft Blanc, extremamente mais barato e de qualidade inferior, cujo tempo de consumo é menor do que teria se comprasse o Neve, compensando seu preço maior ao tempo de duração.

A situação utilizada acima é hipotética e não estou fazendo propaganda de nenhuma marca. Foi apenas ilustrativo para o leitor perceber o quanto é enganado pelo sistema oligopolizado implantado nessa cidade.

Portanto, ao escolher um representante, a população deve reivindicar que as liberdades individuais sejam respeitadas. O cidadão deve entender o que é melhor para ele e para a sociedade como um todo e não acreditar em políticas públicas falsas e empresários forasteiros que pretendem reduzir o nível de bem-estar social para elevar os lucros.

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