quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Principais problemas econômicos enfrentados pelo Brasil

Muitos acompanham pelos jornais que o Brasil vive uma guerra cambial e na reunião do G20 – que reuni as principais economias do mundo – o governo brasileiro defende que os Estados Unidos e a China não provoquem distorções no comércio internacional ao desvalorizar suas moedas, tornando seus produtos mais competitivos em relação ao resto do mundo, e dominem o mercado.

Antes de entrar nessa seara, vale entender o que ocorre na atual conjuntura econômica mundial, mas especificamente o que pressiona a valorização do Real. Disso, imagine o que pensam os Estados Unidos e a China para compreendermos o atual cenário.

Os Estados Unidos da América não sanou sua crise doméstica e divide com o mundo o erro de uma política monetária adotada no governo Obama, que elevou a oferta monetária, emprestou dinheiro para bancos e seguradoras falidos, além da indústria automobilística americana com a promessa da garantia de emprego, quando os americanos demandam mais carros com tecnologia japonesa. Agora compreenda meu caro leitor, os agentes econômicos ianques adotam as expectativas racionais, até porque toda a população conhece o mercado de ações e tendem a estudar o assunto, principalmente os fundos de pensões, compartilhando que as agências de classificação de risco de respeitabilidade internacional elevaram o grau de segurança para se investir no Brasil, ou seja, minimizou o Risco Brasil. Diante deste cenário, com uma oferta maior de dólares naquele país, resultando na diminuição de sua taxa de juros, os títulos brasileiros se tornaram mais atrativos, já que nossa taxa de juros real é uma das maiores do mundo e somos um país emergente. O que fará então um americano para alavancar sua poupança? Este é um dos pontos da guerra cambial.

Agora encaremos a visão da China. Os principais clientes internacionais dos chineses são justamente os Estados Unidos e a União Européia. O americano vive uma crise de desconfiança, não acreditando em seu PIB potencial para expandir seu crescimento, levando o país para o desemprego e consumo de bens importados, sendo a China o seu principal investidor  externo. A Europa também atravessa uma crise provocada na Zona do Euro pelas economias médias para os padrões europeus: Grécia, Espanha e Portugal. Um desequilíbrio na política fiscal desses países demandou poupança externa e, novamente, a China foi acionada. Por qual motivo então a China se tornou um agente relevante? Pela política de câmbio fixo. Portanto, com um mundo em crise, desvalorizando-se o Yuan aumentará a oferta de produtos chineses espalhados pelo mundo. Com uma mão de obra chinesa barata e o Yuan declinado, dilui-se o PIB per capita chinês em uma política expansionista, tornando a economia doméstica mais pobre.

Como eu digo sempre, o câmbio não é o problema. O problema são os governos que não deixam a economia atingir seu equilíbrio natural de oferta e demanda. Tanto os governos americano, chinês e brasileiro.

O problema do Brasil para o Real está tão valorizado se deve a participação maciça do estado na economia de mercado, onerando e burocratizando o setor produtivo, elevando o endividamento público justificado pela alta taxa de juros, encarecendo o crédito e o endividamento das famílias, com um BNDES tendencioso e oligopolizado, reduzindo assim as expectativas de crescimento em longo prazo.

Não sou contra o câmbio valorizado, desde que estejamos em uma economia de mercado. Mas não sou partidário dos CNA’s e FIESP’s da vida pressionando o governo para o controle cambial para aumentar as exportações brasileiras. Com o Real apreciado, temos maior oferta econômica, reduzindo-se os preços e melhorando o bem-estar social.

Se a lógica da teoria econômica está invertida no Brasil atualmente, principalmente pelos indicadores da inflação oficial, o IPCA, há algo de estranho no ar. Cadê a Confederação Nacional de Agricultura (CNA) para nos explicar o ocorrido?

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