quarta-feira, 25 de agosto de 2010

O consumo, a renda e as famílias


Matéria veiculada pelo Correio Braziliense, publicada em seu portal na internet, trás o aumento no endividamento do povo brasileiro. Tiram-se duas conclusões disso tudo, o momento econômico e o aumento no nível de consumo das famílias.

Não é problema elevar o consumo das famílias, até porque em macroeconomia a demanda agregada ganha com isso e, consequentemente, tende a aumentar o nível de oferta econômica. Este é o lado bom da economia. Mas tem o outro lado, quando não temos a resposta imediata da oferta agregada, quando ela não responde, na maioria dos casos, no curto prazo, já que necessita do nível de investimento da indústria. O que ocorrerá então se a demanda agregada aumentar o nível de produto da economia sem a elevação da oferta agregada? Os preços sobem para equilibrar o mercado e, neste caso, o preço da moeda são os juros.

Elevar o nível da demanda agregada impacta diretamente na taxa de juros. Desta forma, o povo brasileiro se tornou o povo pagador de juros, devido ao alto nível de endividamento das famílias. Com as políticas fiscais bondosas que o governo adotou após a crise econômica de 2008, como a redução de impostos para indústria como, por exemplo, o Imposto de Bens Industriais (IPI), as famílias anteciparam às compras e trocaram de carros, eletrodomésticos, etc. Tudo com base nas linhas de créditos dos bancos com financiamento. Mas, não podemos esquecer que a oferta agregada da economia naquele momento era o estoque. Diluí-lo para entrar novas linhas de produtos com novas tecnologias nas prateleiras era a importância da indústria, já que as vendas aumentaram e o faturamento, do governo, para manter a popularidade e garantir os empregos, e do povo, que consumiam mais e não percebia o aumento em seu nível de endividamento.

Concluiu-se então que a lógica elevou o passivo das famílias em médio e longo prazo, já que muitos bens foram vendidos a uma taxa de juros atrativa que foram facilmente aceitas pelas famílias para prolongar as prestações impactando o fluxo de caixa futuro.

O que temos agora é que as famílias recorrem a todo o tipo de financiamento para equilibrarem a conta e não sofrerem ao final do mês por falta de recursos. Não temos uma educação financeira e o nível de poupança privada no Brasil é baixo, impedindo o investimento em novos projetos.

Ter uma margem positiva em capital de giro é importante e melhora o bem-estar das famílias ao longo do tempo. Mas, como escrevo letras mortas e os especialistas desta área teimam em ser chatos quando tratam deste assunto, continuemos a gastar sem propósito e profanar a frase: sou pobre mais sou feliz ou sou pobre mais me divirto!

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