segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Pelé é Rei?

Dizem que Pelé é Rei e como bom Rei usará a coroa, mas qual? Nesse sábado último, Edson Arantes do Nascimento, conhecido como Rei Pelé, comemorou 70 anos de idade e 53 da coroa de Rei do Futebol. Ora, caro leitor, você considera Pelé o Rei do Futebol? Craque indiscutível ele é, não restam dúvidas. Mas quando tratamos de realeza, o seu status não poderia ser questionado como sempre é. Por que então existe oposição ao título conferido?

Avaliemos pela ótica do povo argentino que consideram Maradona melhor do que Pelé. A liderança dele para o povo argentino, com erros humanos assumidos, mas com carisma nata de quem é do povo e nunca o deixou as traças, fazem dele um líder consagrado para aquele país.

Discutindo a visão do povo doméstico, Pelé tem o carisma do povo brasileiro ou a imprensa o criou para ser idolatrado? Vejamos pela ótica do Flamenguista, seu ídolo maior é o Zico; do Corintiano, o Socrátes; do Vascaíno, Roberto Dinamite; do Grêmio, Renato Gaúcho; e por aí vão vários craques consagrados que dificultam elencar todos e pelas lembranças inesquecíveis, assim como o Pelé para o Santos, é o Garrincha para o Botafogo.

Agora, por que Pelé é o Rei do Futebol? Esse título foi concebido a ele após a conquista do Mundial de 1958, com o golaço de placa que marcou na vitória do Brasil contra a Suécia (a anfitriã) por 5 x 2. Também podemos induzir que este título foi a ele concedido porque Ferenc Puskas nunca foi campeão mundial quando ele inseriu o futebol Húngaro, historicamente sem tradição, ao vice-campeonato mundial quatro anos antes após perder para Alemanha em 1954. Aliás, a Alemanha arrasa seleções que apresentam excelente futebol como a Hungria e a Holanda, de Johan Cruijff, em 1974.

Ao se tornar Rei, a pessoa recebe tal titulação quando produz exemplos à sociedade, não apenas no seu habitar natural, no caso do Pelé os campos de futebol, e o quanto agrega valor àqueles que o consideram exemplo de liderança e vocação ao realizar justiças, nesse caso ao povo brasileiro. Uma demonstração de grandeza e realeza, cujo título é apreciado não só pelo seu povo e sim pelo mundo, vem da Inglaterra. Trato aqui de Isabel Marguerite Bowes Lyon, conhecida como Rainha Elizabeth I, Rainha Mãe dos Ingleses.

Este título não lhe foi dado por nada, mas por uma conquista que vem do cerne de uma líder. Ela, filha de condes, nunca pensou ser rainha até se casar como duque de York, o príncipe Bertie. Sorte para algumas em se tornar rainha, sonho de qualquer filha de aristocratas que não pertence à realeza. Mas, para se manter no cargo e ser idolatrada pelo seu povo, necessita de liderança, fibra e trabalho. Isto não faltou a Rainha Elizabeth I quando eclodiu a II Guerra Mundial e ela desceu do alto da realeza para proteger seu povo da fome e das batalhas.

O primeiro ministro Winston Churchill advertiu a Rainha que fugisse para o Canadá com as filhas e protegesse a família. Prontamente a Rainha respondeu: "As meninas não vão sem mim, eu não irei sem o Rei e o Rei não nos abandonará nunca". Ela viu no povo a necessidade da presença real e esteve ao seu lado nos longos dias de guerra. Não a toa que a ela é a Rainha Mãe dos Ingleses.

Agora, voltemos ao Rei Pelé. Qual o valor agregado que as famílias brasileiras tiveram com um Rei nos campos de futebol? Nada mais que espetáculos. Pelé nunca foi atuante para desenvolver o país em incentivar a educação, a prática do esporte ou exemplos de vida. Aliás, ele gerou três exemplos negativos, a de não reconhecer a filha em seu leito de morte, ter um filho envolvido com o tráfico de drogas na baixada santista e prejudicar os times brasileiros ao conceder às empresas os passes de novos talentos do futebol, sangrando o futebol nacional com a Lei Pelé.

O Maradona teve os seus erros humanos, mas soube adorar seu povo e mostrar que o argentino é aguerrido, batalhador e tem senso crítico. Ele é um líder não apenas no mundo futebolístico, com também um articulador político. Se ele ameaçou o Pelé em seu reinado é porque o nosso “Rei” deu margens para isso.

O craque Pelé é indiscutível. O Rei é uma mentira. Não idolatremos uma pessoa do qual esperamos até hoje que construa exemplos a serem seguidos como paz, justiça, igualdade, liberdade e fraternidade, os alicerces da Revolução Francesa e que são alvos dos países de bem espalhados pelo mundo.

Pelé desça já de seu reinado e ande entre os mortais sofridos de nosso país.

3 comentários:

Anônimo disse...

Pelé para mim foi o melhor jogador de futebol que já existiu, ponto. Maradona, ao meu ver, não chega aos pés dele (como jogador de futebol). Maradona para mim foi mais fruto dos argentinos para encontrar alguém que se equiparasse ao Pelé do que realmente esse jogador todo que os argentinos dizem que ele é. Basta comparar as estatísticas, a diferença chega a ser grotesca. É inegável o talento de Maradona mas compará-lo a Pelé é mais invenção de argentino do que qualquer outra coisa. O único país, fora a Argentina, que em partes considera Maradona melhor que Pelé é a Inglaterra, pelo fato dele ter acabado com os ingleses na copa de 1986. O que Maradona representa para os argentinos está além do futebol e isso Pelé não chega aos pés dele. Ele representa o espírito argentino, de ser reconhecido como raçudo e ter amor à pátria e isso, ao meu ver, Pelé não o fez muito bem. O exemplo para mim de brasileiro que tinha orgulho de representar seu país era Ayrton Senna da Silva. Em qualquer pesquisa do planeta ele sempre é apontado como o melhor piloto de todos os tempos, pelos exemplos dentro e fora das pistas. Mesmo Schumacher com todos os recordes não é considerado o melhor. Dava gosto ver Senna carregando a bandeira do Brasil e alegrando nossas manhãs de domingo, das palavras de incentivo que ele dava para o povo brasileiro. Não me recordo do piloto que disse que correu contra pilotos excepcionais mas desconsiderou Senna, porque na opinião dele, Senna não era desse planeta. Senna é para os brasileiros o que Maradona é para os argentinos. E quanto a Pelé: foi o melhor jogador de futebol que já existiu, simples e direto, mas não é um rei, pois um rei precisa mais que isso.

Um abraço,

Leonardo.

Anônimo disse...

Pelé o rei, Xuxa a rainha e Weslian Roriz governadora.OLHA REINO(CIRCO)ARMADO.

Alison

Anônimo disse...

Para quem vota em um palhaço analfabeto para Deputado Federal, fica fácil eleger um rei como Pelé.


Igor Carpaneda