sábado, 20 de novembro de 2010

Governo Federal não realiza o dever de casa

Como o governo federal não realiza o dever de casa, que é a elevação na meta de superávit primário para diluir a dívida pública, fator gerador de sobras orçamentárias para investimento e redutor da taxa de juros, provocará novas distorções no câmbio e reduzirá ainda mais a folga fiscal que desonera o setor produtivo para recuperação da indústria nacional, aconselho, meu amigo, a investir em títulos pós-fixados, principalmente os atrelados a SELIC, conhecidos como Letras Financeiras do Tesouro (LFT).

Eu explicarei melhor o parágrafo anterior. Com aumento dos gastos públicos (pequena parcela será destinada para investimento), a promessa do governo federal em reduzir os juros se torna escassa. Desta forma, a valorização do câmbio é uma tendência, forçando a intervenção do governo em elevar as alíquotas de IOF em rendas fixas de curto prazo. Outro fato é a perseguição do centro da meta inflacionária nos moldes atuais de 4,5% ao ano, razão que justifica uma taxa de juros ainda mais elevada devido à inflação das commodities, já que o dólar está desvalorizado frente outras moedas, principalmente dos países emergentes como o Brasil.

A manutenção de Guido Mantega a frente do Ministério da Fazenda é um prejuízo social em longo prazo. Ele é um desenvolvimentista a moda antiga, que reduz a austeridade fiscal, elevando os dispêndios dos gastos públicos (de forma errada, já que tem elevado os gastos correntes) e não tem meta para um ajuste fiscal equilibrado.

Portanto, após essa análise conjuntural, percebe-se que se elevarão os gastos com custeio da máquina pública (contratação desenfreada de servidores públicos para vários elefantes ministeriais, por exemplo), reduzindo-se a meta primária forçada no Orçamento Geral da União (OGU), resultando no aumento no endividamento do estado. Surge outro problema caso o governo eleve o financiamento estatal com divisas, principalmente em dólar. Quando se der a valorização desta moeda teremos uma política restritiva em longo prazo.

Que comecemos a respeitar a equivalência ricardiana para não sofrermos depois com crescimentos pífios e aumento nas alíquotas tributárias brasileira. A sociedade padecerá pela escassez de produtos, fator gerador da elevação nos preços praticados no mercado pressionando ainda mais a meta inflacionária e a elevação da taxa de juros, respigando principalmente nas economias marginais, que perceberão suas lucratividades reduzidas, impactando em novos investimentos (se não quebrarem pelo aumento nas obrigações tributárias), secando a fonte geradora de poupança doméstica, afetando a camada mais pobre da sociedade.

Depois os esquerdistas falam que sou pessimista e culpa-me pelos meus argumentos em defender a lógica do mercado. Não é o mercado o causador das crises. É só fazer um esforço e avaliarão que o inimigo é outro: O ESTADO.

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